segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Evo Morales triunfa e refunda a Bolivia



Está segura a vitória que representa a ratificação pelo voto popular da nova constituição boliviana. Uma clara opção por uma Bolívia como "estado plurinacional, comunitario, intercultural, descentralizado e com autonomías".

sábado, 24 de janeiro de 2009

Qimonda, Sócrates diz que fará tudo para salvar empresa



Depois de um longo percurso em que governos alemão e português tentaram salvar a Qimonda, empresa alemã com produção em Portugal, parece que o esdorço de nada valeu e foi ontem apresentado o plano de insolvência da empresa.

Tendo em conta que esta organização produz produtos tecnológicos de ponta que constam nas áreas defendidas pelo governo português como fundamentais para o desenvolvimento do país, e sobretudo que esta empresa é ao momento o maior exportador nacional, e ainda o facto de ter o primeiro-ministro referido a vontade de fazer TUDO o que está ao seu alcance, poder-se-á assim exigir do governo a solução extrema. A nacionalização da Qimonda Portugal e o consequente salvamento dos 1700 postos de trabalho que a companhia representa no noss país. O fecho desta empresa implica uma catástrofe económica na zona de Vila do Conde. O norte do país é já o mais fustigado pela crise e sobretudo pelo desemprego e pelas suas consequências directas e indirectas.

Fazer tudo, neste caso pode mesmo ter de ser o recurso à medida mais radical mas mais justa e mais relevante para a economia nacional. Nacinalize-se a Qimonda!

Uma solução com precedentes

Segundo notícia que pode ser lida na íntegra aqui, o banco Barclays tem 70% de hipóteses de ser nacionalizado com a desvalorização consecutiva do valor das suas acções.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mais uma partida prematura






e porque não podia deixas de ser...



Conheci o João Aguardela precisamente no dia em que, pela primeira vez toquei ao vivo com uma banda completamente idiota com música perfeitamente imbecil chamada Suburbanos. Fomos os segundos do alinhamento das três bandas que tinham como cabeça de cartaz precisamente os Sitiados. Apesar das diferenças de sonoridade as três bandas foram muito bem aceites. Os Sitiados ainda não tinham lançado o seu primeiro álbum naquela data da qual não me recordo (era quase uma criança...). Contudo lembro-me que o concerto foi organizado pela Associação de estudantes da minha escola (Secundária de Cascais) e com o patrocínio (já na altura importante) da Câmara Municipal de Cascais.

Durante alguns anos fui acompanhando, e algumas vezes com oportunidade de trocar algumas palavras com o João Aguardela, em diversas iniciativas musicais ou políticas e mesmo em concertos dos Sitiados que fazia sempre questão em ir ver. Era um criativo e sobretudo muito boa gente. Mesmo não o tendo conhecido para além destas pequenas frases trocadas aqui ou ali não posso deixar de manifestar sentida tristeza pelo facto de saber que já não se encontra entre nós.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A mestria de Gordon Gilptrap brevemente em Portugal



Gordon Giltrap, uma das presenças confirmadas da edição do Gouveia Art Rock 2009.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A entrevista do primeiro

Nesta noite foi apresentada a primeira grande entrevista do ano do primeiro-ministro José Sócrates na SIC. Talvez não deva ser catalogada exactamente desta forma uma vez que não se tratou exactamente de uma entrevista mas antes de três monólogos incoerentes e propagandísticos.

Os jornalistas colocaram perguntas e não esperaram respostas, aliás tentaram sempre impedir que estas fossem produzidas. O primeiro-ministro, por sua vez, com a habilidade que lhe é característica tentou a muito custo desviar as manobras jornalísticas dos entrevistadores de forma a jogarem a seu favor.

Sócrates foi o único grande vencedor do combate uma vez que a forma rasteira de apresentar trabalho por parte dos dois entrevistadores (Ricardo Costa e José Gomes Ferreira) lhe rendeu um resultado, quer na forma quer no conteúdo, que superou tudo o que se podia esperar de um encontro deste género.

Sabemos de antemão que a qualidade dos políticos portugueses é muito baixa. Ficamos a saber, com mais uma hora de comprovação, que não se ficam atrás os jornalistas. Num país que continua a apelar à competitividade esses apelos têm surtido todos os possíveis efeitos quando se trata de nivelar por baixo a qualidade de todas as actividades em geral, e em particular das que estão ligadas directa ou indirectamente com a política. O jornalismo está seriamente comprometido com estas figuras e com as que se seguiram a comentar de forma ridícula esta vergonha de entrevista.

Ricardo Costa fez demagogia e aproveitou-se do seu posto numa empresa privada de comunicação social para esgrimir argumentos quando deveria ter colocado questões. Mas, não se limitando a esgrimir argumentos, fê-lo de forma a defender a sua tese mais que conhecida de neo-liberalista confesso a apontar o dedo. Ele que não foi eleito para coisa alguma enfrenta o primeiro-ministro com a questão da nacionalização do BPN e pergunta com o dedo em riste porque tem este banco, agora público, as melhores taxas de juro do mercado. Dizendo sem qualquer pudor por duas vezes “o seu banco”, quando todos sabemos que o banco não é do primeiro-ministro e que a intervenção foi no sentido de uma nacionalização com vista à protecção dos depósitos. Porque pratica então o BPN as melhores taxas? Porque esse é o seu dever enquanto um dos melhores bancos comerciais agora, felizmente, nacionalizado. O que incomoda assim tanto Ricardo Costa? A concorrência do BPN (CGD) com a banca privada no negócio crescente neste período de crise que são os depósitos a prazo. Ricardo Costa defende quem?

Sendo José Sócrates um homem da direita moderada, aparece nesta anedótica entrevista como um homem de uma aparente esquerda porque os seus interlocutores são os representantes das ideias da direita política e económica.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Despedimentos proíbidos na Venezuela até ao final de 2009

O TEXTO SEGUINTE FOI RETIRADO NA ÍNTEGRA DO ESQUERDA.NET: AQUI

"Na Venezuela, os patrões não podem despedir trabalhadores que ganhem menos de três salários mínimos. A medida já se encontra em prática desde 2002, sendo renovada periodicamente. O governo anunciou que vai estender o decreto de "imobilidade laboral" por mais mais um ano, vigorando até Dezembro de 2009, e sublinha que o país tem a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 10 anos.

O governo venezuelano decidiu prolongar outra vez a vigência do decreto de "imobilidade laboral" que impede os patrões de despedir trabalhadores, desta feita até Dezembro de 2009. Na verdade, trata-se da 15ª extensão do decreto, pela primeira vez aprovado em Maio de 2002. Contudo, se nas primeiras aprovações do decreto a sua validade era apenas de alguns meses, as duas últimas extensões da medida foram anuais: em Dezembro de 2007 a validade do decreto foi estendida até ao final de 2008 e agora o governo decidiu estendê-lo até ao final de 2009.A medida permite "proteger os empregados dos sectores público e privado, regidos pela Lei Orgânica do Trabalho" e estipula que os trabalhadores que ganhem mensalmente o equivalente até três salários mínimos mensais (aproximadamente 800 euros) não podem ser despedidos.Para o governo venezuelano, que prevê dificuldades com a crise económica mundial, esta medida é fundamental para não pôr em risco a consistente descida do desemprego no país. Há poucas semanas, Chavez vangloriava-se de ter atingido a taxa de desemprego mais baixa dos últimos 10 anos, que se cifrou em 6,1% no passado mês de Novembro.No entanto, o decreto de "imobilidade laboral" não é universal, pois deixa de fora trabalhadores temporários ou ocasionais, cargos de confiança, empregados que aufiram mais de três salários mínimos mensais, e certos casos em que a redução de pessoal se faça por acordos voluntários entre trabalhadores e patrões.O objectivo futuro do governo venezuelano é integrar a medida definida por este decreto na reforma da Lei Orgânica do Trabalho, pendente há quase dez anos. Além de proibir o despedimento de trabalhadores, a nova Lei Orgância do Trabalho deverá incluir a redução do horário de trabalho para seis horas por dia e o aumento dos dias de férias. "

A irracionalidade da guerra

Nada me move contra os judeus em particular – uma vez que falar sobre guerra torna por estes dias incontornável a questão de Israel e Palestina – nem tenho qualquer animosidade para com o estado de Israel, e vejo como uma realidade importante reconhecer o seu direito à existência específica com as características que são compreensíveis num estado formado da forma como este foi.

O problema reside justamente no nascimento, na forma e não no conteúdo, uma vez que nenhum povo pode reclamar o seu direito a existir e a ter um estado ocupando e massacrando os povos que, por todas as razões possíveis são os legítimos ocupantes do território reclamado.

O estado de Israel nasceu torno e tarde ou nunca se endireitará. A vingança do povo massacrado pelo nazismo é ser ele mesmo exterminador de inimigos reais ou potenciais, acossado e estimulado por uma comunidade numerosa e imensamente rica com organizações mais ou menos formais um pouco por todo o mundo. Israel tem sido tantas vezes, a mão e os olhos do imperialismo norte americano onde representa o maior lobby em termo de quantidade de membros e de financiamento aos políticos americanos.

Na curta visita que Obama fez a Israel antes da sua eleição ele disse algo que poderá ter passado despercebido a quase toda a gente. Disse esperar ver o estado de Israel em breve com a cidade de Jerusalém como capital. Esta cidade tem um significado muito especial para as três religiões monoteístas: o judaísmo, o islamismo e o cristianismo. Aquela frase foi tão reveladora quanto a outra que disse no seu discurso na noite da vitória eleitoral cujo conteúdo era simplesmente que os americanos iriam derrotar os seus “inimigos”.

Os ataques de Israel a Gaza foram já condenados por muitos países mas sobretudo por muitos povos. Por muita gente que, independentemente da posição que o país tenha perante a situação, resolveu manifestar-se contra esta guerra.

Israel tem o direito de se defender de ataques. Contudo o que se viu não foram ataques que justificassem, à luz do direito internacional. Não foram de todo proporcionais e não descriminaram alvos. E isto sucede porque os alvos são uma população inteira.

O resultado efectivo destas práticas de guerra imperialista é que os inimigos do Hamas estão hoje a seu lado. A nível internacional, aqueles que sempre foram contra o Hamas e a sua visão islâmica do governo da Autoridade Palestiniana em contraposição com as forças progressistas que sempre dominaram a estrutura dessa mesma débil Autoridade até à vitória eleitoral do Hamas, hoje encontram-se na posição de defensores das posições do Hamas contra essas forças progressistas e contra a postura genocída de Israel. Este país conseguiu a proeza de colocar meio mundo a defender uma organização que até há pouco tempo odiava, porque se compreende facilmente que, com o pretexto de derrubar o Hamas, o que se vai fazendo é esfaimar e atirar sobre uma população inteira.

Assim sendo, a guerra termina de qualquer forma. Sem palestinianos não há Palestina e Israel vive e os EUA mantêm a sua guarda avançada intacta, invicta e intocável pelas autoridades que vão brincando ao direito internacional quando este serve de arma política contra os inimigos do império.