domingo, 31 de agosto de 2008

Fóruns de Esquerda

Assiinalo a referência sobre as importantes iniciativas das esquerdas naiconais muito bem lembradas pelo João no "O Quotidiano da Miséria".

E assinalo sobretudo por se tratar de uma referência plural em relação a esquerdas que passam tempos infinitos debruçadas sobre os seus próprios umbigos ideológicos. Penso que são duas iniciativas de grande valor, uma delas que nos tem acompanhado há muitos anos onde, em meu entender, se destaca a relevância das representações internacionais e do internacionalismo estratégico fundamental à existência de uma real alternativa de esquerda mesmo que muitas vezes pareça contraditório o resultado de algumas das experiências representadas. Falo claro da festa do "Avante!".

Em relação à iniciativa de BE é importante perceber que conceito de Socialismo se pode retirar de discursos e causas avulsas constantes das intervenções do BE. Importante compreender o desalinhamento geral com todos os outros conceitos e com todas as outras visões de Socialismo.

É sobretudo importante retirar daqui os pontos em comum e não as divergências mais que conhecidas para um caminho difícil.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Bush, o imbecil e as manobras

Já havia falado atrás nas manobras e como não existem coincidências em política. Bush está empenhado em terminar o seu mandato abrindo portas a uma demência colectiva capaz de eleger outro imbecil para a Casa Branca.

A verdade sobre a invasão georgiana à Ossétia do Sul foi obliterada da História e a Rússia desacreditada publicamente por Bush e por Rice. Na tentativa de estender a àrea de influência da NATO e assim controlar mais um pedaço da movimentação da produção energética, os EUA podem muito bem estar a inquinar a relação importante entre a Rússia e a União Europeia.

A perspectiva (sentida) e o sentimento geral dos russos penso que são muto bem sistematizados no texto que pode ser lido aqui.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Primavera de Praga – 40 anos

Chamo a atenção para uma compilação de textos sobre este tema, com o devido filtro crítico na análise dos conteúdos, no site da publicação on-line do Bloco de Esquerda. Conto em breve tecer algumas considerações sobre esta compilação e sobre este tema.

Já não é novidade, uma vez que está presente noutros textos meus, a importância atribuída a este episódio histórico cuja interrupção foi responsável pelo atraso de décadas no processo de consciencialização da inseparabilidade dos conceitos de socialismo e democracia. No entanto, e como nada nesta vida é simples, o processo democrático não pode ser o motor para uma regressão histórica. Não podemos imaginar um regresso ao feudalismo ou ao esclavagismo por via da democracia. No entanto o fascismo é um regime que tem a sua génese na democracia burguesa e nas crises sistémicas do sistema capitalista. Esta contradição torna a superação do capitalismo pelas vias democráticas em processos que podemos acompanhar na América Latina em laboratórios históricos que se igualam a este episódio que foi interrompido justamente na sua fase mais criativa e num país que sempre foi considerado o mais comunista da Europa.

Embora possa ser aparentemente de difícil compreensão tentarei explicar, (tal como me foi transmitido pela principal figura interveniente no processo) a posição algo confusa e mesmo contraditória do PCP em relação a esta matéria na altura.

sábado, 23 de agosto de 2008

E para os apreciadores de boa música e de comida saudável

Com efeito tenho de quebrar o ciclo da História apresentando algo de muito interessante feito por terras nórdicas nos nossos dias.

Quem pensa que a boa música é património dos anos setenta do século passado pode escutar algumas propostas interessantes que também aparecerão por aqui e que são sinónimo de boa música progressiva feita nos dias de hoje.

Exemplo disso mesmo são estes noroegueses GAZPACHO, aqui apenas com uma pequeno "teaser". Uma banda a ouvir para quem gosta de um universo musical simples mas de uma profunda beleza próximo de uns Porcupine Tree ou Marillion na sua fase mais recente.

A realidade dos recibos verdes

Chamo a atenção para um texto importante sobre este tema aqui.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

As manobras – Da Georgia a McCain

George W. Bush está longe de ser um presidente popular nos EUA. Por vários motivos a população americana tem vindo a desviar-se da própria imagem que o seu presidente passa quer interna quer externamente. Contudo, e pese embora o facto de que não existem grandes diferenças entre os dois candidatos às próximas “eleições” para a Casa Branca, deu-se a necessidade de manter uma linha contínua na estratégia norte-americana perante o mundo e perante as necessidades específicas dos EUA.

Este país necessita sobretudo de um processo de guerra ininterrupto sem o qual lhe é impossível manter a estratégia da defesa das potenciais ameaças mas que também vai alimentando as indústrias ligadas ao armamento. Por outro lado, este clima de constante ameaça criado e encenado constantemente permite os avanços um pouco por todo o mundo dos peões militares americanos para posições que são do seu maior interesse. É o caso da base que está já acordada na Colômbia, de onde poderão estar em posição para intervir ainda mais directamente na Venezuela e em países próximos que estão a desviar-se do caminho pretendido pelo interesse económico e militar dos EUA. A Colômbia oferece uma plataforma de reacção aos movimentos que têm vindo a crescer para a libertação da América Latina da subserviência aos interesses dos vizinhos do norte e a consequente miséria que daí advém.

Como não existem coincidências em política, foi assinado hoje o acordo com a Polónia para a instalação de mísseis de defesa neste território. Acontece que neste mesmo dia a NATO suspendeu actividades conjuntas que haviam há muito sido planeadas com o “parceiro” estranho que é a Rússia. Este país responde na mesma moeda e mostra-se incomodado pelo avanço dos EUA para territórios onde a Rússia tem uma influência histórica notando que existe uma clara intenção de afronta.

Para justificar perante o mundo a necessidade dessas estranhas expansões do universo de influência militar e da presença física de armamento de destruição em massa e de esquemas complexos de defesa perante ameaças na Europa de leste, os EUA encontraram o aliado e as circunstâncias perfeitas. A Geórgia e o seu presidente Saakhashvili serviram bem os intentos americanos ao terem despoletado a invasão do território da Ossétia do Sul que se encontrava sob a protecção de forças de manutenção de paz russas. Saakhashvili aparece pela primeira vez nas televisões no ocidente a acusar a Rússia de uma agressão militar à Geórgia e toda a comunicação social apresenta o caso como uma agressão russa directamente à Geórgia sendo menosprezada ou mesmo totalmente ignorada a história por trás da História.

Estando ancorados no dia de hoje, ao vermos alguma comunicação social e particularmente a intervenção de Cândida Pinto na SIC Notícias (a única directamente sobre este tema) todo o tempo da reportagem recaiu sobre a população de Gori na Geórgia e as dificuldades a nível humanitário. Este é um pequeno exemplo a uma minúscula escala do que é mostrado por todo o mundo. Imagens da Ossétia do Sul depois de invadida por tropas georgianas não existem ou se existem pura e simplesmente são ignoradas. Não querendo fazer juízos de valor quanto a uma guerra onde sempre existem dois lados de culpa, o problema aqui recai sobre a forma como esta é apresentada ao mundo na mesma sequência de mentiras como a ligação do regime Taliban a Bin Laden, a ligação nunca provada deste aos supostos atentados de 11 de Setembro, a existência de armas de destruição em massa no Iraque ou mais recentemente a questão lançada da corrida ao armamento nuclear por parte do Irão quando as autoridades fiscalizadoras oficiais dizem que é falsa esta ideia. Ainda que não o fosse ao Irão teria por força de razão de ser dado o mesmo direito que foi concedido ao Paquistão ou mais recentemente à Índia pelos próprios EUA.

Saakhashvili aparece em todas as suas intervenções com a bandeira da União Europeia por trás (sem figuras de estilo e com elas). As imagens televisivas dão a impressão de que estamos a falar de um país membro da EU e que ostenta os seus símbolos com mais orgulho que alguns países membros de há muto tempo. Os EUA estendem a mão e querem a Geórgia na NATO. O mediador auto-escolhido para esta questão é Nicolas Sarkosy que apresenta uma solução que, alcançando um entendimento, secundariza a Rússia e serve os interesses dos EUA e da NATO.

Ainda hoje – para continuar a saga das não coincidências – Bush declara que “não se pode colocar em causa a integridade territorial da Geórgia” e que Ossétia do Sul e Abkhasia fazem parte dessa realidade. A Rússia é assim isolada política e mediaticamente pelo ocidente. A mesma Rússia que desde Yeltsin entrou numa dualidade de se ter transformado num país governado por máfias mas com um crescimento e com um aparecimento de fortunas obscenas em paralelo com um crescimento de miséria e de retirada de situações dadas como direitos adquiridos e conquistas sociais da era contraditória da tentativa de construção socialista. A identidade da Federação Russa de Putin não é a da URSS mas Putin e a aliança Putin – Medvedev restabelece um certo auto-reconhecimento da Rússia como potência mundial e devolve algum espírito nacionalista e patriótico ao povo russo no bom e no mau sentidos.

Para compreendermos o interesse dos EUA basta dizer que a empresa estatal russa GAZPROM é o maior exportador energético do mundo. Acontece que a Geórgia e a Ossétia do Sul estão num ponto de passagem dessa mesma energia para a Europa Ocidental. Na realidade a Europa depende mais da Rússia que dos EUA.

Apenas para enquadramento, antes destes acontecimentos, a 21 de Julho foi divulgada uma notícia que revelava a suposta intenção de instalação de uma base militar da Rússia em Cuba. Raúl Castro ignorou a notícia e apenas Fidel escreveu poucas linha sobre este tema denunciando aquilo a que designou como “estratégia de Maquiavel”, ou “ Se dizes que sim mato-te, se dizes que não mato-te na mesma…” por parte dos EUA. Durante a visita de Hugo Chávez à Rússia, imediatamente antes da passagem dele por Portugal foi lançada a ideia que havia sido acordada a instalação de uma base russa na Venezuela. Chávez, já em Portugal ridicularizou esta manipulação jornalística nada inocente.

Para completar o rol de não coincidências no dia de hoje sai em diversos meios de comunicação social americana e internacional a notícia de que, pela primeira vez o senador McCain está à frente nas sondagens para a presidência dos EUA…

sábado, 16 de agosto de 2008

Do génio artistico à inspiração indescritível...

Escolho justamente um dos temas mais ignorados da banda por não conseguir destacar nenhum período da sua vida ou por não ter qualquer tema que possa destacar entre a obra magnífica que foi produzida por estes senhores da música. Pink Floyd é um nome que nunca se pode esquecer. Para mim a melhor banda de sempre com a caracteristica de não se enquadrar bem em nehum género musical em particular. Catalogado com frequência no Rock Progressivo Ambiental tem sido relegado para segundo plano a fase que considero brilhante do psicadelismo de onde se destaca o meu álbum favorito, Ummagumma.



BOLÍVIA e PARAGUAI

É com enorme satisfação que vejo este processo que pensava estar por demais comprometido na Bolívia. A campanha da oposição financiada em parte pela embaixada dos EUA foi derrotada numa batalha eleitoral que representou um largo passo no sentido de retirar do jugo do império dos EUA mais um país da outra América. A vitória expressiva de Evo Morales pode ser um factor par aimpulsionar uma verdadeira mudança com todos os cuidados que este já sabe qe deve ter pois tem os coiotes sempre na sua perna.

Por outro lado é de salientar a tomada de posse de Fernando Lugo no Paraguai. Este ex-bispo católico vem terminar com um ciclo político caduco num país com muitas necessidades. A sua vitória vem acrescentar mais um país à lista daqueles que na América se estão a libertar da dependência com o império do norte que desde sempre tem sido o maior factor que contribuiu para a miséria geral do sub-continente.

Estes processos de livertação, por serem diferentes e por representarem vias novas por explorar estando mesmo fora das teorias polítcas que sustentam os principais movimentos sociais desde há séculos, são um factor de esperança num futuro que não pode pertencer a este sistema liberal decadente em que vivemos. Estes povos são os sujeitos da história contenporânea e da sua projecção par aum futuro livre dos impérios tal como os conhecemos.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

O imperialismo psicopata de Bush

Diz este senhor que não se pode admitir que se invada um estado soberano em pleno século XXI a propósito da questão das movimentações das tropas russas em consequência da invasão da Ossétia do Sul pelo exército da Geórgia. Diz contra si mesmo que já neste século invadiu dois países soberanos, já provocou um golpe de estado (felizmente derrotado) noutro estado soberano, continua com sanções ilegais e ilegítimas contra outros estados soberanos mas um em particular e está no caminho directo para iniciar um processo bélico contra outro estado soberano usando o mesmo tipo de mentiras que antes foram usadas no Afganistão e Iraque.

Mas sobre este senhor já sabemos que é um imbecil e que sabe muito bem defender os interesses daqueles que não sendo imbecis estão atrás dele a manobrar a máquina de guerra do mundo.

terça-feira, 12 de agosto de 2008

E do outro lado da cortina de ferro...

... mais concretamente da Hungria, os OMEGA, uma banda gerada e criada no outro lado do muro, simples e muito ingénua mas dentro das estética do rock progressivo que viria a abandonar depois aderindo a um hard rock folclórico. Ao que parece ainda andam por aí....

A relembrar ou a conhecer...

Temo que, por motivos óbvios estes senhores não tenham o lugar na história da música que mereciam ter. No entanto atravessaram as décadas com o seu som cada vez melhor e trouxeram-nos a verdadeira essência do que deve ser a música. Puro prazer. Pura beleza. O mesmo tema em dois momentos separados por mais de trinta anos!



...e perante o público japonês em 2006...


As raízes

A segunda banda (a primeira foram os Pink Floyd) que me iniciou no mundo da música foram os Camel.



E a beleza na simplicidade de "Ice"...

domingo, 10 de agosto de 2008

Dualidade de critérios, um direito no mundo livre...

As mesmas forças que alimentaram e patrocinaram a independência do Kosovo perante a Sérvia aparecem agora com uma posição totalmente diferente perante a Ossétia do Sul. EUA e União Europeia, que deram os "vivas" à independência Kosovar e prometeram milhões ao recém-criado país para que este possa sonhar em ser viável aparecem agora a defender que a intervenção russa na Ossétia do Sul - em resposta à tentativa da Georgia de re-anexar esta "quase" república independente ao seu território - não é legítima, logo, não sendo também legitimo o direito destes povos à sua independência.

A incoerência é apenas mais um episódio do já normal comportamento destes países. Se são amigos as coisas tratam-se de um modo, aparecendo Bush a dizer que a integridade do território da Georgia deve ser mantido (resta saber se Bush sabia que não se tratava do estado da Georgia no seu próprio país mas sim do país a leste a Europa). Se são adversários, ou melhor dizendo inimigos ( porque para esta gente quem não está com eles está… como disse o Sr. Bush, com o terrorismo) então já a Sérvia tem de deixar que o povo Kosovar decida o seu destino.

Enfim, coisas de democracias e do mundo livre.

sábado, 9 de agosto de 2008

E da mesma colheita, do mesmo ano...





E uns bons anos mais tarde. Talvez a idade não perdoe mas a música torna-se num exercício diferente de paixão...



The Strawbs - Part of the Union


Mais um pedaço da história da música...

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Ainda a propósito de Karadzic

É evidente que não é de estranhar mas não deixa de ser algo confuso para alguém que não conhece a fundo como funcionam estas coisas do direito.

Sempre pensei que houvesse muito de comum entre a nossa concepção da justiça e a concepção que se vai adoptando um pouco por essa Europa.

Talvez por isso fique a pensar no que ouvi repetidamente da boca de alguns jornalistas que chamam a Karadzic "criminoso de guerra". Se bem entendo um criminoso é alguém a quem foi atribuido um crime, cuja presunção de inocência terminou com uma decisão transitada em julgado por um tribunal competente.

A minha confusão deriva sobretudo do facto de não entender como podem os jornalistas substituir os juízes na condenação ou na inocentação seja de quem for muito mais quando se trata de um processo histórico onde de todos os lados existiram crimes de guerra. Aqui a questão está meramente no julgamento político. Estarão os jornalistas a fazer um julgamento moral e não de direito? Se estão quem lhes dá a eles o direito sobre a moral?

Não esquecer que no passado dia 6 de Agosto se cumpriram 63 anos sobre Hiroshima que matou 110 000 pessoas e mutilou ao longo dos anos muitos outros milhares. Certo é que a História não julga os vencedores, não são estes muitas vezes os portadores da moral mesmo que tentem ser os do direito. Só que mais uma vez este é por linhas tortas.

Hawkwind, ou a bela e os monstros em 1972

Desconhecidos? São aqueles que ainda não conseguiste humilhar…

…palavras encomendadas ao apresentador Jorge Gabriel para um jogo de uma dessas plataformas do tipo consola. Um resumo fiel do que querem ver esta sociedade ser transformada. Uma sociedade de filhos da puta. E tão perto estamos na vida real.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Crónicas de um golpe




Um documento fundamental para a compreensão do modo como o controlo dos media pode significar o controlo do poder. Venezuala e o golpe de estado que instaurou a mentira fascista por dois dias.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Morreu Alexander Solzhenitsyn

Apenas em 1962 viu este autor premiado com um prémio Nobel (1970) publicado no seu país natal uma obra sua, “um dia na vida de Ivan Denisovich”. Vítima que foi das purgas Stalinistas e do terror dos Gulag (as chamadas “Prisões especiais”) para onde eram remetidos os prisioneiros políticos.

Foi condenado por injúrias a Stalin apanhadas em cartas escritas a um amigo. A URSS de então estava feita à imagem do seu líder. Embora conservando alguns traços positivos que não podem ser esquecidos e muito menos negados, a verdade é que o legado de Stalin é de extrema crueldade e de uma concentração na sua própria figura da responsabilidade de um legado histórico que teria de vir a ser lentamente desmascarado no futuro. Ainda hoje permanecem muitas discussões sobre os aspectos positivos e negativos do regime stalinista.


Solzhenitsyn, foi remetido a um silêncio forçado, o mesmo silêncio a que foram condenados muitos homens e mulheres. Stalin foi o responsável directo pela morte de mais comunistas em toda a história tendo sido o principal responsável também pelo enorme desvio teórico e prático da construção do socialismo. Mas essa é uma análise que não cabe nestas linhas. Cabe antes o respeito pelas vítimas inocentes de um regime que pretendeu medir forças com os mais negros e sombrios momentos da história mundial e que pariu figuras à sua imagem e semelhança um pouco por todo o mundo como Ceausescu. Contudo, há que salientar que Solzhenitsyn não foi apenas uma mera vítima inocente. Ele foi mesmo simpatizante de outros regimes ditatoriais como o de Franco ou Pinochet, o que revela uma contradição profunda entre a sua análise do regime soviético e a sua simpatia por regimes de teor fascista. Daí que seja de fácil compreensão o exílio a que foi forçado em 1974.


Regressando à Rússia na era de Yeltsin não escondeu a sua simpatia pela personalidade e pela política de Putin. Para a História ficam os acontecimentos. As análises estão ao alcance de cada pensamento de cada um de nós.

"H Natural" de Steve Hogarth, em Portugal


"Como tem vindo a ser anunciado, A Web Portugal está a organizar dois concertos com Steve Hogarth, vocalista dos Marillion. Os concertos terão lugar em:
*MS Club em Praia de Mira, no dia 30 de Agosto de 2008*
*Santiago Alquimista em Lisboa, no dia 5 de Setembro de 2008*
Serão, como é hábito do cantor, dois concertos intimistas, onde voz e piano apresentarão sem artifícios temas conhecidos de todos e muitas surpresas (desde temas de Marillion até versões de clássicos do rock, que poderão passar por nomes tão importantes como Beatles, Leonard Cohen, David Bowie ou The Waterboys).
*Os bilhetes encontram-se já à venda através da Web Portugal.**website*: www.thewebportugal.com/hnatural.htm*email*: mailto:marillionados%40marillionados.comou nas lojas Prog CD's e Carbono de Lisboa.

Má política. Desastrosa gestão de pessoas...

Sob um nevoeiro estranho que vai pairando no tecido empresarial português empresas do sector da distribuição preparam-se para atirar ao lixo uma quantidade significativa de postos de trabalho criados precariamente já com o intuito de serem facilmente descartáveis.

A crescente concorrência e a febre de abertura de novas lojas por quase todas as cadeias de retalho tem tido um misto de positivo, com a criação e movimentação interna de postos de trabalho, com o escandaloso negativo do desmantelamento de equipas de trabalho e com constituição forçada de equipas pouco preparadas e demasiadamente polivalentes.

Ao nível dos recursos humanos é cada vez mais evidente que a aposta destas empresas está na redução de custos a todos os níveis reduzindo a sua eficácia prática. O nível de conhecimentos, que é independente do nível de escolaridade, é cada vez menor e menos especializado neste tipo de estrutura empresarial. Os serviços externos e de apoio à estrutura são reduzidos ao mínimo e assistimos a situações em que será possível ter-mos no horizonte níveis de ineficácia extremamente elevados. Por outro lado é exigido cada vez mais a cada vez menos pessoas. A gestão das pessoas é feita por quem aprende a gerir números. O enquadramento e a integração das equipas de trabalho são feitos cada vez mais à força bruta dos orçamentos sem contar que as estruturas apenas podem ser competitivas sem mantiverem altos padrões de qualidade no serviço e uma elevada eficácia.

Hoje em dia o serviço é mesmo o factor diferenciador. A criatividade e a liberdade criativa são essenciais à manutenção de boas equipas bem estruturadas e sobretudo motivadas.

O neo-liberalismo à portuguesa está a atingir um patamar do absurdo. Estamos a criar mega-plataformas comerciais sem ter-mos estruturas produtivas. A dependência das importações cresce em certos sectores a um nível insustentável. A concorrência observada entre empresas que combatem por migalhas de margem ou praticam deliberadamente e constantemente dumping comercial é o que está a causar um estrangulamento dos ganhos efectivos não só destas empresas como da distribuição e importação que as fornecem. Com esse facto a mão-de-obra degrada-se e os valores de contratação tornam-se terceiro-mundistas.

Ao contrário do que as teorias ultra-liberais proclamam a concorrência não é factor de diminuição de preços mas antes de empobrecimento geral. Se cada vez existe um maior número de pessoas a trabalhar no sector terciário e se este cada vez paga pior aos seus profissionais a disponibilidade financeira de grande parcela populacional desce significativamente. Isso traduz-se numa forte redução do consumo. Esta redução torna-se numa mistura explosiva quando confrontada com o aumento exponencial de superfícies comerciais de média e grande dimensões. Mais explosiva quando, à diminuição dos salários no sector corresponde uma igual qualidade de serviço. Enfim, um ciclo vicioso já visto e revisto e, obviamente, falhado.

Quando nos disparam depois com ideias como a Flexigurança (será este o termo adoptado?) temos de ter em conta que Portugal está longe de ter uma realidade semelhante à Dinamarca, e que, com trabalhos deste género cada vez mais mal pagos e proletarizados é muito mais convidativo viver da assistência social do que estar a trabalhar. O mesmo estado desprezado pelo liberalismo mas que sustenta todos os projectos privados nos sectores fundamentais, como a saúde e a educação, o mesmo estado que alberga os políticos liberais e os catapulta para a vida depois da política nas cadeiras das administrações públicas ou privadas (se bons negócios foram produzidos em benefício das duas partes). Esse mesmo estado sustenta com essa ideia de Flexisegurança o menor risco dos privados em contratar e em despedir e desobriga-os completamente de pagar para depois terminar por ter de assistir e sustentar.

Se precarizar é desenvolver então o conceito de desenvolvimento, na óptica liberal, está pré-destinado a apenas uns quantos afortunados. Os outros que produzem, que criam, que manobram, que limpam, estão à margem e são para eles projectadas mensagens com a agressiva e criminosa linguagem de estímulo ao consumo e ao endividamento. Já vimos que é uma contradição que está a hipotecar esta geração dos quinhentos euros como hipotecou antes a dos seus pais da geração das pré-reformas cavaquistas. Esse senhor deveria ele mesmo ser pré-reformado por inutilidade da sua prestação no cargo que ocupa.

Aguarda-se a passagem do nevoeiro mas com o mesmo realismo de sempre não se espera um sol para todos…

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pela nossa saúde…

Ontem, por emenda de mão do governo, o designado hospital Amadora-Sintra passou para a gestão pública através da extinção do contrato com a entidade privada cujos resultados se provaram terem sido desastrosos. Numa altura em que o governo propõe também o regime de exclusividade para os médicos é mesmo caso para pensar que, finalmente, se começa a olhar para a saúde e para os seus profissionais como devem ser olhados.

A mistura constante entre interesses privados e práticas públicas dos médicos tem-se traduzido numa situação caricata de adiantamento de situações no público se antes os pacientes se submeterem a intervenções no privado. Os médicos são exactamente os mesmos no mesmo papel em locais diferentes (por vezes a falta de vergonha até leva a que suceda nos memos lugares). O mesmo profissional começa um processo no público, redirecciona-o para o privado para que seja acelerado na sua fase final novamente no público passando à frente dos que não têm possibilidades de pagar o privado. Este conflito de interesses e esta promiscuidade justificam que se separem as águas.

Não tenho nada contra a prática da medicina privada embora dê muito mais valor a um profissional que se dedique ao Serviço Nacional de Saúde com todas as carências e deficiências que este possa ter. A medicina dos ricos e a medicina dos pobres não podem ser diferentes no tempo e na qualidade, nem terão na prática de ser diferentes no espaço.
Seria agora tempo de acabar com os médicos formados pela nota em vez dos médicos por vocação. O factor vocacional deveria ter um peso no mínimo de cinquenta por cento, sendo mesmo factor eliminatório mesmo em alunos com notas brilhantes.

A questão aqui está em procurar nos melhores sistemas de saúde públicos a nível internacional as melhores práticas e seleccionar para estas as melhores pessoas.