quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Sonoridade magnífica! GODSPEED YOU! BLACK EMPEROR

GODSPEED YOU! BLACK EMPEROR - Com o tema SLEEP (Álbum: lift yr. skinny fists like antennas to heaven! 2000)


Permitam-me que utilize esta peça magnífica como sátira ao próximo imperador do mundo que já adormeceu muitos tontos com o seu discurso, o Sr. Obama.

Sobre a Reforma da função Pública...

Os nossos governantes escolhem para o Estado o mesmo sistema podre e disfuncional que é aplicado no meio empresarial privado apenas ajustando as regras aos escalões remuneratórios já existentes. As mesmas regras idiotas e arbitrárias que a iniciativa privada aplica aos seus recursos humanos, com o resultado calamitoso que é conhecido, vão passar a ditar também os destinos dos ex-funcionários públicos agora transformados em funcionários do Estado-patrão enquanto for conveniente. Talvez as coisas não estejam muito bem agora com muita gente a abusar da sua posição e a desbaratar os bens públicos e a trabalhar muito aquém das suas possibilidades. Talvez sejam necessários ajustes na forma como os funcionários são vinculados ao seu estatuto de serventes da coisa pública. No entanto, não me parece que esta seja a mais correcta forma de eliminar essa desresponsabilização de muitos e esse mandriar tão conhecido de alguns que tanto é caricaturado. Isso não representa o funcionarismo público, não representa uma maioria de pessoas que servem como podem e sabem o estado português e consequentemente os cidadãos contribuintes.

Destaco sobre este assunto o texto do economista Eugénio Rosa aqui.

Ficam as palavras com que remata o seu artigo:

"A existência na Administração Pública do vínculo de nomeação e de regras claras na progressão na carreira defendia os trabalhadores contra o arbítrio das chefias e do poder político; impedia a chantagem sobre os trabalhadores para que satisfizessem interesses pessoais ou partidários; e garantia a prestação de serviços públicos, em igualdade, a todos os cidadãos. Este governo, ao pretender acabar com o vínculo de nomeação e ao alterar profundamente as regras que existiam na Administração Pública, nomeadamente quanto à admissão e à progressão na carreira; à fixação de remunerações, ao direito ao emprego, etc, tornando tudo isto totalmente dependente do arbítrio das chefias, como se mostrou, cria condições para o aumento das desigualdades entre os trabalhadores dos diferentes serviços e mesmo no interior de cada serviço, para a chantagem dos trabalhadores, para os despedimento de trabalhadores mais firmes, etc.; em suma, o que se pretende introduzir na Administração Pública é a desigualdade, a precariedade, a psicologia do medo e o poder absoluto e arbitrário das chefias, e acabar, objectivamente, com uma Administração Pública independente, que sirva, em igualdade, todos os cidadãos, passando a servir melhor alguns, aqueles que sejam do agrado das chefias e do poder politico. É contra tudo isto que todos os portugueses se devem opor."

Brisa e companhia agradecem...

...e eis que começa a roda viva das comunicações de aumentos de preços com as portangens. O Governo anuncia uma subida de 2,20%. Num país onde não existe uma rede alternativa viável de transportes públicos por empresas públicas para servir o interesse público... Brisa e companhia agradecem.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Morreu um dos maiores vultos da música contemporânea: Lars Hollmer



Aqui revisto num trabalho de 1999 com o seu projecto Samla Mammas Manna. Desaparece mais um dos grandes nomes da música contemporânea próxima das sonoridades progressivas. Esteve em Portugal em 2005 por ocasião do festival Gouveia Art Rock (GAR) 2005.

sábado, 27 de dezembro de 2008

O oportunismo capitalista da crise

Um facto inegável e indesmentível passa diante dos nossos olhos. Aqueles que, com a sua gula de riqueza, pariram e criaram esta crise, são exactamente os mesmos que agora nos fazem crer que tudo está tão mau que justifica os “ajustamentos” que irão ser introduzidos nas empresas no ano que se aproxima. No fundo, nada mais que a mesma velha receita de sempre: redução de postos de trabalho, redução de salários ou congelamento dos aumentos dos mesmos e por último a natural “mendigagem” ao estado por apoios múltiplos às empresas quando todo o tempo, o gastam a amaldiçoar o excessivo peso deste ou a sua demasiada intervenção na economia.

A palavra “crise” serve para atordoar os atingidos pelos efeitos da própria numa vaga mediática que tenta, ainda assim, explicar o que não tem explicação. Não é por acaso que, aqueles que comentam o actual estado da economia são precisamente os que sempre defenderam as fórmulas que nos trouxeram a esta situação.

É fundamental que cada desempregado, cada excluído directa ou indirectamente por efeitos desta crise, compreenda integralmente as consequências que devem advir da situação criada. É importante que não se premeie num período eleitoral que se aproxima, a direita política que sempre se apoiou nestas soluções económicas e financeiras desastrosas e sempre defendeu o mercado como o seu “bem” mais “sagrado”. Esta direita merece definhar politicamente, em resposta às consequências das suas teorias económicas que tentaram mutilar a política como instrumento base na regulação do poder económico de classe.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

As organizações SÃO as PESSOAS!

Há uns dias fui confrontado com uma frase que me levou alguns dias para digerir. Proferida pelo Professor Doutor Manuel Pinto Teixeira, referia-se à incapacidade de trabalho em geral dos portugueses. A incapacidade de trabalho gerada numa cultura de irresponsabilidade e de uma certa tendência de desenrasque geral.

Sou levado a concordar com parte do conteúdo ou com a ideia geral de que temos na nossa identidade nacional o factor que contribui para que tudo se faça de forma atabalhoada. Que se contornem as regras, que se violem os princípios do funcionamento esperados das regras e das convenções. Somos realmente assim?

O exemplo dado na mesma sessão não poderia ter sido melhor escolhido. O caso da TSF. Acontece que sou um ouvinte desde que me lembro de ter consciência do mundo e das coisas que nos rodeiam dessa rádio. O que me atraiu nesse projecto foi justamente a excelente qualidade dos seus profissionais que se revelou na programação de excelência que esta emissora tinha há uns anitos atrás. Não quero com isto dizer que tenha deixado de ter na totalidade, mas a qualidade baixou muitos pontos com o novo sistema mercantilista das notícias. E o exemplo concreto foi o do cronista Fernando Alves que me lembro desde sempre nas suas famosas inspirações únicas reveladas pela manhã, dos “sinais” de um mundo visto pelos olhos devoradores do comportamento humano, criados em iluminados momentos de inspiração e ditados ao microfone da rádio com uma das últimas vozes verdadeiramente radiofónicas na rádio portuguesa.

Fernando Alves foi-nos assim apresentado como um incorrigível incumpridor de regras, como um homem intolerável em determinados momentos e extremamente afável noutros, no espírito do “tem dias”… Para mim, que cresci a ouvir a TSF mesmo quando ainda não podia muito bem compreender o que estava por trás daquelas terríveis notícias fabulosamente cobertas da primeira guerra do Golfo Pérsico a voz e as crónicas do Fernando Alves, bem como outros trabalhos que passaram por reportagens e entrevistas, parece-me quase que ofensiva a alusão ao cronista como exemplo de mau comportamento na organização TSF.

Fernando Alves foi uma das figuras que criaram a identidade da TSF ao longo dos anos e mantém-se como um património, talvez mesmo o único que resta, da grande rádio que a TSF já foi. A questão central aqui é que as organizações SÃO as pessoas e são PARA as pessoas. A noção com que fiquei da ideia que foi transmitida é que as organizações não podem suportar identidades pessoais com carácter próprio, que não podem permitir que não se siga à risca um plano traçado num qualquer gabinete porque tudo está estudado ao milímetro incluindo as emoções geradas por cada frase, por cada entoação, por cada hesitação. As organizações necessitariam portanto de se desumanizar para se mecanizarem como homens e mulheres cada vez mais descartáveis, mudos e quedos nos seus lugares esquematizados. E o exemplo é melhor ainda porquanto se trata de um trabalho criativo. Fernando Alves é um mau funcionário mas que cumpre os seus objectivos e mantém um nível criativo invulgar. Porque não foi ainda descartado? Porque a relação custo – benefício indica que ele, ainda assim, como incorrigível incumpridor de regras, cumpre com os objectivos e realiza mais-valia para a sua organização.

Mas a questão não morre neste exemplo. Serão os portugueses um povo de intrujas e de calões que não querem trabalhar e que se desenrascam com o que apanham à mão? Essa é uma boa ideia para vender a quem tiver a vontade de, mais uma vez ser “comido” com verdades feitas que não passam de mistificações. Os trabalhadores portugueses são como todos os outros. Há-os de todas as formas e feitios e lá por fora são dos mais produtivos. Então se assim é, porque não acontece o mesmo por aqui?

Na minha opinião existe um ponto fulcral onde tudo falha no nosso país. Os quadros superiores e intermédios das empresas privadas e públicas são, na sua grande maioria entregues a pessoas pouco qualificadas, senão tecnicamente, pelo menos humanamente. Ou então tecnicamente a nível de recursos humanos. As organizações estão pejadas de escroques e escumalha autoritária de assalariados que se comportam como cães ao serviço de um único propósito, a própria ascensão e dos amigos. Aqui é uma realidade indesmentível. Somos um país de cunhas. Sem as cunhas não teríamos a orde de bestas a pilotar as nossas organizações, os criadores e fazedores de relações laborais precárias, os lambe-botas do sistema que os chicoteia mas ao mesmo tempo lhes oferece o chicote para a vingança nos elos mais fracos.

Na sua esmagadora maioria os quadros intermédios e mesmo muitos superiores são escolhidos entre os que revelam mais desumanidade, os cães raivosos e irracionais das instituições que são capazes de destruir tudo por onde passam. Só assim se explica que a produtividade seja muito mais baixa por aqui. É que os quadros intermédios e superiores são, eles mesmos, incapazes de gerir, não as organizações em si, mas as pessoas. Acontece que as pessoas são a única verdadeira riqueza estável de uma organização e podem ser tão produtivas quanto melhor forem geridas, quanto melhor se souber proporcionar relações estáveis de trabalho, estímulos realistas à produção, informação concreta e em tempo real da situação financeira das organizações, participação nas ideias e nos resultados produzidos pelas mesmas, estímulos à vinculação às funções onde cada um esteja mais adaptado e se sinta bem.

Não vale sequer a pena falar das questões salariais. É ridículo pensarmos que temos de ter excelentes profissionais quando por pouco menos dinheiro, poderiam estar em casa a servir-se dos dinheiros públicos para financiar o desemprego. O desemprego e o baixo consumo privado devem-se primariamente à cultura de baixos salários e de altos impostos (que não seriam altos se o Estado cumprisse as funções para as quais são recolhidos). Os trabalhadores no activo acabam por financiar toda a actividade económica do país. Ainda se lhes deve pedir mais? Não será agora a vez que qualificar técnica e humanamente os nossos quadros das organizações? Não será a vez de terminar com a absurda ideia de que a competitividade gera melhor produtividade, em contraponto com a ideia de que a cooperação e o trabalho organizado de equipa é factor de mais estímulo e melhor desempenho? Que a alta rotatividade de quadros gera menos despesa com pessoal em contraponto com a ideia de que a estabilidade gera maior confiança e mais identidade com a organização levando por sua vez a maior e melhor produtividade?

domingo, 14 de dezembro de 2008

Dinheiro = dívida




Dinheiro = dívida.

Perceber o que é e como se cria o dinheiro.

Lafontaine sobre Obama

“A vitória eleitoral de Barack Obama é uma boa notícia, uma vez que a política do presidente Bush e do seu partido era insuportável. Contudo, tendo em conta as consideráveis somas que o capital americano investiu na campanha eleitoral do novo presidente, sou muito céptico em relação ao seu futuro como reformador. O capital nunca dá sem pedir algo em troca.”

Oskar Lafontaine (in www.sinpermiso.info) contido na declaração de apoio ao recentemente formado Parti de Gauche em França. Mais um passo para a desejada e inevitável união das esquerdas.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Bank of America planeia eliminar 35 mil postos de trabalho




Segundo a Lusa, o maior banco americano decidiu desfazer-se de 30 a 35 mil funcionários progressivamente durante os próximos três anos. São alegados para este despejo humano os encargos com o resgate da Merryl Linch e má conjuntura económica em geral. É mais uma contrariedade a somar às muitas que têm vindo a aparecer a cada dia, para o novo presidente eleito que pretende criar 2,5 milhões de postos de trabalho do país durante o seu mandato.

Ao que parece Obama seguiu a lição das promessas e dos resultados de José Sócrates pelo que já se adivinha, mesmo antes de iniciar o mandato, uma reeleição em 2012.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

AS FESTAS, AS SESTAS E AS BESTAS

Hoje consigo cumprir mais um capítulo de incumprimento do dever de ser social. Não o sou nem quero ser. A fantasia espalha-se. É contagiosa que baste para iludir uns quantos. Não estou e não sou para aturar imbecilidades de pessoas que não conheço nem quero conhecer. Sorrisos de circunstâncias complicadas em dias em que tudo é posto em causa sinónimo de amanhãs incertos, nas mãos de uns quantos fazedores de felácios, carreiristas e oportunistas. Os que encolhem nos outros para terem mais por onde chupar. Que se socorrem dos números manipulados para mutilar as vidas de muitos a seu prazer, sempre com as mesmas caras de merda com as quais foram paridos.

GALA PRÉMIOS PRECARIEDADE

dIVULGAÇÃO:

Não perca a oportunidade para premiar quem o não premeia a si. AQUI.

domingo, 7 de dezembro de 2008

A manipulação da sondagem

Tenho algumas boas razões para acreditar que as sondagens políticas estão longe de ser uma espécie de consulta ao eleitorado, sendo antes uma impostura ao futuro eleitorado. Daí que defenda que as sondagens devem ser proibidas desde seis meses antes de qualquer acto eleitoral. Estes pretensos estudos têm como consequência os seguintes aspectos:

1 – Desvio do eleitorado das forças políticas da sua primeira escolha para as forças políticas com maior probabilidade teórica de sucesso. É o chamado factor “voto útil”. Num sistema pluripartidário o fenómeno do “voto útil é factor de transformação em sistema bipartidário, que nos casos das supostas democracias ocidentais equivale a dizer a um totalitarismo disfarçado de múltiplas opções;

2 – As sondagens são feitas a partir de amostras. Sabemos que cada vez mais a estatística é trabalhada de forma a quase não errar nas chamadas sondagens de “boca da urna”, mas as que são feitas semanas e meses antes dos escrutínios podem ser sempre manipuladas ao gosto de quem encomenda.

3 – Não existem empresas de sondagens independentes. São todas empresas privadas que dependem de quem lhes paga, nomeadamente os maiores partidos (ou partidos de sistema), e pela comunicação social detida por grupos económicos e interesses ligados aos mesmos grandes partidos.

4 – A sondagem pode ter um efeito mobilizador – “o meu voto não é necessário pois o partido/coligação/proposta em referendo já ganhou” – ou um efeito desmobilizador – “não vale a pena votar pois não há possibilidade do partido/coligação/proposta em referendo ganhar”.

5 – À sondagem segue-se o comentário político, quase sempre feito dentro da esfera limitada dos comentadores oficiais do sistema, mais uma vez motivando ou desmotivando potenciais votos em partidos que não do sistema.

Por esses motivos e por muitos mais que poderíamos retirar de uma análise mais aprofundada destes fenómenos, as sondagens de opinião política deveriam ser proibidas até seis meses antes de qualquer acto eleitoral.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

A crise atinge o retalho nos EUA

A Circuit City, uma das maiores companhias retalhistas de produtos electrónicos solicitou um processo de reorganização sob o Capítulo 11 do United States Bankrupcy Code tendo já anunciado o fecho de 115 lojas das 567 que o referido grupo detém. Este processo significa de imediato o desemprego de cerca de 7300 pessoas.

Esta situação deve-se a factores que se prendem com a concorrência crescente dos grupos Best Buy e Wall Mart (O maior grupo retalhista do mundo) e à redução significativa do poder de aquisição dos americanos.

Este recuo poderá ser, com uma gestão cuidada, estratégico para manter a empresa de portas abertas especializando-se a adaptando-se a novas oportunidades. Contudo a gula de que o sistema capitalista ao estilo americano é feito remete-me para a noção clara que este será um grupo empresarial a morrer em poucos meses com todas as consequências negativas que isso pode trazer. Mesmo que seja integrado num dos maiores competidores só piora a situação pois todas as fusões implicam despedimentos e redução de vencimentos.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

CASO BPN - A irracionalidade do dinheiro

Segundo o DE on-line "Na última semana, ou seja após o anúncio da nacionalização, foram levantados do BPN mais de 300 milhões de euros de depósitos. Este valor equivale a bastante mais do dobro do que tinha sido levantado pelos depositantes do BPN nas semanas que antecederam o anúncio da nacionalização."

E a parte mais interessante:

"A constatação do levantamento de mais de 300 milhões na última semana mostra que os clientes e depositantes do BPN aceleraram os seus movimentos de resgate das contas de que dispunham no banco depois do anúncio da nacionalização. Atitude que contrasta com a mensagem de confiança e de segurança que o Estado procurou transmitir aos depositantes do banco através das garantias que o ministro das Finanças deu a todos os que tinham o seu dinheiro no BPN.

Isto representa o cúmulo da irracionalidade. Durante anos muitos portugueses depositaram no BPN as suas poupanças e tinham uma relação de confiança com um banco de é investigado desde 2001. Surgiu a grave crise financeira internacional. O anterior CEO do grupo saiu de uma forma pouco clara (alegadamente doença) e começaram a sair histórias escabrosas sobre a actuação da administração cessante e sobre o posicionamento e participações ilegais do banco em outras instituições para cobrir milhões em perdas (onde andam esses milhões? Estarão realmente perdidos?) O Governador do Banco de Portugal deixa escapar aquando da falência do Lehman Brothers nos EUA que temos duas instituições financeiras com dificuldades. Um mês mais tarde é divulgado parte do lote de ilegalidades e manobras do banco nos mercados e é apresentado de urgência o facto consumado da necessidade de nacionalização.

Depois de o BPN estar nas mãos seguras do estado através da CGD é que estes loucos retiram o seu dinheiro das contas? Depois do banco estar seguro é que receiam o enorme risco que correram antes? E retiram dinheiro dos cofres de um banco público para o depositar sabe-se lá em que instituição financeira privada? Está provada a estupidez dos portugueses...

Ainda o PREC...

Vale a pena ler esta pequena pérola sobre um colóquio denominado "O PREC visto da América", organizado pela Fundação Mário Soares.

Carlos Brito prestou-se ao triste papel de responsabilizar os EUA pela derrota do PREC numa sala cheia de pessoas que ajudaram a que isso mesmo sucedesse e numa sessão de lavagem histórica negam que tenha havido qualquer intervenção.

E o texto termina com esta anedota: "O autor de "Portugal Classificado - Documentos Secretos Norte-Americanos 1974-1975", cuja pesquisa durou sete anos, considerou "arrepiante quão perto" o País esteve do "abismo", no período revolucionário, ao ponto de os Estados Unidos quererem, em Setembro de 1975, distribuir armas ao PS, o que foi "travado" pelo então secretário de Estado Henry Kissinger."

Alguém no seu prefeito juízo acredita que o Henry Kissinger, esse estratega de incontáveis manobras que provocaram muitos milhares de mortos por esse mundo (veja-se o caso do aval dado aos indonésios para a invasão de Timor Leste) tivesse sido o misericordioso travão ao banho de sangue em Portugal?

Assim se percebe qual o real papel da Fundação Mário Soares na sociedade actual portuguesa.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

HAPINESS IS THE ROAD - MARILLION



Esta banda que nos tem habituado a muito bons trabalhos de diferentes estilos mas sempre com um fio condutor musical (mais ou menos próximo do rock progressivo) e ético apresenta-nos mais um álbum e mais um conceito. O verdadeiro conceito dos amantes de música. O novo àlbum está disponível para download gratuito aqui.

Estes senhores merecem todo o apoio pois são verdadeiros músicos que não se venderam ao que as grandes editoras ordenam. Eles andam por aí. Podem ser apoiados indo aos seus concertos, comprando a sua música em suporte digital ou fisico ou adquirindo mershandising diverso.

Um bem haja aos Marillion

BPN salva Governo

Chamo a atenção para o artigo que pode ser visto aqui (Diário Económico).

Algumas conclusões a tirar e algumas que vêm reafirmar a que já constatei em posts anteriores:

1) A nacionalização era o melhor caminho e inevitável para não colocar em causa todo o sistema financeiro português. Com efeito, já expressei aqui a opinião de que esta era uma medida necessária e facilmente explicável porque estanca uma ferida no sistema financeiro numa instituição que, no caso de ser bem gerida, tem toda a possibilidade de se tornar lucrativa. É obvio que as naiconalizações estão a ser utilizadas sobretudo para salvar instituições financeiras da desgraça e banqueiros da miséria. Mas neste caso o estado português poderá, a curto prazo retirar lucros actuando na banca comercial mantendo a estrutura front-office do BPN. Em suma, nacionalização necessária. Instituição com fortes possibilidades de se tornar (assim haja vontade para tal) na vertente banca comercial mais dura da CGD evidentemente com bons resultados. A CGD tem provado que o estado pode gerir bem, quando quer, mesmo sendo gerido pelos inimigos desse mesmo estado.

2)Não existe aqui um problema de falta de regulamentação. O que existe é claramente um caso criminal a ser averiguado. Temos como certa a ideia de que as auditorias e os auditores produzem sempre resultados à medida dos pedidos das administrações uma vez que são institições que fazem parte integrante do sistema e servem justamente para assinar os resultados que as empresas querem apresentar e não os resultados reais. No caso BPN de 2002 a 2007 há um vazio comleo de informação negativa. Só com a administração de Abdool Vakil surgem as primeiras informações de que algo pode estar muito errado.

3) O Governador Vitor Constâncio, um mês antes de rebentar esta bomba, ele próprio ajuda a acender o rastilho avisando que dois bancos poderão estar em dificuldades. Não disse os nomes mas era certo que se referia ao BPN e ao Finibanco. Como o caso BPN já era do domínio público houve uma corrida aos balcões e ao sistema de net-banking para levantamentos e transferências de depósitos.

4) Tendo sido detectado um buraco de 700 milhões, onde para este dinheiro? Serão efectivamente prejuízos ou estarão bem guardados na posse de accionistas que se arriscam a ser ainda premiados com indemnizações com o processo de nacionalização?

5) O caso BPN é levado a um extremo por se tratar de uma pequena instituição financeira mas o que dizer de todas as irregularidades com o sector da banca nomeadamente com o BCP e processos onde muito frequentemente tem aparecido por vias directas ou indirectas o BES?

6) Pela positivo tenho de realçar que o BPN, como banco público está a manter a postura perante o cliente e os produtos atractivos de muito baixo risco como os depósitos de curto prazo com rendibilidades bastante acima da média, e neste caso bem se pode dizer que muito acima da sua casa-mãe, a Caixa Geral de Depósitos tornando-se, enquanto banco público numa excelente instituição para captar poupanças. Daí surge-me a dúvida que esta nacionalização seja algo que tenha como fim último a anexação à CGD. Infelizmente penso que o objectivo é, a médio prazo, devolver o banco a quem o criou, e destruiu, os privados, nessa altura por meia dúzia de tostões e com as contas limpas. Cumpre-nos o dever de exigir do estado uma boa gestão e um caminho viável e próspero para o BPN como satélite ou integrado futuramente na CGD. Mas não acredito que essa seja a intenção.

Ora, o título é simples de explicar. É que esta foi a atitude mais correcta do governo. E muito embora seja criticável a possibilidade de indemnização aos accionistas é de louvar o que vem por trás a obrigar os outros bancos a maiores rácios de solvabilidade, o que pode mesmo significar várias pequenas nacionalizações à medida das necessidades da banca. O caso BPN coloca o governo bem na fotografia. Infelizmente não foram explicadas pelos media as razões pelas quais a esquerda (PCP e BE) votaram contra este processo. É que não podemos cair no erro de premiar os infractores ou mesmo potenciais criminosos, e estes processos arrastam-se por décadas nos tribunais.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

GOVERNO SALVA BPN

Não me custa nada apontar as grandes visões que por vezes os mais rasteiros governos têm. Não estou a referir-me especificamente a este. Falo em geral. Acho que este governo tem tido especialmente no último ano algumas atitudes meritórias e que temos de encarar como positivas. Talvez não suficientes. Talvez menos correctas se tivermos em conta meramente o nosso ponto de vista ideológico e, portanto, minimalista em relação a soluções que não ponham em causa o próprio sistema.

Este governo tem conseguido em algumas medidas estabelecer um ponto de equilíbrio interessante entre o sistema e as suas lacunas. A borrar a pintura de uma forma atroz vem justamente a grande contradição que é a posição na Europa sobre a legislação laboral traduzida no novo código do trabalho vergonhoso, anti-socialista e reaccionário no pior termo que esta palavra pode ter nos dias de hoje.

No entanto, pondo de parte as grandes discordâncias de sistema, esta acção, tomada com vista à nacionalização do BPN revelou-se muito importante para a saúde e estabilidade das finanças portuguesas. Mas mais ainda do que esta acção é o facto de se obrigar os bancos a reforçarem o dinheiro que realmente têm em contraponto com aquele que devem. Isto obriga a que os bancos tomem uma de duas opções. Ou aumentam capital por vias próprias, pelos seus accionistas ou por novos. Ou recorrem à verba que o estado acaba de colocar à disposição dos bancos para este efeito. Se o fizerem o estado exige que este valor seja tomado não como empréstimo mas como participação activa do próprio estado no banco.

Depois de há umas semanas Constâncio ter cometido a gafe que acabou por ajudar à queda do BPN causando um levantamento maciço de depósitos deste banco e consequentemente a sua falta de liquidez imediata, agora aparece o governador com o ministro das finanças a anunciar o inevitável.

Estas duas medidas aparecem no mesmo dia em que o estado promete uma célere resolução no pagamento das dívidas do estado às empresas do qual é devedor. Parecendo que não, tudo isto está interligado e gera-se aqui um muro contra alguns maus ventos que ainda estar por chegar até nós. O governo acautela o capitalismo de forma positiva. É uma estupidez pensar que o capitalismo pode e deve ser derrubado desta forma. Esta não é uma dinâmica de destruição mas será, sem dúvida, de mudança radical no próprio sistema. Que se desiludam os que pensam que este se tornará menos injusto ou arbitrário. Apenas percorrerá outros caminhos para a mesma aplicação das velhas doutrinas liberais convertidas.

Assim como a ganância dos gestores leva a conduzirem empresas por caminhos longínquos de todos os textos criados e recriados da boa prática de gestão empresarial também os governantes vão cair novamente na tentação de devolver ao livre mercado o que agora estão a querer regular. Esta medida pecará se for temporária. Esta medida estará condenada se não se condenarem as más práticas e as gestões danosas, por exemplo, dos senhores do BPN, todos eles barões e ex-governantes do PSD cavaquista. Esta medida poderá ser mal compreendida e aceite se insistirem em indemnizar accionistas culpados da presente situação como se recebessem ainda um prémio por isso. Assim é dito da esquerda comunista à direita Popular.

É uma importante medida. Resta ver as consequências e tudo o que se segue.

Uma explicação perceptível da situação

É raro ter como referêcia a televisão para qualquer coisa mas parece-me de inteira justiça mencionar o trabalho de explicação do jornalista da SIC José Gomes Ferreira sobre a actual situação na banca em http://sic.aeiou.pt/online/scripts/2007/videopopup2008.aspx?videoId={4C04076E-2ED5-4961-9C4F-D6DEDD3C2068}}

domingo, 2 de novembro de 2008

E da Suécia...

... uma melodia que me apeteceu agorinha mesmo ouvir... e partilhar. Grande banda!!

E há realmente uma escolha? Parte II (Os candidatos de que não se fala)

Para complementar o texto sobre as eleições americanas convém deixar um pequeno acrescento de informação que é muito importante. Num país onde o candidato favorito se deu ao luxo de gastar 6 milhões de dólares para fazer passar nos principais canais televisivos uma campanha extremamente bem elaborada em termos de marketing é fácil compreendermos em que consiste o totalitarismo norte-americano.

Mesmo com todas as restrições que impedem pequenas estruturas de lançarem candidaturas e as manterem quantos são verdadeiramente os candidatos nestas eleições? Estão muito longe desses dois que os media apresentam, mas os outros estão muito perto da total e absoluta ignorância. Assim sendo, e para que sejam pelo menos falados uma vez na blogosfera nacional aqui fica a lista de TODOS os candidatos à presidência dos EUA:

Gene Amondson/Leroy Pletten - Prohibition (Proibicionistas)

Chuck Baldwin/Darrell Castle - Constitution, Kansas Reform, Virginia Independent Green (Ultra - Liberais)

Bob Barr/Wayne Allyn Root - Libertarian (Ultra - Liberais)

Róger Calero/Alyson Kennedy - Socialist Workers (Socialistas, Trotskistas)

Charles Jay/Thomas L. Knapp - Boston Tea (Ultra – liberais)

Alan Keyes/Brian Rohrbough - Independent, America's Independent (Independente radical religioso)

Gloria La Riva/Eugene Puryear - Socialism & Liberation (Comunista, Marxista)

John McCain/Sarah Palin - Republican, New York Independence, New York Conservative (Republicano – conservador)

Cynthia McKinney/Rosa Clemente - Green (Ecologistas)

Brian Moore/Stewart Alexander - Socialist, Vermont Liberty Union (Social Democratas)

Ralph Nader/Matt Gonzalez - Independent, Independence-Ecology[5], Peace and Freedom, Michigan Natural Law, Delaware Independent, Oregon Peace, New York Populist (Liberal, ecologistas)

Barack Obama/Joe Biden - Democratic, South Carolina United Citizens, New York Working Families (Liberais)

Thomas Stevens/Alden Link - Objectivist (Ultra – Liberais)

Ted Weill/Frank McEnulty - Reform (Ultra –Liberal / Reformista)

Para que se entenda, os eleitores, que em alguns estados já votam há duas semanas, não escolhem o seu presidente. Eles apenas elegem o colégio eleitoral que designará quem será o próximo presidente. Para além disso muitas outras eleições correm em paralelo para cargos de muitas naturezas completamente diversas.

E se os mortos cuspissem....

hoje teria sido mais um dia ideal. No dia de hoje os cemitérios concorrem directamente com os Shoppings. Carpideiras e corneteiros desfazem-se em trabalhos para rivalizar na beleza das últimas moradas dos mortos que foderam em vida. Ou que se perderam da vida. Ou que se cansaram de viver. Ou que sofreram acidente de igual proporção àquele que fez encontrar o espermatozóide e o óvulo. Os que os anos vividos atiraram para o lixo numa sociedade toda ele transformada num enorme aterro.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Os negócios sem crise

Há dois negócios que nunca consegui encarar como sendo sequer passíveis de existirem enquanto negócios e que se mantêm ou crescem abruptamente com as crises. Um dos negócios é precisamente o dos cobradores "do fraque". Vejam esta pérola da imbecilidade no site de uma destas empresas que deveriam ser ilegalizadas. Os idiotas descerebrados contratados para trabalhar(?) nestas empresas produzem textos deste género sobre as suas experiências de trabalho. O factor humano está morto há muito tempo.

Outro dos negócios que me enoja desde criança (não sei onde fui buscar essa clarividência na infância) é precisamente o negócio da morte e do folclore em torno da morte. Em tempos de crise a morte está mais presente e o negócio prossegue a bom ritmo. O serviço de enterro ou cremação de um morto deve ser um serviço social e não um negócio parasitário de gente decrépita e amoral pago a peso de ouro.

E para 2009...

teremos José Obama e Manuela McCain nesta roda viva de democracia, neste carrocel estonteante de pluralismo. O papagaio e a catatua desta mercearia em vias de encerrar as portas para o Shopping Center global.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Economia para totós… ou será por totós?

Há uns anos atrás O ex-primeiro-ministro Eng. Guterres afirmou categoricamente que estávamos a atravessar uma crise. É obvio que ele queria dizer pura e simplesmente que era um incapaz (como governante, entenda-se). Após esta deserção o país optou por uma nova liderança que anunciava a salvação. Porém, sempre por factores externos, também era diagnosticada a crise e culpabilizado o anterior governo. O primeiro-ministro deixa que se construa o álibi que o salvará e corre desertando para a União Europeia naquilo que prometiam ser o mais honroso cargo atribuído a um político nacional. Enquanto este senhor Dr. Barroso se prepara para participar na fase de conspiração para a guerra com Bush e Blair em Portugal vive-se a mesma anedota da crise mas desta vez agravada pelo facto de ter ficado à frente do governo um homem ao qual foram negadas quaisquer possibilidades de poder alegar que aí estava a crise. Transformaram-no na crise naquele que foi um dos mais tristes espectáculos de cumplicidade entre a sabujice dos meios de comunicação social e uma bem montada estratégia por um lado do partido socialista e por outro dos seus pares do PSD que não podiam admitir um homem como Santana à frente dos destinos do partido e muito menos do governo. Sem o álibi da crise mas com a legitimidade democrática das sondagens da Marktest o então Presidente da República resolve dissolver uma assembleia democraticamente eleita e com uma maioria governamental coincidindo esse acto com a minúscula distância temporal da eleição do futuro líder socialista.

Na campanha eleitoral muito se falou da crise ou crises e muitas promessas foram debitadas em nome de programas que se sabiam nunca poderem ser cumpridos. A comunicação social cilindrou Santana e elegeu ou fez eleger Sócrates.

Desde que o Eng. José Sócrates assumiu o poder não se fala noutra coisa que não a crise. Se é a mesma, se é outra, se os contextos são diferentes, é algo que devemos pensar, mas a crise é o que existe em comum a todos estes os dirigentes porque também comuns são as soluções e as fórmulas apresentadas. O álibi de Sócrates é a crise internacional ajudada a criar por um dos seus antecessores à escala mundial quando decidiu participar em mais um dos cenários de intervencionismo unilateral e imperialista dos norte-americanos. E não bastando tal demonstração de miserável lambe-botismo à portuguesa ainda teve de o promover em território nacional colocando o país numa situação complicada.

O que distingue Sócrates é que ele passa pela apresentação da crise como vítima de circunstâncias que lhe são totalmente alheias para explicar o relativo insucesso das suas aplicações políticas práticas. Sim, eu disse relativo insucesso. Sócrates aparece hoje vencedor dos que, à sua direita, diziam que era uma estupidez o estado ser proprietário da Caixa Geral de Depósitos. Não que ele não pense da mesma forma, mas agiu de forma diferente. Sócrates aparece no actual cenário, um capítulo avançado dessa eterna crise, como um social-democrata reformador e sobretudo como alguém que resolveu apostar em inovações, ou inovação, como queiram. O discurso da crise permanece o mesmo. Está lá a desculpabilização mas estão também outras coisas como a possibilidade histórica de alterar sem grandes protestos, por exemplo, a legislação laboral. As pessoas estão bêbadas de crise, entorpecidas pela Euribor e pelas cartas das financiadoras a pedir dinheiro. O que é certo é que esta crise eterna é uma máquina de criar excluídos. As práticas socialistas deste governo têm diminuído esses efeitos mas a ferida é bem maior que o penso que a cobre.

Segundo dados recentemente divulgados o valor dos imóveis tem vindo a cair de forma acentuada nos últimos dois anos à semelhança do que sucedeu nos Estados Unidos e que despoletou a chamada crise do subprime. Corremos o mesmo risco de pagarmos algo que não vale uma pequena fracção do valor de aquisição e respectiva hipoteca.

Os economistas dizem que tudo está bem. Que é tudo passageiro e que melhores dias já se vislumbram. Outros mais pessimistas dizem que o fim deste processo de crise, a tal eterna crise, ainda não tem fim à vista. Os mais realistas dizem que estamos apenas no início de algo desconhecido mas que pode transformar radicalmente a sociedade. Ora, tam como o socialismo mitigado de Sócrates demonstra cá pelo nosso pequeno país o capitalismo tornou-se invencível e indestrutível pelo que é só uma questão de tempo e, ou estaremos mortos, ou saídos da crise. Na perspectiva mais realista, se não mortos continuaremos na mesma crise com outros protagonistas. A crise faz parte do processo. É uma espécie de betão que estanca as feridas do capital.

Quando os gigantes do capitalismo começam a despedir em massa continuamos sem ouvir ou ler sobre milionários que ficam miseráveis. Os economistas resolveram reinventar Marx precisamente para salvar o capitalismo, os capitalistas e sobretudo o principal, o capital. Esses economistas até ontem neo-liberais até ao osso hoje são keynesianos e foram lamber os restos do marxismo na intervenção do estado não onde Keynes a previa (absorvendo os restos humanos, as sobras humanas que o mercado não quer) mas antes redistribuindo a riqueza (ou a dívida) dos povos e dos estados pelos milionários do sistema financeiro que, por sua vez, é suposto financiar a economia. Aquilo a que já se chama de Socialismo dos ricos ou o salvamento do credor e não do devedor. Devedor esse que é precisamente a matriz do desenvolvimento do próprio sistema capitalista.

O mercado de capitais está a experimentar momentos complicados, à semelhança de outras alturas. Estas crises são cíclicas. Talvez por isso ouvi com relativo interesse um debate para totós sobre economia na RTP-N que terminou de uma forma espantosa. O apresentador pergunta aos entrevistados se este é o momento ideal para investir em acções. A resposta é clara. Sim, este é o momento ideal se tivermos pelo menos dez anos para esperar pelo retorno e soubermos investir de forma dispersa. Por momentos relembrei muitos dos textos que tenho vindo a ler dobre a matéria e voltei à realidade de que aqueles senhores são economistas. À semelhança da estupidez do comentário de Constâncio sobre a saúde financeira de dois pequenos bancos levando a um levantamento enorme de depósitos do BPN obrigando este banco a recorrer a um empréstimo da CGD, a mesma estupidez é demonstrada pelos economistas em questão. Em primeiro lugar é necessário cair na realidade de que as poupanças dos portugueses muito reduzidas e que o nível de endividamento está já em níveis incomportáveis. Se esta é uma boa altura para o investimento na bolsa não o será certamente para quem não conhece sequer a palavra investimento pois não lhe é apresentada outra fundamental que é o rendimento. Não menos de dez anos é o que prometem estes senhores para um retorno razoável de investimento. Seria bom se a vida humana fosse eterna ou se houvesse dinheiro a rodos para sustentar esse parasitarismo financeirista.

domingo, 19 de outubro de 2008

E há realmente uma escolha?

Agora que se aproximam as eleições americanas é necessário entender como funciona esta máquina de brincar às democracias e de queimar dinheiro em nome de interesses ocultos e obscuros. Muitos defendem que os EUA são uma democracia mas escondem como tudo se processa ao ponto de darem a entender ao público que os americanos realmente escolhem seja o que for no processo eleitoral para a presidência. O que se tem visto é que cada candidato do partido único com duas cabeça à direita e à extrema-direita a que decidiram estupidamente chamar de “democratas” e “republicanos” atira contra o outro todos os argumentos possíveis e imaginários de campanha suja criando a ilusão de divergência onde mais concordam. Mas a verdade é que os EUA não são o país mais importante do mundo. São um império forçado militarmente de mentiras. Começando obviamente pelo sistema político que anula as alternativas quando pretensamente é o símbolo da democracia. Se a democracia é escolher de quatro em quatro anos líderes embrenhados em campanhas milionárias, iguais entre si, que anulam a possibilidade de outras escolhas à partida então a democracia burguesa atingiu finalmente a sua última etapa, a da ditadura travestida de democracia. Viver na liberdade a mais humilhante prisão, da ignorância e da estupidez.

Para que votam então alguns americanos? Algum, porque o número de votantes é escasso tendo em conta a população do país. É fácil compreender no final deste texto porque não votam os americanos. Mas os que votam fazem-no com a consciência de que escolhem um presidente?

Os eleitores não votam para o presidente dos EUA. Em primeiro plano há que compreender que para exercerem o voto os eleitores têm de ser reconhecidos como tal. Ao contrário do que conhecemos no nosso país, nos EUA são os eleitores que têm de se registar para votar a cada acto eleitoral. Normalmente os eleitores autopropõem-se como tal através de campanhas de recrutamento pelos dois supostos partidos americanos. O eleitor pode apresentar-se ou propor-se como democrata, republicano ou independente (?) no acto do registo. O registo pode ser feito por uma infinidade de formas. Basta procurar na internet e veremos milhares de páginas com formulários que conduzem ao registo de eleitores partidários ou independentes. Em suma, para que possa votar (o que cá é considerado um direito) o cidadão americano tem de propor-se pelos seus meios tendo de partir da sua iniciativa ou do acompanhamento partidário uma vez que o eleitor se propõe como apoiante do partido democrata, republicano ou independente. Os dados deste processo anedótico de recenseamento estão disponíveis à data das eleições para que se compreendam melhor as circunscrições eleitorais. Ou seja, não exista surpresa na realidade.

Salvo raríssimas situações previstas na lei, o voto em Portugal é universal. Nos EUA existem estados onde sujeitos que estiveram presos jamais poderão votar. No entanto na maioria dos estados esse direito é negado a quem esteja preso ou sob qualquer forma de liberdade vigiada ou condicionada ou por ter um antecedente criminal de delito grave. Mais interessante é que em alguns estados procedem a uma limpeza dos registos eliminando nomes que são idênticos ou muito parecidos com nomes de condenados com crimes graves, presos ou em liberdade. Este processo é feito por empresas informáticas especializadas e próximas dos partidos do sistema e tem como objectivo reduzir ao mínimo possível os votos das minorias, nomeadamente a comunidade negra que vota tendencialmente mais pelos democratas. Nesta eleição que se aproxima a questão coloca-se mais do que nunca uma vez que pela primeira vez aparece um candidato mestiço e com fortes probabilidades de ganhar. Será por isso que se vem ouvindo crescentemente nos comícios republicanos expressões como “arranquem-lhe a cabeça” ou “matem-no!”. Sendo semelhantes entre si os candidatos nas questões principais o candidato republicano não consegue ver sequer o seu opositor como seu igual.

Não é compreensível como num país desenvolvido existem incontáveis irregularidades no processo eleitoral, com supressões deliberadas de votos, com fraude e manipulação no processo electrónico de votação e fraude constante na votação por correio. Os sistemas de votação electrónica têm vindo a substituir os métodos tradicionais. Cada estado, e dentro deste em cada condado é que decide qual o método a utilizar para o voto que pode variar entre as formas mais estranhas como por exemplo cartões perfurados.

A questão central é precisamente o objecto do voto. O presidente não é eleito pelos eleitores. Estes votam para um colégio eleitoral formado por criaturas sinistras que ninguém sabe quem são nem de onde vêm e muito menos ao que vêm e são estes que elegem o presidente. Esse colégio eleitoral de “electoral votes” ou votos eleitorais, decide quem vai ser o próximo presidente. Contudo, na grande maioria dos estados (excepção feita ao Maine e ao Nebraska onde é usado o método de Hondt) é usado a regra maioritária onde o partido com mais votos leva todos os representantes. Não existindo proporcionalidade é negada a possibilidade de existência de outras candidaturas. No entanto é mesmo esse o intuito. A bipolarização não é mais que fachada uma vez que republicanos e democratas são duas faces da mesma moeda como em qualquer sistema totalitário. Os cidadãos votam em fulanos que desconhecem e em quem acreditam estar bem depositada a sua vontade embora nada os obrigue a cumprir o sentido de voto de quem os elegeu.

A democracia tal como a devemos entender deve ser regida clareza do sistema político. Este não é nada claro. É mesmo muito sombrio. Numa época de crise, dizem mesmo a maior desde a grande depressão estão a ser disputadas as eleições mais caras de sempre. São milhões de dólares que servem para empobrecer o sistema político e que terão de ser mais tarde retribuídos a quem os financiou. O sistema está preso por milhões à grande finança para que depois, em momentos de desespero e falhanço o estado intervenha para a salvar tornando este ciclo no mais ruinoso ciclo político na história da humanidade. Este é, sem sombra de dúvida o mais podre império de todos os tempos.

Um pormenor curioso é o facto insólito de as eleições se realizarem sempre a uma terça-feira quando a grande maioria das pessoas estão a trabalhar e muitas vezes fora das suas circunscrições eleitorais. Será fácil entender as abstenções superiores a 50% e o facto de um em cada quatro americanos dizer não acreditar no sistema político do seu país? Não seria de terem em consideração um sistema de sufrágio universal? É evidente que não. Este sistema permite a manutenção automática do poder dentro do totalitarismo bicéfalo da política americana.
As campanhas eleitorais são disputadas fundamentalmente através dos meios audiovisuais pelo que representam um grande negócio para os designados “media” nas mãos das mesmas corporações que “doam” para ambas as campanhas.

E para culminar, por norma os candidatos têm vindo a tornar-se cada vez mais burros e estúpidos, mais acéfalos, mais patriotas e religiosos, mais despesistas, mais liberais ou mais conservadores. Têm-se feito rodear sempre da pior escumalha à face do planeta.

Remato os votos sinceros para a vitória de McCain pois parece-me o caminho mais curto para a destruição dos EUA enquanto império e para a sua desgraça económica e militar.

Como o revivalismo nos pode salvar do lixo futuro

Esqueçam, o tema comprido é apenas para enganar. Queria apenas fazer uma referência agora que o negócio de alguns trouxe de novo à ribalta os suecos ABBA. É que eu gosto daquele pop rafeiro e de vez em quando ainda ouço aquelas maravilhas sem algodão ou cotonetes. Gosto muito do "The visitors" ou da melodia ingénua do "Arrival". Hoje já não se faz merda com aquela qualidade.

sábado, 11 de outubro de 2008

Nos piores momentos, as piores ideias

Hoje foram chumbados na Assembleia da República duas propostas que visavam a possibilidade de casamentos civis de pessoas do mesmo sexo. Felizmente essa lei não passou e infelizmente a esquerda política foi quem trouxe à baila este tema quando atravessamos um momento em que temos temas muito importantes sobre os quais temos de reflectir. No entanto, e como nada vem por acaso será importante esclarecer porque motivo não consigo compreender particularmente o voto do PCP nestas propostas.

Em primeiro lugar a “instituição” casamento tem uma origem religiosa. A lei, com as várias mutações que sofreu ao longo dos anos e dos regimes conferiu-lhe um certo enquadramento que só pode ser entendido como um contrato conjugal.

De há uns anos a esta parte foi também criado um outro contexto que considero de muito maior importância na sociedade actual, o de “União de facto”.

Casamento e União de Facto são duas realidades diferentes porque representam logo à partida uma diferenciação legal em matérias como direito de sucessão por exemplo. No entanto, e dado que vivemos num país laico, a União de Facto deveria ter-se desde logo apresentado como uma alternativa que pode ou não (consoante vontade dos intervenientes) ser comparado juridicamente a um contrato matrimonial sem que exista formalmente um acto civil.

A limitação atribuída à opção da União de Facto impede que a sociedade se liberte do casamento não só como instituição religiosa mas como contrato civil. Os direitos e deveres desta “instituição" não são traduzidos para a UF como deveriam ser caso fosse essa a vontade dos intervenientes sem lhes exigir o folclore religioso ou legal.

Assim sendo, entendo que uma sociedade laica deve dar a opção do casamento religioso a quem professe uma religião qualquer (reconhecido de forma automática a nível civil), do casamento civil a quem entenda que deve ser formalizado um contrato matrimonial mas também deveria dar a opção aos casais em UF de terem regimes idênticos a todos os níveis ao casamento sem a formalidade do acto ou a opção do presente contexto limitativo das UF.

Perante as propostas de lei apresentadas hoje à apreciação do parlamento parece-me que é pretendido para “pares” de pessoas do mesmo sexo o regime do casamento civil ignorando que já podem ter os regimes das UF. Perante isto fico com a ideia de que a sociedade em geral quer continuar a descriminar as pessoas que decidem não querer celebrar contractos de casamento formais tanto que os “pares” homossexuais se vêem na necessidade de recorrer à única figura legal que lhes permite terem direitos semelhantes aos dos casamentos. Casamentos, entenda-se de heterossexuais porque outros não são permitidos. Essa é a raiz da descriminação.

Sendo politicamente incorrecto não entendo sequer como lógicas estas propostas. Nada vejo de benéfico num contrato de casamento. Não altera ou não acrescenta nada de novo às pessoas apenas lhes atribui um conjunto de direitos e deveres consagrados numa lei algo retrógrada. E não vendo nada de positivo no casamento apenas o consigo entender nos tempos modernos como rituais de puro folclore religioso ou legal. Sendo mais politicamente incorrecto não vejo como pode uma sociedade permitir que se normalizem e se formalizem relações homossexuais como sendo normais dentro de “instituições” que foram geradas em contextos fundamentalmente religiosos. E mais além não vejo porque motivos estarão interessados os “pares” homossexuais em entrar nesses mesmos processos ritualizados quando estes representam a contradição e a negação à sua própria condição. Senão vejamos as posições que as igrejas diversas têm sobre este tema.

A palavra casamento é o ponto de discórdia principal aqui. Este representa um determinado contexto que não pode nem deve ser alterado. Pertence a uma cultura, é uma referência cultural e civilizacional. Se copiarmos o texto de lei e o colocarmos nas UF deixa de tocar nessa ferida e não creio que retire qualquer ponta de justiça ou igualdade seja a quem for.

Mas a questão ainda pode ser vista mesmo pelo prisma da igualdade. Os “pares” homossexuais pretendem essa igualdade? Como se manifesta no dia-a-dia essa pretensão, nas marchas folclóricas realizadas justamente para afirmação e diferenciação de uma comunidade que tende a ser muito elitista e muito dominadora em certos aspectos?

A recusa pura e simples das duas leis postas à discussão, parece-me ser a posição mais acertada. E acredito que o PCP de outros tempos o teria feito sem hesitar. Hoje, a luta cerrada com o BE por uma ideia de esquerda moderna parece-me que pode estar a causar algumas estranhas reacções e posições do partido.

Quanto à questão da possibilidade de adopção contida na proposta do BE penso que nem sequer deve ser tida em conta. Não deve ser discutível e deve ser travada a todo o custo. A nossa sociedade já está mal quanto baste.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

IVA com recibo

Mesmo partindo esta ideia da direita política há muito que tenho vindo a escrever sobre este tema. portanto só fica bem juntar a minha voz a algumas que apareceram a pretender alterar a forma como é processado o pagamento do IVA.

A questão é simples. Presume o estado que a uma factura corresponde um pagamento e perante isto exige que ao fecho do mês ou do trimestre (consoante o tipo de regime escolhido) a empresa tenha de liquidar o IVA constante nas facturas emitidas. Acontece que os pagamentos podem se rmuito posteriores (ou mesmo até nem serem efectuados) à data da emissão da factura. Tal como já sucede em alguns países a melhor solução para melhorar a liquidez das pequenas e das médias empresas (as mais afectadas pelo problema) será justamente a cobrança do IVA pelo recebimento e não pela facturação tornando o recibo e não a factura no documento central do negócio em causa.

Não se trata de uma questão ideológica mas de uma contradição contabilistica. No entanto é preciso termos em atenção o facto de que o princípio gerador da falta de liquidez das empresas é justamente o terrível hábito português dos pagamentos a perder de vista mantidos pela grande maioria dos empresários portugueses.

Entre o inferno e a salvação...



A imagem tem 33 anos e representa o momento histórico da nacionalização da banca portuguesa pouco depois do 25 de Abril, de forma a assegurar que este sector terminasse com a sabotagem sobre múltiplas formas à economia nacional então em processo. As movimentações da banca tinham a intenção clara de inviabilizar a evolução política democrática pelo seu comprometimento com o anterior sistema e com as oligarquias reinantes.

António Borges, uma das mais importantes figuras da opinião económica e do PSD actual defendeu há poucos meses que deveríamos caminhar para a privatização do único banco do estado, a Caixa Geral de Depósitos. Ainda não se conheciam os acontecimentos últimos desta crise que agora assola os mais desenvolvidos redutos do neo-liberalismo. Esta ideia vem na mesma senda dos crimes económicos cometidos quando se privatizaram companhias como a Galp, a EDP ou a PT. Vem sobretudo em contra-corrente com a pouca-vergonha das soluções apresentadas para conter a sangria da actual crise financeira. No mesmo caminho que leva os contribuintes das nações mais afectadas a pagarem duramente a factura da irresponsabilidade criminosa de alguns no sector e de muitos na política. E, pasme-se, aqueles que tiveram as mesmas linhas de pensamento que este prestigiado economista.

Relembrar as nacionalizações de há 33 anos em Portugal serve apenas para ilustrar como aquilo que os ultra-liberais apontam como tendo sido o responsável pelo atraso do nosso país serve hoje de ferramenta para salvar o próprio sistema capitalista. Mas mesmo isso pode não chegar. O caso da Islândia é disso um exemplo. É o próprio estado que se encontra falido. Como é possível suceder uma crise desta envergadura num dos países mais ricos do mundo? Pior do que tentar chegar a uma resposta breve e simples é tentar compreender como é que pode a contracção de mais uma dívida perante a Rússia pode trazer a solução ao problema deste país.

Chegámos ao ponto em que temos de compreender que não podemos andar uma vida inteira a parecer algo que não somos. A viver bem às custas de um endividamento que nos pode cair em cima a qualquer momento ceifando-nos toda uma vida de trabalho e de esforço. Temos de compreender que, aconteça o que acontecer os responsáveis por toda esta confusão nunca serão sequer beliscados por esta crise. Os contribuintes pagarão a manutenção das suas fortunas. Aliás, é de pensar porque já se falam de tantas falências e de algumas “nacionalizações” de instituições financeiras e não se ouça rigorosamente nada sobre ricos a ficarem pobres. Nem vai suceder porque estes pobres, mas sobretudo as camadas intermédias, irão providenciar a manutenção das suas riquezas através destes processos fraudulentos de nacionalização que não são mais que o absorver das dívidas nas contas do estado para salvaguardar os interesses dos especuladores e das grandes fortunas.

À semelhança do que aconteceu no Portugal do pós-25 de Abril em que, no dia seguinte toda a gente passou a ser revolucionária até ao osso, mesmo os que sempre dormiram com o regime Salazar-Caetano, hoje todos os liberais escarnecem o neo-liberalismo e que sempre foram pela regulamentação dos mercados. Não nos iludamos. Os novos esquerdistas e direitistas com discurso de esquerda são da mesma laia que os que saíram do MRPP para a liderança da política e da intelectualidade de direita no Portugal actual. Eles sempre quiseram tudo desregulamentado e entregue aos mesmos patrões de sempre, os seus ou melhor ainda, eles mesmos.

Estes são os senhores que nos querem fazer crer que as nacionalizações do 25 de Abril eram más mas que as actuais são boas porque são a tábua de salvação do próprio sistema financeiro. Os mesmos que venderam por valores ridículos aos privados empresas públicas lucrativas e algumas delas monopólios. Os mesmo que sempre têm feito um finca-pé ideológico contra o intervencionismo estatal.

À esquerda tem de haver uma postura forme de salvaguarda da identidade ideológica da diferenciação entre os processos de nacionalização e o actual processo de fraudes de nacionalização de dívidas absorvendo no estado os falhanços e os irregularidades e irresponsabilidades assumidas pela alta finança e pela política sempre cooperante e conivente. A esquerda tem de manter firme a ideia de que a banca e os seguros têm sempre de ter uma âncora firme no estado.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

O debate mais estúpido do mundo

Acerca deste segundo debate entre os dois candidatos à presidência dos EUA e segundo um dos comentadores da CNN (não sei quem porque me pareciam todos iguais) McCain prometeu pagar as casas de toda a gente e Obama prometeu cuidados de saúde para toda a gente, o que é bom para um país que se encontra falido. A expressão é dele. A realidade também.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não fora a mão protectora e o capitalismo um destes dias acordava morto

Cada dia que vai passando sobre este carrocel de acontecimentos respeitantes à crise financeira vai-nos dando uma imagem mais real e mais tenebrosa quanto às causas e consequências de tudo isto. Mais preocupante é termos a noção que as soluções apresentadas são apenas e só a potenciação dos factores de crise. A manutenção da desregulamentação e a injecção de capital onde ele foi suprimido por manobras criminosas. Um sistema político e económico que tem como base da sua propaganda o sucesso e a eficácia premeia justamente os mais capazes desta espécie de Darwinismo económico. É que os mais fortes são sempre os que sobrevivem mesmo que as estruturas que criaram e mantiveram se desfaçam em pó. Desaparecem as estruturas empresariais mas o capital não se move das finanças pessoais de cada um dos criminosos dos movimentos de capitais. Não fora a mão protectora dos políticos cobardes e cumplices e o capitalismo um destes dias acordava morto.

sábado, 27 de setembro de 2008

O grande debate americano, qual o candidato mais idiota?

Não é possível descrever o que se passou esta noite no debate entre os dois candidatos à presidência dos EUA. Os homens que disputam a liderança do país mais poderoso do mundo são dois idiotas que dizem e pensam exactamente o mesmo. Muito pouco ou quase nada. O espectáculo continua e os actores estão a cumprir bem o papel para o qual estão a ser pagos.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Como se torna o capitalismo invencível?

A resposta tem vindo a ser encontrada crise após crise. A solução para o combate a cada uma das crises sistémicas (mas aparentemente conjunturais) é a aplicação de medidas aprendidas do socialismo mas invertendo o objecto. Tornando o estado numa ferramenta para manter as fortunas dos que perderam na roleta russa do azar dos mercados. Como quem controla o estado é a mesma gente que controla a economia, o capitalismo torna-se invencível e por mais incrível que possa parecer o capital continua a circular nas mesmas mãos mesmo com o sistema financeiro a colapsar.

Hoje, num dos noticiários da SIC Notícias, num pequeno debate entre Martim Cabral e João Pereira Coutinho ficou claro que a simples ideia de querer colocar em causa o sistema capitalista é como desatar a anunciar a invasão de marcianos. Os liberais acreditam religiosamente nos mercados e na forma como eles funcionam. Enquanto Martim Cabral fazia uma crítica muito leve à falta de regulação dos mercados financeiros, João Pereira Coutinho falava em algo mais devastador. Segundo ele a culpa desta crise é justamente das sucessivas intervenções estatais no sacrossanto mercado. São estas intervenções que fazem com que o mercado não funcione em pleno não existindo um verdadeiro sistema económico liberal.

Por aquilo que temos ouvido, e é preciso ter em conta que hoje o ouvimos do presidente actual dos EUA, a não intervenção do estado sobre os mercados financeiros poderia representar um desastre e potenciar uma crise internacional de proporções incalculáveis. Poderia mesmo tornar mais credível a anúncio da invasão dos marcianos ou do fim do determinismo capitalista. Claro que Bush não ouviu a sábia intervenção de Pereira Coutinho na SIC Notícias senão teria imediatamente parado com o plano mega milionário de salvação financeira porque isso, segundo aquele comentador só estraga o capitalismo. Acontece que estas intervenções aparentemente socializantes são exactamente a salvação do sistema.

Os milionários de Wall Street podem sempre estar certos que, independentemente do mal que fizerem e do parasitarismo económico que espalharem no mundo, a mão contraditoriamente socializante do estado irá salvar as suas fortunas roubando dos contribuintes em geral. E algum tempo mais tarde, por pouco mais que nada devolverá à iniciativa privada as empresas salvas de dívidas para que novamente sejam entregues às lógicas do mercado que as destruiu.

Quanto aos que não conseguiram pagar as suas casas e viram os seus bens penhorados são apenas danos colaterais neste ciclo vicioso de invencibilidade do capitalismo.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

Regras básicas para uma saúde financeira ou como escapar ao determinismo capitalista (I)

O capitalismo é por si mesmo dependente do mercado e este é ganancioso e anseia pela liberdade total e por todas as formas de se libertar de qualquer regulamentação. O determinismo capitalista dita que todos sejamos consumidores num mercado global carregado de super-produção de artigos desnecessários. Existem formas simples de escaparmos a esse determinismo sem termos de viver à margem da sociedade mas também sem termos de ser involuntariamente consumidores. A escolha é nossa a todo o tempo em que temos a consciência do que acontece à nossa volta.

Se todos somos compradores obrigatoriamente é falsa a ideia de que tenhamos de ser consumidores. A publicidade e o marketing são ferramentas ao serviço da sociedade de consumo para nos trazer a informação sobre os produtos e serviços disponíveis. Mais do que isso fazem-nos crer em algo mais que os produtos e serviços em si elevando-os à categoria de promotores de “status”. Uma das ideias a ter em consideração para nossa defesa é que não necessitamos de “status” para rigorosamente nada e que o dinheiro é um bem precioso e cada vez mais caro que deve ser tido como um bem material importante para um percurso de vida estável e seguro. O capitalismo e o mercado não asseguram trabalho como direito, pelo que não asseguram o seu próprio ciclo de sobrevivência através da manutenção do consumo igual em todas as camadas populacionais. E como podemos constatar através dos mais recentes acontecimentos reveladores da crise sistémica do sistema capitalista à escala global não existe uma preocupação com essas mesmas camadas. O sistema apressa-se a proteger as instituições financeiras vítimas de todo o tipo de má conduta e acção especulativa criminosa mas não protege os verdadeiros prejudicados com estes jogos perigosos, aqueles que se vêem impedidos de pagar os seus empréstimos porque se vêem sem dinheiro e com os seus bens imóveis altamente desvalorizados.

Um dos factores a ter em conta para não sermos engolidos por esta orgia de necessidades falsas e de créditos que nos teimam em querer enfiar pela goela a toda a hora é nunca deixar ultrapassar a importante fasquia dos cinquenta por cento. Nunca devemos sequer considerar obter créditos que correspondam a mais de metade do vencimento ou dos rendimentos mensais. O sistema faz crer que os créditos são fáceis mas existem factores que os podem tornar difíceis depois de contraídos ou mesmo impossíveis. A possibilidade do desemprego ou de problemas de saúde que possam impedir o cumprimentos de créditos com esforços demasiado elevados é um factor sempre a ter em conta. Pode mesmo salvar famílias de situações dramáticas no futuro.

Lembre-se que a internet é hoje um veículo inesgotável de informação. Uma família de camadas baixas e médias baixas da população não podem dar-se ao luxo de gastos com produtos culturais e de entretenimento. Por muito que as teorias consumistas liberais incentivem a estes gastos a realidade desmente a compatibilidade de uma boa saúde financeira das famílias e de gastos supérfluos com este tipo de produtos. Quer isto dizer que as camadas mais baixas não têm direito à cultura e à educação? É precisamente isso que é pretendido pelo sistema. Uma família de camadas mais baixas não pode dar-se ao luxo de adquirir literatura, música, filmes ou outro tipo de arte uma vez que ao rendimento familiar já falta para bens aparentemente mais essenciais. A internet é assim o veículo que, tendo sido criado para um fim radicalmente diferente, consegue trazer até nós todas as formas de conhecimento e cultura por um preço relativamente baixo. A obtenção de bens culturais por meio informático é mais barata e pode representar mesmo uma redução significativa de gastos com este tipo de produtos. Mais ainda se recorrermos à partilha de ficheiros, fundamental para a partilha do conhecimento e para a democratização dos produtos culturais. Os artistas não perdem por essa via, antes pelo contrário. O seu nível de conhecimento e reconhecimento públicos aumentam exponencialmente e a crescente independência dos criadores perante as políticas editoriais dos grandes grupos editores é um factor positivo na democratização da criação artística.

O cartão de crédito é uma ferramenta mas pode também ser uma corda no pescoço dos mais incautos. Deve sempre ser usado na sua função de retardador de pagamento e nunca na função específica de crédito. Reúna tantos quantos lhe sejam oferecidos mas todos a cem por cento de pagamento. Utilize-os sempre que seja permitido mas sempre tendo em conta o dinheiro que representa cada uma das transacções. Porque é o cartão de crédito positivo? Os bancos fazem tudo para acelerar as entradas de capital e para retardar as saídas. Novas regras obrigaram a que as transferências interbancárias fossem mais rápidas que as 72 horas que demoravam em média há cerca de dois anos. O dinheiro em caixa é importante para os bancos. Veja por exemplo o que se passa com a presente crise dos mercados financeiros americanos. Muitas instituições tanto de investimentos como mesmo de depósitos não têm dinheiro para pagar a todos os seus clientes caso resolvam resgatar o que lhes pertence. Muitos clientes não têm eles mesmos dinheiro para pagar as dívidas excessivas contraídas e os seus bens não valem o suficiente para sequer cobrir as hipotecas. Repare que, se tem um crédito à habitação, a maior parcela de dinheiro pago à sua instituição de crédito vai para juros durate bem mais de metade da duração do crédito. A parcela para amortização de capital é mínima. Se tiver um problema grave no décimo ano do seu crédito verá que o capital em dívida será praticamente igual ao que devia no primeiro dia. Assim, o cartão de crédito pode facultar pagamentos adiados desde que sempre usado conscientemente e nunca representando mais do que dez a vinte por cento do rendimento médio mensal.

A poupança é o grande tabu do capitalismo. Qualquer sistema capitalista necessita de um consumo elevado. No entanto esse consumo tem vindo a tornar-se contraditório uma vez que a ganância tem obrigado a deslocalizações de grandes indústrias para países onde a mão-de-obra é bastante mais barata. Se por um lado isso gera maiores lucros por outro é nesses países que se reflectem os números dessa produção tendo depois a respectiva correspondência nas balanças comerciais. Mesmo com esta contradição, apenas mais uma entre muitas, é na poupança e no esforço para que seja possível reter uma parcela mesmo que pequena do rendimento mensal e aplicá-la em produtos simples e directos como depósitos de curto prazo normalmente oferecidos como produtos exclusivos de subscrição on-line em muitos dos bancos. Uma das formas de conseguir poupança é fazer muitas vezes as mesmas contas e nunca sair à rua sem “listas de compras” que impeçam de olhar para o lado para produtos que não pertencem à real necessidade. A necessidade gera compradores. O impulso e a irracionalidade geram consumidores. Não é por acaso que não existem associações de compradores mas sim de consumidores. E já agora, a talhe de foice, as associações de consumidores que por vezes se levantam como estão agora a querer fazê-lo com a questão dos combustíveis são as mesmas que impedem o estado de regulamentar as relações comerciais e os preços no dia-a-dia. Ora, se confiam no mercado e depois se revoltam contra a sua arbitrariedade parece que temos mais uma situação como aquela que ditou as recentes “nacionalizações” das dívidas das principais instituições de crédito americanas.

sábado, 20 de setembro de 2008

Uma Esquerda com crédito!




O universo da Esquerda é muito interessante e sempre gostei de ler sobretudo o que escrevem aqueles que, ao contrário de mim, sabem escrever e vão partilhando nestes espaços tão importantes nos dias que correm que são os blogs (ou blogues para os que prefiram à portuguesa). Daí que me sinta algo triste com a fusão, à laia de grupos económicos que vivem no mundo das fusões e aquisições, e consequente desaparecimento do blog Zero de Conduta onde gostava de debicar alguns pensamentos convergentes ou divergentes mas quase sempre inteligentes.

Por outro lado o blog do televisivo Daniel Oliveira nunca me inspirou grande interesse talvez por conhecer a cara do autor e por não gostar da sua participação no programa televisivo. Não sei porquê, é daquelas coisas que não se explica, de tão explicadas que estão. Esta fusão no novo "arrastão" parece-me um passo para o lado de alguns elementos de uma esquerda cor-de-rosa, mais Morales menos Chávez.

..e ao que parece a publicidade vai ser uma presença constante pelo que, dispenso! Esquerda patrocinada pela Flexibom? Não, obrigado!

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Como a vida pode ser uma colecção de filha da putices...

...em memória dos tempos em que uma puta da uma professora de História me disse que nunca passaria com ela na escola pública por pertencer a um determinado partido. Como mandá-la foder não me resultou em suspensão mas também não tive a frieza para lhe dar o tratamento que realmente merecia restou-me a consolação de um 18 no ano seguinte com outro professor... no Portugal democrático com complexos do Portugal fascista foi aí que compreendi que a luta a travar neste mundo é muito mais profunda que a existência em si.

E essa memória é avivada com outras tiranias a que assisto a cada dia que passa por vermes vestidos de importância incapazes de vivenciar o poder como uma coisa positiva e construtiva. Todos aqueles que retiram do poder toda a satisfação na humilhação e na subjugação dos mais fracos. Não é retórica. É prática comum vivenciada por milhares de pessoas nas escolas, nos locais de trabalho ou mesmo em casa no que supostamente é o ambiente familiar. Os tiranos de pacotilha devem ser depostos dos seus pedestais construidos na base do lambe-botismo tão português.

For RICK... wish you were here...

As falsificações da História e as mentiras do petróleo

Assistimos durante alguns meses a uma escalada do preço do petróleo. Foi justificado o aumento dos preços com o aumento da procura principalmente por parte dos países cujas economias são emergentes como a China ou a Índia numa explicação de uma simplicidade que pertence aos níveis básicos do entendimento de como funciona um mercado. No entanto esse mesmo mercado parece ter sofrido alguns fortes abalos que direccionaram aquele que é suposto ser um bem altamente escasso e em vias de atingir aquilo a que designam como “pico” para uma descida para níveis novamente abaixo dos 100 dólares.

Esse mesmo mercado ditou, pelas mesmas vias especulativas o rebentar de instituições insufladas com falsos valores e que viram a sua situação chegar aos limites insuportáveis de insolvência ou piedade nacionalizadora. O mesmo mercado que insuflou o valor do dinheiro a da suposição do cheiro do dinheiro é aquele que se vê brigado a deixar cair os frutos da sua mesma contradição ou então levá-la ao extremo da nacionalização dos prejuízos insanos do criados pela loucura gananciosa do capital privado.

De um modo muito resumido o estado Norte-americano está a assumir as custas da irresponsabilidade e da loucura especulativa do mercado de capitais lançando para os contribuintes a obrigação de financiar pelos seus impostos as falências dos bancos privados. É de tal forma insustentável que já não foi possível tomar uma atitude proteccionista para a Lehman Brothers como fora antes tomada para outras instituições de muito maior porte.

As medidas de protecção nunca visaram as principais vítimas deste processo. Os tomadores de empréstimos sobre-valorizados ou sobre-avaliados não viram quaisquer medidas que lhes permitisse sair da situação de insolvência pessoal ou familiar. Por outro lado os bens imóveis têm um valor ridiculamente mais baixo e mesmo assim sendo não são vendidos. Existe um excesso de oferta e o valor dos imóveis não chega para cobrir o valor das hipotecas. Parece que podemos encontrar algum paralelo na atitude de facilitismo dos bancos portugueses na concessão de créditos à habitação com avaliações por cima e com concessão de créditos sobre créditos para outros bens associados. No mercado português as casas usadas também têm vindo a desvalorizar. Será um sinal a ter em conta na economia nacional?

Mesmo quando a mentira sobre a questão petrolífera - que assim mesmo ainda não pressionou os governantes do mundo a investirem em fontes alternativas e renováveis de energia nomeadamente para o sector dos transportes – parece ter sido mais uma vez atirada para o campo das explicações racionais no campo da ciência económica assistimos a uma necessidade crónica de que o preço deste tão cobiçado produto desça nos mercados internacionais. Necessidade evidente puxada a ferros aos principais interventores nas movimentações especulativas no mercado petrolífero. Interventores esses que são precisamente os mesmos que vão caindo que nem baralhos de cartas por causa de outras manobras arriscadas neste mercado global. A descida do preço do crude está presente como mais uma cena de mais um capítulo para a manobra de manutenção no poder dos Republicanos nos EUA.

A manobra consiste em manter a sensação de algum controlo económico num factor que é fundamental para os americanos, tão fundamental que é o motivo para terem encenado a falsificação sistemática do 11 de Setembro, a intervenção no Afeganistão, a perseguição à sua protegida e financiada Al Qaeda, a intervenção no Iraque, as intervenções em background na Bolívia e na Venezuela para desestabilização ou mesmo separatismo, a encenação das manobras na Ossétia do Sul contra a Rússia pelo controlo dos pipelines existentes e programados.

É pertinente que se questione toda esta questão em torno do petróleo porquanto não cessa (antes pelo contrário) a pesquisa por novos pontos de extracção. O Brasil, por exemplo, já se tornou auto-suficiente e mesmo exportador. Por outro lado, depois deste abanão o consumo reduziu mesmo contando com a procura dos mercados emergentes, o que demonstra que, com uma racionalização e uma aposta na investigação de alternativas viáveis o “pico petrolífero” não resulta num problema de maior. As alternativas ensaiadas revelaram-se desastrosas e mesmo obscenas se tivermos em conta as soluções dos agro combustíveis.

As contradições do mercado tornam-se cada vez mais ridículas. Enquanto o estado americano financia a EXXON em Portugal e Galp é presenteada com perdões fiscais através de manobras contabilísticas que transformam o que pretendia ser uma taxa sobre mais-valias num benefício em altura de descida do preço da matéria-prima. O preço do crude tem vindo a descer contudo os preços do produto refinado nos revendedores de combustíveis não tem sentido essa mesma descida e as entidades reguladoras olham para o lado.

Se a História se repetir teremos daqui a dois anos McCain como presidente dos EUA. O Irão terá sido já “intervencionado” que é como quem diz invadido. A Venezuela terá um novo presidente. Hugo Chávez irá morrer com uma bala perdida ou com um golpe de estado. Morales na Bolívia retirar-se-á da política ou será também ele abatido. A Geórgia fará parte da NATO e a Rússia terá de novo a sua força militar direccionada para a próxima Europa cliente e adversária no tabuleiro de uma política incompreensível. O petróleo poderá subir de novo para valores bem mais elevados desta vez. A EU terá a sua constituição aprovada.

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Richard Wright - O génio discreto




Faleceu o teclista da maior banda de todos os tempos, os Pink Floyd. Não é possível pensar noutra situação em que as coincidências da vida possam ter reunido pessoas que criassem um conjunto de seres e identidades tão complementares entre si. Os Pink Floyd foram, mais que muma banda, um símbolo de como é possível criar ao nível máximo de entrega, de criatividade, de génio artistico uma obra ímpar e irrepetível.

Richard Wright era o elemento mais discreto muito embora tenha sido um dos membros fundadores. Também teve uma carreira a solo pouco significativa em termos de projecção embora brilhante em qualidade. No entanto é a criatividade no quarteto britânico que vai projectar a equipa que desde sempre foram os Pink Floyd (ainda antes de terem este nome) para os mais elevados níveis de criação artistica traduzidos em trabalhos heterogénos com um fio condutor que apenas se quebra com a edição de "The Final Cut". Wright e Gilmour voltam mais tarde a ensaiar um projecto que mantendo o mesmo nome e o mesmo espírito não tem a mesma filosofia criativa dos Pink Floyd até à liderança algo forçada do elemento mais criativo, Roger Waters. Rick Wright estava um pouco ao lado, ou talvez acima, (bem como Mason a bem da verdade) dessas questões que ditaram o fim do projecto musical mais criativo de sempre dentro do universo da música contemporânea. ELe participou mais directamente do que antes nos processos criativos dos dois álbums de originais "A momentary Lapse of Reason" e "The division bell", os últimos trabalhos originais da banda ainda designada por Pink Floyd.

Para mim pessoalmente é o fim de toda a esperança sebastianista de que alguma vez poderia ver um novo álbum de originais unindo toda a banda e dando um final feliz ao maior e mais profundo conjunto de criadores do rock progressivo sinfónico e da música contemporânea em geral. Estes homens fazem parte do crescimento de muitos homens e mulheres que se formaram enquanto pessoas a ouvir Pink Floyd e que têm nos seus temas referências nas memórias pessoais tendo-as ligadas certamente a muitos momentos específicos. São músicas às quais não se pode ficar indiferente. São criadores de muito mais que música. Antes um universo próprio e uma linguagem de um misto estranho de negativismo realista a esperança infinita e ingénua.

A seguir ao desaparecimento de outro dos membro fundadores há muito afastado da banda e do mundo real ou da lucidez, Syd Barret, morre com Richard Wright mais um pedaço de cada um de nós, pinkfloydianos neste mesmo dia. Vivam os Pink Floyd e que Richard Wright seja relembrado e celebrado a cada som inconfundível dos seus teclados...


Photo by www.pinkfloyd.co.uk

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

E então... nem uma bombinha de carnaval?

Muitas esperanças cairam por terra hoje. Para além de ter ouvido numa superficie comercial uma cliente a reclamar com um tom de voa ligeiramente elevado a aludindo ao facto de que se fosse cigana e falasse mais alto poderia ter outro resultado, dizia eu, tirando esse facto este 11 de Setembro foi um tédio.

Ao que parece nem uma bombinha de carnaval rebentou hoje. Talvez a CIA já não esteja interessada em provocar mais atentads. Talvez o tráfico de droga e os seus proventos ainda não tenham rendido o suficiente para planear uma nova peça tão bem encenada. Ou simplesmente o governo dos EUA esteja a direccionar todos os seus esforços para as "manobras" em curso para levar McCain à presidência da Guerralândia. Talvez alguém tenha sido descuidado o suficiente para colocar imagens de Cavaco Silva no Youtube.

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de Setembro

Hoje é o aniversário da maior fraude histórica das últimas décadas, talvez mesmo dos últimos séculos. Os alegados atentados sobre o WTC em New York, a elaborada mentira do ataque ao pentágono e a sombria história do vôo 93 deixam-nos a sensação de que nunca se poderá saber a verdade.

Nesta mesma data mas do ano de 1973, a mando das mesmas "cabeças", morria no Chile Salvador Allende naquela que foi a verdadeira tragédia do 11 de Setembro e que roubou décadas ao progresso na américa latina e ao desenvolvimento de uma verdadeira alternativa popular e democrática que poderia ter inspirado processos semelhante sum pouco por todo o mundo.

domingo, 7 de setembro de 2008

A lógica do capitalismo...

... é socializar os prejuízos e as falências obrigando os contribuintes a pagar pelo desastre oo mercado.

As duas proncipais sociedades de créditos imobiliários nos EUA passaram hoje par ao controlo governamental. Não se trata de uma nacionalização mas na prática funciona enquanto tal. Esta é a prova que o mercado necessita de manobras intervencionistas como esta quando as coisas correm mal aos privados. Aqui optou-se por uma solução de capitalismo de estado mas não deixa de ser toda uma sociedade a pagar o falhanço da especulação parida no mercado.

Com a passagem da Fannie Mae e do Freddie Mac para os comandos do estado que já numeou os senhores que se seguem à cabeça destas instituições deveria terminar um mito. Mas tal não sucede porque o sistema capitalista é perito em camuflar as suas falhas, mesmo as maiores. Resta saber por quanto tempo.

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Angola vai às urnas...




Com seis anos volvidos sobre o momento em que este país conquistou a paz chega a vez de se realizar um processo eleitoral fundamental neste processo de desenvolvimento angolano. Os dirigentes deste país entenderam que seria o momento de darem o passo seguinte ao desenvolvimento económico alcançado pela conquista da paz e viram no processo de democratização à imagem e semelhança dos processos europeus uma oportunidade para conquistarem perante estes uma legitimidade do voto popular expresso em urnas.

Angola pode ser um país de contradições incríveis sendo que a maior delas é a distribuição populacional onde cerca de metade dos habitantes se encontram a residir dentro ou nas periferias de Luanda, a capital. Este facto deve-se quase em exclusivo às décadas de guerra que este povo teve de enfrentar. É necessário que se compreenda que Angola e o seu milagre de crescimento nos últimos anos continua a ser amputada ainda por antigas feridas de guerra. Por exemplo a quantidade se solos tremendamente ricos para agricultura encontram-se ainda cobertos por minas. O esforço internacional sobretudo de algumas ONG europeias tem vindo a conseguir o desmantelamento de muitos destes artefactos mas continuam a ocorrer acidentes que vão tirando a vida ou em muitos casos diminuindo fosicamente muitos habitantes principalmente jovens.

Angola é um país rico em tudo. Recursos naturais que vão desde o petróleo aos diamantes ou gás natural. Solos extremamente férteis numa parcela gigantesca do país justamente quanto as reservas alimentares se tornam mais importantes que nunca. Rico em oportunidades de todos os tipos para todos os negócios e para todas as ideias. Angola é um país de futuro, tem sobretudo a riqueza do seu povo.

Apesar de não me rever na actual estrutura política angolana rendida às formas ocidentais de fazer política e de criar riqueza sem a preocupação da sua redistribuição tenho de saudar a forma inteligente como têm sido conduzidos os destinos do país e sobretudo as recusas das formas de desinformação que muito se têm tentado como manobras para desacreditar uma evolução e crescimento claros. Evolução, claro está, num processo capitalista globalizado onde China e Portugal têm tido as suas oportunidades que devem agradecer a um país e um povo que não guardou as mágoas de uma colonialização ainda há pouco tempo expurgada.

Confesso que, na minha óptica pessoal preferia uma Angola governada por um Agostinho Neto. Os tempos são outros e a guerra custou décadas de atraso. Ditou sobretudo um crecimento com todos os compromissos com todas as formas de capitalismo. Será uma luta para outros tempos que virão a seguir à criação da riqueza terá de vir necessariamente a sua manutenção e justa redistribuição. Claro está que terá de ser pelo povo angolano e não criarmos uma nova forma de colonização económica.

O que se vai passar amanhã é o segundo passo para a criação de mais uma enorme potência mundial a ter em conta. Paz e prosperidade para o povo de Angola sejam quais forem os resultados destas eleições!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

As manobras e a UE

Agora é a vez de entrar em cena mais oficialmente a UE através da sua cimeira que condena a Rússia e abre portas a uma abertura de fronteiras com a Goórgia.

A UE pretende que as tropas russas voltem a ocupar as suas posições anteriores à invasão da Ossétia do Sul pela Geórgia e mais se exige que este país volte atrás no reconhecimento das independências tanto da Ossétia como da Abkhasia.

Dentro a UE as posições mais duras partem justamente dos países de leste que guardam alguns ressentimentos agora estrategicamente aproveitados pela NATO e UE a mando do império americano.

Veremos as cenas dos próximos capítulos...

CDS-PP e a violência doméstica

Subitamente o CDS-PP acorda para as questões que normalmente são lançadas a debate pela esquerda. E isso tem uma razão de ser. Contudo o CDS-PP faria muito mais por este assunto se alertasse e sensibilizasse directamnte os praticantes deste tipo de crime que são na sua génese os potenciais eleitores de partidos conservadores como o próprio CDS-PP.

domingo, 31 de agosto de 2008

Fóruns de Esquerda

Assiinalo a referência sobre as importantes iniciativas das esquerdas naiconais muito bem lembradas pelo João no "O Quotidiano da Miséria".

E assinalo sobretudo por se tratar de uma referência plural em relação a esquerdas que passam tempos infinitos debruçadas sobre os seus próprios umbigos ideológicos. Penso que são duas iniciativas de grande valor, uma delas que nos tem acompanhado há muitos anos onde, em meu entender, se destaca a relevância das representações internacionais e do internacionalismo estratégico fundamental à existência de uma real alternativa de esquerda mesmo que muitas vezes pareça contraditório o resultado de algumas das experiências representadas. Falo claro da festa do "Avante!".

Em relação à iniciativa de BE é importante perceber que conceito de Socialismo se pode retirar de discursos e causas avulsas constantes das intervenções do BE. Importante compreender o desalinhamento geral com todos os outros conceitos e com todas as outras visões de Socialismo.

É sobretudo importante retirar daqui os pontos em comum e não as divergências mais que conhecidas para um caminho difícil.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bush, o imbecil e as manobras

Já havia falado atrás nas manobras e como não existem coincidências em política. Bush está empenhado em terminar o seu mandato abrindo portas a uma demência colectiva capaz de eleger outro imbecil para a Casa Branca.

A verdade sobre a invasão georgiana à Ossétia do Sul foi obliterada da História e a Rússia desacreditada publicamente por Bush e por Rice. Na tentativa de estender a àrea de influência da NATO e assim controlar mais um pedaço da movimentação da produção energética, os EUA podem muito bem estar a inquinar a relação importante entre a Rússia e a União Europeia.

A perspectiva (sentida) e o sentimento geral dos russos penso que são muto bem sistematizados no texto que pode ser lido aqui.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Primavera de Praga – 40 anos

Chamo a atenção para uma compilação de textos sobre este tema, com o devido filtro crítico na análise dos conteúdos, no site da publicação on-line do Bloco de Esquerda. Conto em breve tecer algumas considerações sobre esta compilação e sobre este tema.

Já não é novidade, uma vez que está presente noutros textos meus, a importância atribuída a este episódio histórico cuja interrupção foi responsável pelo atraso de décadas no processo de consciencialização da inseparabilidade dos conceitos de socialismo e democracia. No entanto, e como nada nesta vida é simples, o processo democrático não pode ser o motor para uma regressão histórica. Não podemos imaginar um regresso ao feudalismo ou ao esclavagismo por via da democracia. No entanto o fascismo é um regime que tem a sua génese na democracia burguesa e nas crises sistémicas do sistema capitalista. Esta contradição torna a superação do capitalismo pelas vias democráticas em processos que podemos acompanhar na América Latina em laboratórios históricos que se igualam a este episódio que foi interrompido justamente na sua fase mais criativa e num país que sempre foi considerado o mais comunista da Europa.

Embora possa ser aparentemente de difícil compreensão tentarei explicar, (tal como me foi transmitido pela principal figura interveniente no processo) a posição algo confusa e mesmo contraditória do PCP em relação a esta matéria na altura.

sábado, 23 de agosto de 2008

E para os apreciadores de boa música e de comida saudável

Com efeito tenho de quebrar o ciclo da História apresentando algo de muito interessante feito por terras nórdicas nos nossos dias.

Quem pensa que a boa música é património dos anos setenta do século passado pode escutar algumas propostas interessantes que também aparecerão por aqui e que são sinónimo de boa música progressiva feita nos dias de hoje.

Exemplo disso mesmo são estes noroegueses GAZPACHO, aqui apenas com uma pequeno "teaser". Uma banda a ouvir para quem gosta de um universo musical simples mas de uma profunda beleza próximo de uns Porcupine Tree ou Marillion na sua fase mais recente.

A realidade dos recibos verdes

Chamo a atenção para um texto importante sobre este tema aqui.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

As manobras – Da Georgia a McCain

George W. Bush está longe de ser um presidente popular nos EUA. Por vários motivos a população americana tem vindo a desviar-se da própria imagem que o seu presidente passa quer interna quer externamente. Contudo, e pese embora o facto de que não existem grandes diferenças entre os dois candidatos às próximas “eleições” para a Casa Branca, deu-se a necessidade de manter uma linha contínua na estratégia norte-americana perante o mundo e perante as necessidades específicas dos EUA.

Este país necessita sobretudo de um processo de guerra ininterrupto sem o qual lhe é impossível manter a estratégia da defesa das potenciais ameaças mas que também vai alimentando as indústrias ligadas ao armamento. Por outro lado, este clima de constante ameaça criado e encenado constantemente permite os avanços um pouco por todo o mundo dos peões militares americanos para posições que são do seu maior interesse. É o caso da base que está já acordada na Colômbia, de onde poderão estar em posição para intervir ainda mais directamente na Venezuela e em países próximos que estão a desviar-se do caminho pretendido pelo interesse económico e militar dos EUA. A Colômbia oferece uma plataforma de reacção aos movimentos que têm vindo a crescer para a libertação da América Latina da subserviência aos interesses dos vizinhos do norte e a consequente miséria que daí advém.

Como não existem coincidências em política, foi assinado hoje o acordo com a Polónia para a instalação de mísseis de defesa neste território. Acontece que neste mesmo dia a NATO suspendeu actividades conjuntas que haviam há muito sido planeadas com o “parceiro” estranho que é a Rússia. Este país responde na mesma moeda e mostra-se incomodado pelo avanço dos EUA para territórios onde a Rússia tem uma influência histórica notando que existe uma clara intenção de afronta.

Para justificar perante o mundo a necessidade dessas estranhas expansões do universo de influência militar e da presença física de armamento de destruição em massa e de esquemas complexos de defesa perante ameaças na Europa de leste, os EUA encontraram o aliado e as circunstâncias perfeitas. A Geórgia e o seu presidente Saakhashvili serviram bem os intentos americanos ao terem despoletado a invasão do território da Ossétia do Sul que se encontrava sob a protecção de forças de manutenção de paz russas. Saakhashvili aparece pela primeira vez nas televisões no ocidente a acusar a Rússia de uma agressão militar à Geórgia e toda a comunicação social apresenta o caso como uma agressão russa directamente à Geórgia sendo menosprezada ou mesmo totalmente ignorada a história por trás da História.

Estando ancorados no dia de hoje, ao vermos alguma comunicação social e particularmente a intervenção de Cândida Pinto na SIC Notícias (a única directamente sobre este tema) todo o tempo da reportagem recaiu sobre a população de Gori na Geórgia e as dificuldades a nível humanitário. Este é um pequeno exemplo a uma minúscula escala do que é mostrado por todo o mundo. Imagens da Ossétia do Sul depois de invadida por tropas georgianas não existem ou se existem pura e simplesmente são ignoradas. Não querendo fazer juízos de valor quanto a uma guerra onde sempre existem dois lados de culpa, o problema aqui recai sobre a forma como esta é apresentada ao mundo na mesma sequência de mentiras como a ligação do regime Taliban a Bin Laden, a ligação nunca provada deste aos supostos atentados de 11 de Setembro, a existência de armas de destruição em massa no Iraque ou mais recentemente a questão lançada da corrida ao armamento nuclear por parte do Irão quando as autoridades fiscalizadoras oficiais dizem que é falsa esta ideia. Ainda que não o fosse ao Irão teria por força de razão de ser dado o mesmo direito que foi concedido ao Paquistão ou mais recentemente à Índia pelos próprios EUA.

Saakhashvili aparece em todas as suas intervenções com a bandeira da União Europeia por trás (sem figuras de estilo e com elas). As imagens televisivas dão a impressão de que estamos a falar de um país membro da EU e que ostenta os seus símbolos com mais orgulho que alguns países membros de há muto tempo. Os EUA estendem a mão e querem a Geórgia na NATO. O mediador auto-escolhido para esta questão é Nicolas Sarkosy que apresenta uma solução que, alcançando um entendimento, secundariza a Rússia e serve os interesses dos EUA e da NATO.

Ainda hoje – para continuar a saga das não coincidências – Bush declara que “não se pode colocar em causa a integridade territorial da Geórgia” e que Ossétia do Sul e Abkhasia fazem parte dessa realidade. A Rússia é assim isolada política e mediaticamente pelo ocidente. A mesma Rússia que desde Yeltsin entrou numa dualidade de se ter transformado num país governado por máfias mas com um crescimento e com um aparecimento de fortunas obscenas em paralelo com um crescimento de miséria e de retirada de situações dadas como direitos adquiridos e conquistas sociais da era contraditória da tentativa de construção socialista. A identidade da Federação Russa de Putin não é a da URSS mas Putin e a aliança Putin – Medvedev restabelece um certo auto-reconhecimento da Rússia como potência mundial e devolve algum espírito nacionalista e patriótico ao povo russo no bom e no mau sentidos.

Para compreendermos o interesse dos EUA basta dizer que a empresa estatal russa GAZPROM é o maior exportador energético do mundo. Acontece que a Geórgia e a Ossétia do Sul estão num ponto de passagem dessa mesma energia para a Europa Ocidental. Na realidade a Europa depende mais da Rússia que dos EUA.

Apenas para enquadramento, antes destes acontecimentos, a 21 de Julho foi divulgada uma notícia que revelava a suposta intenção de instalação de uma base militar da Rússia em Cuba. Raúl Castro ignorou a notícia e apenas Fidel escreveu poucas linha sobre este tema denunciando aquilo a que designou como “estratégia de Maquiavel”, ou “ Se dizes que sim mato-te, se dizes que não mato-te na mesma…” por parte dos EUA. Durante a visita de Hugo Chávez à Rússia, imediatamente antes da passagem dele por Portugal foi lançada a ideia que havia sido acordada a instalação de uma base russa na Venezuela. Chávez, já em Portugal ridicularizou esta manipulação jornalística nada inocente.

Para completar o rol de não coincidências no dia de hoje sai em diversos meios de comunicação social americana e internacional a notícia de que, pela primeira vez o senador McCain está à frente nas sondagens para a presidência dos EUA…