terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"Gray-Out" - Um lugar merecido na história...

Por lapso meu, ou quem sabe se por alguma questão psicológica que está longe da minha compreensão, ainda não coloquei neste espaço o único feedback que dá um lugar na história do rock progressivo à banda na qual tive o prazer de participar durante alguns anos.

Hoje, um mail que recebi fez-me acordar para esta realidade. Eu ainda não comentei o comentário. Nem é preciso. Não o farei até porque ele reflecte toda a verdade que há para ser dita sobre o trabalho em causa. Contudo tenho de agradecer publicamente a quem teve a amabilidade de o fazer, sabendo de antemão que o fez com toda a verdade e sinceridade.

Creio que posso agradecer em nome de todos os que participaram nesse projecto.

O texto diz então o seguinte:


"When a person starts to really dive deep in the meadows of his own country progressive fields, chances are that sooner or later he starts to come across the outmost hidden and rare (well kept secrets) works of progressive rock.
Gray-Out were not more than a group of friends exploring one of the most mind-filling, dream-chaser, fantastic odyssey there is: Music!

While not exactly knowing what style, what tag or what category people would put them into, the musicians were simply constructing sonic voyages of their musical ideas, without strings attached and without imposing any barrier to those ideas. They called themselves Gray-Out and self released, almost for in-house consumption, a raw and very personal album entitled Miséria Humana (Human Misery). This happened in 1997, and right after the group disbanded (for many reasons, as we all know life always reserves us sudden changes of all kinds). Some of its members decided then to form a new band, that has been slowly and securely constructing a name for themselves - Dispatch Note.

Miséria Humana is an album that, while totally non-professional, rough edged and ill produced, still shows one or two simple characteristics that make it surpass all its flaws and become a real gem of an album: it has a soul like few have, and it shows a band exploring great ideas, mixing modern alternative rock with experimentation (avant-garde), symphonic layers entwined with good guitar parts that many times seem inspired by Pink Floyd. The PF and avant-garde experimentations come accompanied by influences from Portuguese rockers Radio Macau and perhaps Sétima Legião and then some (probably non-intentional) more atmospheric domains à lá Francis, but the mix that was achieved here makes Gray-Out a really original band in the late 90’s Portuguese panorama. With the right production and more worked out and experienced female vocals, and taking out one or two lesser tracks, this album could really be a landmark!!

Eclipse Solar is without a doubt the better achieved track in the album, with its symphonic and avant-garde musicality. A 12+ minute quest for identity in a fresh and innovative capsule. This tendency is kept in the instrumental As Sombras but then totally dismissed in the lesser Assim, sem mais, which in my opinion is one of those tracks that can make you forget how good the album was so far…
In Onde vão? is where the band comes closer to Radio Macau, a fast rock track that sequences the attitude adopted for the previous track but here with much more success. While not progressive, this is an interesting rock track clearly inspired by a very recognizable fringe of the 90’s Portuguese mainstream rock.
The rock instrumental Retalhos da Miséria Humana is, again, a more inspired track, letting the band explore some semi-progressive (most of it in a more hard tone but including a slower, more harmonic mid section) patterns, and it includes some excellent melodic guitar lines.

The small Rio Adormecido is a not so memorable track with a good Sax solo, that enriches the music by providing it with some extra colors. Ah, the vocals here are some of the best in the album.
Another instrumental follows, in the same vein as tracks 3 and 6, in which the keys take some more prominent role accompanied by thoughtful guitar lines in the background.

Almas Encarceradas is a laid back track that starts very well, with another great Sax solo. When the vocals start, the good atmosphere that had been created is a bit lost, but still this is one of the most interesting tracks in the album.
The main course of the bands musicality, instrumentally wise, is again shown in the shorter Eclipse Final where the band again explores the style adopted before, in track 3, 6 and 8.
Unknown Song is a lovely instrumental that is spoiled by the completely out-of-tune vocals. Bettering the sung part here would not only save the music, but would also make it one of the most achieved ones in the album.
Finally, Orgia brings the band back to some more experimental, and therefore progressive, fields. The use of dissonances and atonal guitar lines on top of a symphonic keyboard texture and a well sequenced rhythm line does make this track into a great closer act for the album.
Should this album contain more tracks oriented by the philosophy shown in Orgia, Eclipse Solar and Retalhos da Miséria Humana and it would easily be one of the greatest Portuguese Prog albums from the 90’s. As it is, is still a great discovery, but one punctuated by major flops in the company of major wins!
And overall, this album shows a young, non-professional group of friends exploring, mainly for the fun of it, their idealistic musical concept. It is a real joy to discover, and it has some very good moments while also punctuated with some that are not good at all and that could well be dismissed if the album is someday to be re-released with better production. In the end, I am fully satisfied and honored to have been given the possibility of listening to it, thanks to Paulo Mouta (bass) who kindly send me a copy. "

Pode ser encontrado em: http://www.proggnosis.com/MUSIC_DBCDInfo.asp?txtCDID=23177

Dispatch Note em concerto

Fica aqui o convite para quem queira assistir ao concerto desta banda. Meus "velhos" amigos e companheiros das lides musicais.

Dia 2 de Fevereiro, às 23 horas no Muralhas Rock Bar, Rua António Silva, 1 Zona Ind. Tapada Adroana,Alcabideche.

Photobucket

"Já faleceram... ao menos têm para onde ir..."

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Uma das bandas que faltavam à história dos concertos em Portugal

Com este anúncio fiquei extremamente surpreendido pela positiva. Temos algumas grandes lacunas na nossa história de concertos. Grandes bandas que não tivemos a oportunidade de ver ao vivo porque começámos muito tarde a entender a música como um espectáculo que se quer servido ao vivo. Só após o 25 de Abril o rock se libertou de uma pesada herança de obscurantismo e marginalidade a que fora condenado pelo regime. Diga-se a bem a verdade que não estivmos sós. Bandas como os Rolling Stones eram proscritos em países como o nosso antes da revolução mas curiosamente também o eram noutros países como a URSS. A estupidez política tem destas coisas. O último álbum desta duradoura banda revela o que eu considero um espírito revolucionário na música e principalmente nas palavras, que eu já não esperaria ouvir destes senhores tão bem colocados social e economicamente.

Mas não é de todo sobre essa banda o que nos traz aqui. A referência é meramente um exemplo típico de quanto somos pequenos e muita coisa nos passa ao lado.

Felizmente não está a passar ao lado este ressurgimento do rock progressivo e estamos mesmo na vanguarda em conjunto com outros países que têm uma tradição muito maior do que a nossa na produção e divulgação de bandas e espectáculos deste género.

Já foi mencionada aqui várias vezes a organização de um evento que está a ultrapassar fronteiras pela sua qualidade. Este ano, e é precisamente aí que recai o tema principal deste post, a fasquia foi colocada bem alto ao trazerem ao nosso país uma das grandes bandas mundiais que por muito infortúnio nosso nunca tinha passado pelos nossos palcos, os franceses ANGE que estarão assim a encerrar o promeiro dia do GAR versão de 2008.

Com uma notícia desta magnitude, para mim, já só falta dizerem que vêm cá os PFM... mas isso já seria pedir demais.

Não esquecer de marcar na agenda, 5 e 6 de Abril em Gouveia para mais uma edição do Gouveia Art Rock...

Quanto a mim a ver se é desta que consigo finalmente estar presente.

Discografia a conhecer:

Caricatures (1972)
Le Cimetière des Arlequins (1973)
Au-delà du délire (1974)
Emile Jacotey (1975)
Par les fils de Mandrin (1976)
Tome VI : Live 1977 (1977)
En concert : Live 1970-1971 (1977)
Get-apens (1978)
Vu d'un chien (1980)
Moteur (1981)
La Gare de Troye (1983)
Fou (1984)
Egna (1986)
Tout feu tout flamme... C'est pour de rire (1987)
A propos de... (1982)
Sève qui peut (1987)
Vagabondages (Compilation) (1989)
Les larmes du Dalaï Lama (1992)
Mémo (Compilation) (1994)
Un p'tit tour et puis s'en vont : Live 1995 (1995)
La Voiture à eau (1999)
Rêve partie : Live 2000 (2000)
Culinaire lingus (2001)
Tome 87 (Live) (2002)
Ange en concert : Par les fils de Mandrin (Millésimé 77) (2004)
? (2005)
Le Tour de la Question (2007)
Souffleurs de Vers (2007)

domingo, 20 de janeiro de 2008

Falência de justiça

Correndo o risco de uma catalogação fácil na prateleira da demagogia, o tema da justiça é uma dos temas em que ns tornámos numa espécie de anedota de nós próprios.

Temos uma criminalidade crescente e que dá frutos ao contrário do que se tenta fazer entender. O crime compensa cada vez mais. Enquanto autoridades como a nova polícia de costumes, ASAE, continuarem a perder tempo e dinheiro dos contribuintes com situações absurdas os problemas reais da nossa justiça ficarão por cumprir.

Não se cumprem porque não há pessoal, não há sistema, não há leis, não há polícia. Parece que sim, contudo é tudo uma grande ilusão. A polícia é virtual e serve para muito pouco. É um corpo que por certo faz o que pode mas não tem o apoio de tudo quanto deveria estar por trás. Os juízes são uma corporação de previligiados. Os advogados são pagos para baralhar e confundir. Para encontrar os buracos na lei onde sabem que existe um buraco enorme com pedaços de lei.

Os criminosos sabem muito bem onde estão e como proceder. Um furto passa num abrir e fechar de olhos a abuso de confiança e em dez minutos estão na rua os que lesaram e continuarão a lesar o património dos outros, isto quando não mesmo a integridade física.

O problema começa e montante. Na política. Existe um medo de mexer com estas corporações. Existe um interesse em manter esta cultura do medo. Um sistema como o nosso mantém-se no medo, na necessidade de protecção, de segurança privada onde o estado não cumpre com o seu dever e obrigação. Um sistema que não paga a vida de um agente pelo justo valor do risco que pode correr ao prestar uma protecção efectiva. Um sistema em que se vive melhor por trás dos muros dos condomínios fechados. Um sistema que cobra à parcela mais desfavorecida da sociedade o preço pela miséria, para alimentar a fortuna dos protegidos.

E a política torna-se cumplice do ladrão e do assassino. A política da mentira é potenciadora de uma sociedade sem carácter e sem quaisquer valores pelos bens e pela vida humana. Por exemplo vimos muita indignação quando um bando de jovens destruiu parcialmente um campo de milho trangénico no Algarve mas não vemos um centésimo da firmeza no discurso contra o pequeno delinquente que promove uma espécie de terror urbano nas principais cidades do nosso país. E percebe-se a diferença? É óbvia. Numa estão a defender-se os interesses não da propriedade do senhor em causa mas sim de uma colheita cuja patente do produto pertence à poderosa empresa norte-americana Monsanto. Assim não fosse e teria passado ao lado das televisões e jornais. Como passam ao lado os milhares de crimes diários contra viaturas, bens dentro de viaturas, assaltos, furtos de todas as formas, vandalismos diversos, furtos em lojas e outros estabelecimentos. Não se fala, não porque não acontecem mas porque não têm impacto sobre um sistema que está criado para que assim seja. Esses delinquentes após entregues nas mãos das autoridades desaparecem e só se vêem na próxima acção que fizerem novamente nas mãos das autoridades.

Uma prova de que a justiça não funciona e de que não temos senão de partir para uma nova forma de defesa contra estas atitudes que colocam em causa a segurança das pessoas e dos seus bens. Leis efectivas e seu cumprimento mais efectivo. A sociedade não pode continuar a suportar políticos incompetentes e cobardes que não conseguem tomar verdadeiras atitudes contra a sistema instalado. Até porque eles são o sistema e só assim se mantêm no poder.

Uma sociedade com um verdadeiro sistema de justiça tem de ser uma que consiga promover uma mais equilibrada distribuição da sua riqueza. Mas também uma sociedade que tem de punir com toda a firmeza que seja possível na lei todos os que atentam contra ela e contra os princípios básicos de vida comunitária. Nem anarquia nem Gulag. Existirá certamente um ponto de equilíbrio que se conseguirá encontrar quando efectivamente tivermos quem nos governe procurando a melhor sociedade possível mesmo falando de seres humanos. O que é complicado e mesmo antagónico.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Mais uma palhaçada...

Esta, confesso, passou-me ao lado. Mas teria de chegar até estas linhas de alguma forma. Fui lembrado de uma notícia que passou nos primeiros dias do ano sobre a redução do IVA nos ginásios. Claro que a minha menção a esta medida só pode ir na direcção de manifestar uma posição clara de repúdio por esta medida uma vez que se trata de mais uma palhaçada.

Continuamos no caminho errado de favorecer os que mais podem. Não. Esqueçam o que eu disse. É que na realidade os preços não vão baixar. Estas empresas vão é aproveitar esta benesse para aumentar as suas margens de lucro. Duvido que baixem mensalidades. Este governo só promove e protege actividades inúteis e parasitárias. É uma pena que assim seja.

Já agora, se é um frequentador destes espaços, exija o recibo!

BEDUÍNOS A GASÓLEO no GAR 2008

Foi anunciada mais uma participação na edição de 2008 do GAR (Gouveia Art Rock). Desta vez e para surpresa positiva trata-se do anúncio da apresentação de uma banda nacional que tem vindo a caminhar por sonoridades diversas rumo à música progressiva.

Embora desconhecendo por completo ainda qualquer trabalho desta formação penso que a qualidade com que a organização do festival tem brindado os previlegiados que têm assistido a este evento único do género no panorama musical nacional e já reconhecido além-fronteiras, dita que será certamente mais um bom momento musical.

Um bem haja à organização do evento através da PP-AC.

Por favor haja um pouco de pluralismo!

O Dr. Luis Filipe Menezes veio por estes dias chamar a atenção para um problema muito preocupante. Tem a ver com a presença dos opinion makers do costume na televisão. E chamou a atenção dos jornalistas e da generalidade dos portugueses para o facto de existir um bloco compacto de intervenientes no espaço televisivo que lhe é desfavorável, mesmo quando dois dos principais comentadores (Pacheco Pereira e Marcelo Rebelo de Sousa) são militantes do seu partido.

Pedro Santana Lopes veio repetir essa mesma ideia no programa "o dia D" na SIC Notícias numa entrevista fabulosa e que pode resultar num amplo estudo dos fenómenos da política nacional para quem ainda se interesse por saber o que move e como se movem muitos dos senhores da nossa cena política. Faltam líderes de opinião ao PSD oficial que participem regularmente nas televisões seja a que nível for para repor algum equilíbrio a uma tendência cada vez mais flagrante de procurar opiniões independentes fora do universo socialista e partidárias de aparelho na esfera do PS.

Menezes e Santana têm toda a razão, a meu ver, quando vêem Vitorino e Coelho como guardas avançados do governo sempre prontos a explicar todas as curvas e contra-curvas da governação socialista. Mas há que ir mais longe. É que a democracia portuguesa não se resume por enquanto aos dois partidos de sistema. Os meios de comunicação social continuam a dar um tempo e uma importância que não corresponde à ordem de grandeza dos partidos nas urnas. Por exemplo, Paulo Portas continua a ser uma figura omnipresente mesmo representando um partido que tem perdido representação a cada eleição. Os partidos à esquerda do PS têm uma visibilidade mediática muito distante da sua verdadeira dimensão eleitoral. Distante por defeito, como é óbvio.

Voltando a Santana Lopes e à referida entrevista na SIC Notícias, a jornalista não se cansou de referir que a "quadratura do circulo" é um programa que deriva do antigo "Flashback" da TSF e que vai fazer exactamente vinte anos. Há vinte anos atrás os convidados foram o "esquerdista" Pacheco Pereira, o comunista José Magalhães e o centrista Nogueira de Brito. Por filiação partidária, PSD, PCP e CDS. Pacheco Pereira em vinte anos tornou-se no patrão dos blogs nacionais, defensor de causas absurdas e parece ser cada vez mais uma voz, sem qualquer dúvida inteligente, mas de uma direita estanha. Um desalinhado do PSD, de qualquer um dos PSD desde Cavaco que bate em tudo e em todos, mesmo no jornalismo que o promove como figura inquestionável do comentário político nacional. E estranhamente aliado de alguma extrema-direita, principalmente daquela que está neste momento com processos a decorrer. A defesa de crimes comuns como meros crimes de delito de opinião torna JPP, um ex-marxista-leninista-maoísta numa figura muito complexa. José Magalhães, sem qualquer tipo de surpresa está hoje orgulhosamente no governo socialista e muito me espanta que não esteja em posição de maior destaque. Lá chegaremos. Um dos mais importantes representantes do desporto nacional do lambe-botismo, teve durante este programa da TSF a sua transformação de comunista Marxista Leninista convicto, a dissidente, a autocolante da sua nova visão da luz ideológica que passa a defender com o maior dos vigores na era Guterres. Nogueira de Brito sempre me pareceu um homem sério de uma direita tradicional e clássica num CDS palpitante que passou pelo Liberalismo Nacionalista de Manuel Monteiro já com Portas a suportar na imprensa. Um CDS que perdeu força e expressão mas continuou com um representante na nova "quadratura". Lobo Xavier representa não o CDS-PP de hoje, mas algo próximo dos interesses por trás dos partidos do sistema. Jorge Coelho, por fim é o homem-partido. O robot socialista.

No canal público os dois comentadores residentes complementam-se. Dizem o mesmo com palavras diferentes. São prometidos líderes de qualquer coisa que se projecta num futuro incerto e, certamente, as vozes e caras oficiais do sistema político português centrado num único rumo e numa única visão da sociedade.

Resumindo e baralhando, Santana e Menezes têm razão ao sentirem o peso da máquina socialista por tudo quanto é lado. Mas têm de provar do seu próprio veneno pois o PSD no poder tem exactamente esta mesma necessidade de concentração. O que tem é tido um forte e cruel adversário pela frente. A mediatização das figuras que foram construidas por cima de Santana e Menezes custa ao PSD uma credibilidade que, e digo isto sem qualquer compromisso porque me encontro noutra esfera política bem distante, acaba por tornar quase impossível a tarefa de erguer o partido e de criar de novo os laços necessários para a implantação de uma máquina que se quer de poder.

Sócrates, como primeiro-ministro já teve muitos mais episódios de tudo quanto tornou o santanismo impopular e consegue manter uma imagem perante as pessoas de determinação e rigor. A Santana foi atribuida uma imagem instável, baralhada, emotiva, demasiado focada na sua vida pessoal que nem importa saber se é verdadeira ou construida mas que nada tem por certo a ver com um percurso político. A Sócrates foi atribuida uma imagem autoritária e arrogante, paternal como os portugueses apreciam num dirigente político. Sócrates foi levado ao colo pelos jornalistas e por um presidente da República que se deixou levar pelo interesse do seu partido pensando que esse correspondia aos interesses do país. Sampaio dissolve a Assembleia da Repúblida pouco depois da estabilização de Sócrates na liderança do PS. A máquina socialista é poderosa. Santana é traído pelos seus próprios pares e herda várias grandes mentiras encobertas por Guterres (o primeiro a escapar) e depois por Barroso (o segundo a escapar com uma boa desculpa). O PSD dos barões não suporta a ideia de que o seu vice-presidente se possa tornar no governante que se segue. Santana sempre foi uma voz crítica dentro da estrutura social-democrata e nunca escondeu a sua postura política de um PSD marcadamente à direita.

Curioso. Hoje temos em discurso um PSD claramente à esquerda deste PS que governa mesmo com Menezes a apresentar-se como um defensor de um liberalismo levado a alguns extremos. mesmo assim não se aproxima da prática do actual governo.

Para Santana e Menezes convinha que ficasse claro que não existe uma oposição. Existem várias. E que vozes fora do quadrante do PS oficial faltam mas não apenas para defender a linha traçada legitimamente pelo actual líder do PSD. A democracia em Portugal ainda é feita com mais partidos que necessitam de ter igualmente essa mesma voz nos meios de comunicação social. A política portuguesa não são propriedade privada de Sócrates ou de Portas. por enquanto ainda pode e deve ser um direito de cidadania que assiste a cada um de nós. Virá um tempo em que será diferente. Esse tempo começa a construir-se nas novas leis eleitorais que se preparam nos bastidores. Enquanto isso não sucede é conveniente para a saúde da nossa democracia que cada um de nós vote, em consciência nas oposições, aquelas que não são representadas nos programas televisivos mas que podem garantir a sobrevivência de uma democracia pluripartidária em Portugal. Marcelo, Vitorino, Coelho, Xavier ou Pacheco são todos uma só voz, a do sistema instalado e da sua manutenção mesmo que assim por vezes não pareça.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

GAR 2008

Por norma os inícios de anos apenas trazem más notícias. Claro que a grande maioria das pessoas andam distraídas com outras coisas e passam-lhes ao lado até lhes doerem na carteira.

No entanto, e porque neste mundo temos pessoas que se esforçam por manter e criar coisas boas e que nos vão dando algumas alegrias e momentos muito bem passados, há que fazer referência desde já, e ainda com muitas surpresas (comentário meu mas do qual estou certo) por revelar, à próxima edição de um dos mais importantes acontecimentos do Prog a nível mundial.

Com efeito o GAR (Gouveia Art Rock) na sua edição de 2008 tem já anunciadas as presenças de ARANIS (Bélgica), THINKING PLAGUE (E. U. A.) e do virtuoso PÄR LINDH.

Como tem vindo a ser tradição o festival realizar-se-á no Teatro Cine de Gouveia, nos dias 5 e 6 de Abril de 2008.