domingo, 31 de maio de 2009

Em defesa da igualdade de direitos de destruição em massa

É com enorme satisfação que acompanho as notícias vindas dos lados da Coreia do Norte. Parece que, mesmo com um país amordaçado e arruinado, e como se não bastasse boicotado, sabotado e sancionado pela comunidade internacional, a ideologia Juche do socialismo nacionalista coreano parece querer ripostar gritando ao mundo que a capacidade do armamento nuclear não pode estar toda do mesmo lado. A hegemonia da destruição detida pelo império americano e seus amigos tem de terminar a bem do equilíbrio de forças que produz um maior desenvolvimento. O fim da História não só ainda não chegou como parece que ainda está num horizonte muito longínquo.

sábado, 30 de maio de 2009

Duas razões para se chamar Gripe Suína

A primeira porque afecta sobretudo os porcos. A segunda porque, para o seu tratamento apenas é conhecido o já famoso medicamento Tamiflu dos laborátórios Gilead Sciences Inc. dirigido por Donald Rumsfeld.

Estranhas ligações...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os "contras" na Venezuela







Yuban Ortega, Luis Vázquez e Junior Hermoso são os nomes de três jovens venezuelanos, membros de base da JPSUV (a estrutura de juventude do partido PSUV) assassinados na Venezuela pelos movimentos clássicos ultra-direitistas que um pouco por toda a américa latina defendem os interesses das grandes fortunas. O actual caminho da Venezuela é incompatível com os interesses daqueles que só existem sobre a miséria dos outros. É incompatível com a manutenção do poder económico nas mãos dos que estão opostos ao poder político actual.




Assim sendo, como já é tradição por toda a América latina ao longo de décadas (que o digam os vizinhos da Colômbia por exemplo) crescem grupos para-militares que mais clandestinos ou secretos (como este caso da Venezuela) ou ligados às estruturas do poder (como o caso colombiano) vão criando o terror com a intenção clara de matar todas as possibilidades de sucesso de processos revolucionários, matando literalmente os revolucionários.




A História dá-nos conta de infindáveis listas de "desaparecidos" nas mais crueis ditaduras paridas e sustentadas pelo vizinho do norte. A mesma História ensina-nos que em circunstância alguma movimentos que pretendam uma ruptura revolucionária contrária pela sua natureza aos interesses económicos estabelecidos, pode vencer se não esvaziar de poder económico essas elites dominantes. Com essas fortunas contratam-se exércitos, tutelam-se orgãos de comunicação social, financiam-se actos de sabotagem económica e terroristas.




A Venezuela já tem os seus "contras" e se Chávez olhar para Obama como um presidente "diferente" de Bush, Chávez é História! Estes novos movimentos criados de baixo para cima geram uma esperança enorme por todo o mundo de alternativa socialista. O seu carácter único, inovador e experimentalista tem envolvido as pessoas no processo de construção política. Mas mais uma vez o medo pode jogar ocntra estes processos. A ingenuidade destes movimentos que são de um novo tipo pode ser fatal.




Não haja ilusões. Nunca as elites abdicam voluntariamente do seu poder político e económico. A democracia só existe e é válida se ganharem os partidos do sistema. Se isso não suceder, e por qualquer extraordinária alteração histórica sobem ao poder mesmo que pelas vias do sistema eleitoral as forças contrárias aos seus interesses, o resultado é sempre o que se começa a ver na Venezuela. A oposição encontrou neste método a única forma de intimidar o poder. E eliminam precisamente os jovens, pois eles representam uma continuidade de um projecto que as elites pretender ver desaparecido.


P.S: Assassino de Junior Hermoso capturado!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Há uma escolha simples...

No boletim de voto para as próximas eleições europeias basta olhar para as duas primeiras linhas. Nessas estará o voto que interessa, o voto para reforçar o grupo das esquerdas unitárias e verdes nórdicos no Parlamento Europeu.

1 – Bloco de Esquerda – B.E.

 

2 – CDU – Coligação Democrática Unitária – PCP – PEV

 

3 – Partido Social Democrata – PPD/PSD

 

4 – Partido da Terra – MPT

 

5 – Partido Popular Monárquico – PPM

 

6 – Movimento Esperança Portugal – MEP

 

7 – Partido Socialista – PS

 

8 – Partido Popular – CDS/PP

 

9 – Partido Nacional Renovador – P.N.R.

 

10 – Movimento Mérito e Sociedade – MMS

 

11 – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses PCPT/MRPP

 

12 – Partido Operário de Unidade Socialista – POUS


13 – Partido Humanista – P.H.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ATRIUM - Uma banda a conhecer

Atrium - Santiago Alquimista - 28 Oct 2008

Quem, e em nome de quê?

A violência no bairro da Bela Vista em Setúbal será exclusivamente um problema social? Esta questão levanta-se de cada vez que as forças policiais têm de agir contra actos mais isolados ou mais organizados que têm continuamente colocado em causa a vida e a segurança, portanto a liberdade, das pessoas.

Não há muitas análises possíveis a estes casos. A miséra não pode servir de desculpa para este tipo de actos. Poderia servir de motor para um levantamento social organizado ou não mas que não colocasse em causa o quotidiano de centenas de pessoas que nada têm a ver com as motivações por trás destes actos e que neles não se revêm ou até que se sentem por eles ameaçados.

E se não há muitas análises possíveis restam as duas que mais ouvimos com frequência. Que estes são meros actos criminosos e que tem de existir uma reacção à justa medida dos mesmos. Ou a contrária, que estes acontecimentos têm como origem factores de exclusão social e consequentemente estes actos e estes indivíduos devem ser tratados como vítimas e não como infractores.

Compreendendo perfeitamente esta última visão, na medida em que uma sociedade que já por si mesma é criadora de exclusões mas que em crise complexa ainda se agudiza mais essa tendência, penso que a sociedade no seu todo, e as forças policiais em nome desta, devem tomar uma posição firme contra estes actos e punir de acordo com os delitos cometidos, rápida e eficazmente os infractores.

Esta delinquência parasitária e manipulada foi a mesma que fez eleger Sarkozy em França depois da tirada chocante para alguns em que chamou vândalos ou escumalha àqueles que se manifestavem desta forma nas ruas de várias cidades francesas.

È necessário saber separar o que são manifestações legítimas de desagrado pelas situações mais diversas de desgraça que se vão espalhando pelo país, da reacção violenta de gente, na sua grande maioria parasitária, que impedem o acesso à liberdade dos cidadãos honestos, dos trabalhadores deste país. É necessário saber o que querem e o que os move.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

PROCURA-SE!




E que tal um pouco de bom senso e discernimento? Retirar aproveitamento político de acontecimentos como o que sucedeu neste 1º de Maio com a questão das alegadas agressões a Vital Moreira, pode revelar nada mais nada menos que alguns telhados de vidro.

A esquerda portuguesa já devia ter aprendido que este tipo de manobras são uma arma constante nas mãos de quem pretende dividir. Uns foram estúpidos ao ponto de se deixarem levar nos actos, ou para tal foram incitados. Outros quiseram aproveitar a deixa para captar mais eleitorado tirando proveito da culpabilização geral de um único partido. Assim não vamos lá! Não é a cair nas armadilhas constantes de quem tem o poder do marketing político e da divulgação manipulada nos media que a esquerda pode ter sequer a ilusão de querer tornar-se alternativa.

foto retirada das imagens da RTP dos acontecimentos do 1º de Maio. O BE tem telhados de vidro nesta matéria

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Bloco Central? Paranóia manipuladora dos media

Reaparece agora (aparentemente) do nada a ideia peregrina de que pode vir a ser necessária (?) a reedição do Bloco Central para salvamento do país desta crise. Sobre a crise diz-se muita coisa, mas sobre quem a pariu diz-se muito pouco. Acontece que a génese desta crise está precisamente nas ideias e nas práticas que estão por trás do monolítico conjunto de parideiras de soluções políticas e económicas em Portugal constituído pela tríade PS/PSD/PP.

Ao trazerem de volta essa ideia da necessidade de um BC estão a incutir medo nos cidadãos eleitores e a avisá-los para que pode advir o caos se as suas escolhas não recaírem numa maioria absoluta do PS ou se votarem em partidos fora desta tríade, que não interessam para nada, nunca poderão ser governo e mal de nós se o pudessem ser. Isto, grosso modo, é o que vomitam a toda a hora os meios de comunicação social.

Quer isto dizer que estamos num ponto de situação onde temos toda a liberdade de votar desde que sejamos conscientes e votemos da forma como nos dizem para fazer. Ou então daí advirá o caos e a bancarrota do país. Mas o mais interessante é o facto de se apresentar como solução para a crise precisamente aquilo que a criou. A crise (ou crises, porque têm sido várias e sempre os mesmos a pagar em todas elas) apresenta-se como algo de inesperado (quando muitas vozes já a tinham anunciado) e como algo que nada tem a ver com a natureza predatória de um sistema falido principalmente a nível ético e moral.

Mais uma vez incutir o medo e fazer do medo o factor catalisador para a unidade negativa e inconsciente dos povos poderá resultar no premiar os infractores e dar a quem tem sempre vindo a ganhar a possibilidade de ganhar ainda mais. Um BC será uma excelente forma de ainda com mais força e descaramento distribuírem os lugares pelos dois partidos do sistema.

Está na hora precisamente de dizer que estes dois partidos parasitários não são donos do país nem da vontade de cada cidadão. Está na hora que os castigar e de criar uma solução de governo que os obrigue a prestar contas a quem os elege de uma forma sistemática e não com discursos fabricados para comunicação social ver. Está na hora de votar (finalmente) em consciência e não porque o mundo desabará se os parasitas do PS e PSD não estiverem confortáveis nas cadeiras do poder. Está na hora, 35 anos após o 25 de Abril, de fazer entender às pessoas que a sua escolha não deve estar condicionada pelo medo das alternativas políticas atiçado por todos os acomodados do sistema. Está na altura que olhar para outros povos que vão lentamente reconquistando as democracias para si eliminando os factores que sempre os impediram de serem donos das suas próprias vontades.

Não está na hora de um Bloco Central mas sim de derrotar os principais culpados pela crise e por todas as crises, as delegações portuguesas dos interesses liberais internacionais, o PS e o PSD. Temos este ano três belas oportunidades para o fazer, sem medos!

sábado, 2 de maio de 2009

A questão dos valores

“Substituir o valor do ateísmo pelo valor da religião, pressupõe romper com aquilo que era considerado como certo e bom e substituí-lo por algo que se apresenta como mais verdadeiro e desejável.”

In Manual de Psicossociologia das Organizações; Ferreira, J. M. Carvalho; Neves, José; Caetano, António; McGraw Hill, p.259



Nas nossas leituras por vezes esbarramos com ridicularias deste género e pensamos, como é possível alguém, com um nível cultural e educacional tão elevado escrever barbaridades deste género e publicá-las em livros científicos que são referência bibliográfica em cursos universitários. A continuarmos neste caminho de produção intelectual em breve estaremos a retirar conteúdos bem mais credíveis e verdadeiros da banda desenhada de Walt Disney.

Desde quando é que a religião em si é um valor? A religião pode conter dentro de si um conjunto de valores, mas não é um valor em si. Pior do que isso é ignorar que no ateísmo pode estar um conjunto de valores humanos bem mais importante do que o presente na religião. Basta compreendermos que o ateísmo não tem de gerir os seus valores pelo medo de poderes sobrenaturais. Não tem de se sustentar no medo de um além para identificar o mal e o bem. Um ateu e um religioso podem mesmo partilhar os mesmos valores e na mesmíssima proporção.

Mas o mais irónico desta afirmação é precisamente a elaboração mental necessária para podermos compreender onde poderia o valor religioso, se tal coisa existisse, ser “mais verdadeiro e desejável”. A religião, essa coisa tão concreta e tão palpável cheia de certezas e evidências baseada na ideia que existem criaturas algures no além que nos criaram e nos controlam (excepto quando se esquecem) é apresentada como mais desejável perante os valores do ateísmo. Quer dizer que o ser humano sem a fantasia da existência de deuses torna-se ainda mais cruel. Mas o que a História nos ensina é que as maiores crueldades foram sempre cometidas em nome de religiões, do deus x ou y, da conquista de clientela para esta ou aquela seita de seguidores de ilusões. Quero com isto dizer que os valores religiosos são hipócritas? Definitivamente não! Os valores da honestidade, do respeito, da igualdade, da felicidade, etc. são valores sérios e válidos na fantasia religiosa quanto são no ateísmo. Eles representam exactamente o mesmo. Cada indivíduo interpretá-los-á à sua forma e agirá de acordo com a sua consciência dos mesmos. Ou seja, o que acima é dito não passa de uma deturpação do conceito de valores e de propaganda da superioridade dos valores religiosos quando eles são exactamente iguais no ateu e no religioso.

Quanto ao “verdadeiro” nem é necessário alongar muito. As religiões são baseadas em crenças e não em factos. Não existem factos concretos e palpáveis que comprovem a existência de qualquer deus ou entidade semelhante. Todas as religiões têm atrás de si motivos sociopolíticos fortes e de todos os testemunhos deixados só sobram aqueles que mais convêm a quem prega as suas doutrinas. A História nega constantemente a religião. A ciência contraria todos os dias a religião. Deus é constantemente negado até por aqueles que mais dizem crer. São então os valores incutidos pelo medo do castigo no além mais desejáveis que os valores nascidos na simples ideia de que a humanidade existe por si e para si independentemente da existência de deus, do pai natal ou de extra-terrestres baixinhos e verdes que nos controlam?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Não haja ilusões!

Hoje como sempre para o capitalista, o trabalhador é um monte de carne facilmente substituível por outra carne que se sujeite a condições ainda piores que o anterior. Assim foi, assim é e assim continuará a ser até que outros Maios se levantem.