domingo, 31 de outubro de 2010

E se amanhã os mercados responderem negativamente?

É uma questão pertinente, creio. Parece que os dois principais partidos, ou seja o grande partido bicéfalo, resolveram entender-se quanto à aprovação do orçamento. Supostamente a não aprovação teria um efeito devastador nos mercados e principalmente no que diz respeito ao financiamento do país. Ao que parece não nos financiam porque não nos sabemos governar É justo. Assim sendo dão-nos financiamento com juros cada vez mais elevados. Faz todo o sentido. Como invejo a inteligência dos economistas. mas não foram eles e as suas receitas que nos fizeram gastar desta forma? Parece-me óbvio que privatizar o que dá lucro e manter o que afunda o Estado é algo que só pode trazer más notícias. mas eu apenas sei ir fazendo contas de merceeiro.

Chagámos assim a um entendimento e parece que faltam uns míseros 500M€ que ainda não sabemos muito bem onde serão "pescados" ou poupados. O acordo foi bem mais do que pacífico e o arrufo de namorados passou muito depressa depois da original e inédita reprimenda do senhor presidente da República, uma sumidade também na Economia que nos afundou. Era mesmo bom que começássemos a fazer alguns exercícios de memória. Não foi o professor Cavaco que introduziu de forma quase massificada o conceito de pré-reforma, atirando para a inutilidade e para uma morte antecipada milhares de trabalhadores e sobrecarregando segurança social sobre o pretexto de necessidade de rejuvenescimento dos quadros? O rejuvenescimento que gerou a fantástica escola financeira que pariu enormes sucessos empresariais como o Banco Português de Negócios. Não foi o actual presidente da nossa República o primeiríssimo a introduzir as desastrosas e ruinosas parcerias publico-privadas? O distintíssimo professor, dizem que um dos nossos melhores.

Não será estranho que, quando nos dizem que temos um estado social falido, vermos que a única parcela do Estado que continua a produzir resultados positivos, baseando-nos nos números da execução orçamental até final de Agosto, é precisamente a Segurança Social, ainda que tenhamos, a reboque de novas modas e velhas manias um sistema que sustenta famílias inteiras de parasitas que nunca quiseram sequer trabalhar e nunca foram pobres... o sistema está montado para parir soluções para os amigos. veja-se o caso "Face Oculta" que está para o PS como o BPN está para o PSD.

Podemos dizer com segurança que duas máfias se uniram de novo para nos tramar mais uma vez dando a imagem que nos salvam das suas próprias constantes incompetências. e certamente muitos destes senhores estarão muitos e muitos anos à frentes das nossas empresas públicas a retirar vencimentos e reformas milionárias como sempre o fizeram. A criar autoridades vazias de sentido como a ERSE que se alimenta da estupidez em que transformaram o nosso mercado energético.

Se amanhã os mercados responderem negativamente mais uma vez estavam e estão errados e as soluções são, afinal, apenas mais uma vez, os nossos problemas!

Não resisti à tentação de prolongar o prazer...

PAIN OF SALVATION - Iter Impius

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Flexibilizar o quê?

Tenho a noção que as soluções encontradas ao nível das cúpulas políticas para as crises cíclicas deste sistema podre são sempre as mesmas. uma delas é flexibilizar despedimentos retirando-lhes a motivação obrigatória de justa causa como ainda determina a contragosto do legislador no actual Código do Trabalho.

Alguns senhores bem colocados das economias, ou seja, aqueles que ao longo dos tempos apenas têm ditado precisamente as dsoluções que nos trouxeram até aqui e que nunca souberam coordenar uma economia tendo mesmo contribuido para a sua destruição no seu mais fundamental aspecto, a produção nacional, gostariam de ver as soluções de sempre aplicadas. E essas soluções são as reduções de salários e essa mesma flexibilização. Dizem que é para contratar e para despedir. Que isso é bom para a economia. Embora seja visivelmente criador de exércitos de profissionais incompetentes à semelhança desses economistas. Se as soluções são sempre as memsas, está visto que a crise cíclica do capitalismo apenas se cura com o seu fim. E o fim do capitalismo está, para estes senhores, no regresso das relações de dependência feudal em que meia dúzia de famílias possuem a esmagadora maioria da propriedade.

Não penso que possa ter outro epíteto para quem defende este tipo de medidas, sobretudo agora, e sobretudo depois de terem responsabilidade técnica e moral sobre todos os falhanços das suas próprias receitas que não o de reles filhos da puta!

Vivemos numa idiocracia!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O que é bom é para repetir...

pain of Salvation - Imago (homines partus)



segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Melancolia da chuva

A melancolia da chuva na genialidade da composição. uma melodia fantástica que nos transporta para uma dimensão que não é nada mais nada menos que o limite superior do que chamam vida. Este estado precário entre a inexistência e a morte...

Pain of Salvation - Pluvius Aestivus

Proteja o seu coração!

Desde que inventaram os computadores, as pessoas que têm mania de que são conscientes, como é o meu caso, têm necessidade de, de quando em vez, fazer uma limpeza e dar uma vista de olhos pelos ficheiros e e-mails mais antigos. Mas, como se prova na imagem seguinte, há coisas que não desactualizam, antes pelo contrário, tendem a aumentar exponencialmente. Através de um mail que recebi de uma colega em Novembro de 2009, fica uma ideia bem real da realidade nacional. Estamos necessitados de muitos cardiologistas.

Só digo que é um milagre ainda estar vivo...

domingo, 24 de outubro de 2010

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

venham os sais de frutos...

por vezes deparamo-nos com temas no caminho dos nossos dias de bandas que, por forma alguma, normalmente cairiam no cardápio normal, muito menos nas preferências e ainda pior nos destaques. por mera curiosidade ouvi algo de uma dessas bandas que sempre detestei, sem sequer ouvir... por isso, com alguns sais de fruto mas admitindo que gosto do álbum e fazendo um mea culpa pelo entupimento auditivo à priori...

linkin park - Burning in the Skies

domingo, 17 de outubro de 2010

Soberania penhorada

Por estranho que pareça, até pelo facto de pouco se falar nos cafés destas questões (mesmo sendo o café propriamente dito cada vez mais caro), pouca gente compreende a verdadeira face do sistema que coloca os países, havendo sido acordadas previamente estas absurdas regras, como escravos das vontades das entidades monetárias a nível mundial, mas principalmente das entidades bancárias privadas e das agências de rating. Podemos ser estúpidos ao ponto de nos intoxicarmos indefinidamente com cafeína e outras drogas, mas não são elas que nos tolhem o cérebro a ponto de nunca ser questionado pelas massas populares (um termo arcaico mas que confesso gostar particularmente, mais pelas “massas” que pelo “populares”) porque devemos de facto tanto dinheiro e a quem o devemos. Antes de mais devemos tanto dinheiro porque desde há décadas que este país tem parido a pior escória que tem vindo a apoderar-se dos cargos políticos e dos cargos de gestão pública, de empresas públicas ou ainda de lugares nos privados conquistados às custas da incompetência repleta de favores enquanto na titularidade de cargos políticos. Têm gerido da pior forma o dinheiro que quase todos nós vamos depositando nos cofres do ministério das finanças, gastando da forma irracional em luxos e especiais proveitos, realizando operações absurdas como privatizações de empresas estratégicas e lucrativas ou assunção de erros de gestão e crimes de privados pelos contribuintes. Vão mutilando as contas distribuindo por todos os interesses instalados as benesses das parcerias publico privadas que mais não são que sorvedouros de dinheiros públicos inimputáveis.

Ninguém se questiona porque têm os países de se financiar junto da banca quando organismos internacionais fabricam o dinheiro e o colocam depois no mercado. Ninguém entende porque pode o futuro de um país e consequentemente do seu povo ser colocado à mercê de agências de rating que se compreende de forma tão simples pelo mando de quem vão traçando destinos. Não se lembram as pessoas das consequências irracionais da intervenção de entidades mafiosas e de interesses obscuros como o FMI. Não se compreende a dimensão de tudo isto enquanto se observa, de um sofá, apaixonadamente, a beber cerveja alemã e a comer tremoços marroquinos, um jogo de futebol de uma selecção nacional de uma nação que não existe de facto a não ser na imaginação de uns quantos lunáticos.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Talvez seja do delírio da febre...



Peter Murphy A Strange kind of love... não encontro a melhor versão que já ouvi deste tema...

King Crimson...

king Crimson, uma das bandas fundamentais da história da música para quem gosta, claro está...


Do capitalismo industrial ao capitalismo financeiro

A lógica do desenvolvimento do capitalismo industrial era de que seria necessário atribuir às pessoas o poder de consumir, e isso conseguia-se retribuindo o trabalho. Seria então de supor que quanto maior fosse o rendimento disponível, maior o consumo e consequentemente mais saudável a economia e o mercado. Não fosse o teor contraditório na génese deste deste sistema e tudo seria perfeito. No entanto, mesmo os mais acérrimos defensores desse mercado e da sua liberdade tornam-se prisioneiros da necessidade constante de reduzir custos. Mesmo que os lucros sejam continuamente crescentes, o mercado representa sempre uma ameaça. mesmo acumulando milhões de lucros é necessário procurar novas fórmulas para reduzir o custo. O capitalismo industrial globaliza-se e procura mão de obra extremamente mais barata no exterior mesmo que isso custe ter de se importar o que antes se produzia. Em paralelo com a indústria, o sector financeiro foi adquirindo cada vez mais poder. Este financia não só as empresas como mesmo os países através de esquemas pouco claros ou transparentes em que as dívidas de uns se tornam mais importantes que as dívidas de outros e se estabelecem padrões de confiança que dita quanto cada país paga pela sua ineficácia de gestão. A determinados países permite-se e incentiva-se que gastem acima das suas posses. A outros corta-se-lhes essas hipóteses balizando ou criando tectos para as dívidas. à medida que as empresas se internacionalizam tornam-se elas mesmas parte do sistema financeiro e engrossam uma nova forma de capitalismo globalizado a que devemos considerar como capitalismo financeiro. Quem manda no capitalismo financeiro? A banca. A banca controla todos os que têm dívida, o que significa grande parcela dos países, a esmagadora maioria dos cidadãos de cada país, e a grande maioria das empresas que são parcela de interesse da própria banca.

A actual crise foi criada precisamente no seio mais profundo das contradições do capitalismo financeiro. A banca vendeu lixo como ouro e depois colheu os frutos disso mesmo. Porque não vemos uma falência colossal da banca? Porque são os cidadãos contribuintes que, através dos Estados, por múltiplos esquemas, vão pagando as falências da banca. um pouco por todo o mundo isso sucedeu dessa forma, incluindo no nosso país. Ao contrário do que anunciaram não se nacionalizou um banco, antes fez-se uma distribuição pelos contribuintes dos prejuízos criados por uma mega-fraude de um banco privado que veio ao de cima precisamente quando esta crise veio à tona.

Os inimigos do Estado recorreram ao próprio Estado para salvar as suas fortunas e para salvar o sistema tal como o viemos a conhecer nestes anos. Seria normal pressupor que, através de uma aposta nos sectores exportadores e também num incentivo ao consumo interno pudessemos dar a volta à crise instalada. No entanto o capitalismo financeiro vê as coisas de forma diferente.

Existe uma elite de governantes e gestores e esses devem ser premiados mesmo quando nos arruínam. E existe a generalidade da população que vive dos rendimentos do seu trabalho e que forma a grande massa que é a classe média e as classes mais baixas, e a esses devem ser impostas medidas de forte austeridade. Os gurus do capitalismo financeiro vêm como necessários os cortes nos salários como se isso não representasse uma contradição à própria essência do capitalismo e um retrocesso para a era feudal. É uma ideia aberrante pensar que um exército de pobres pode consumir mais e mais quando os bancos que antes atiravam com financiamentos para tudo e mais alguma coisa aos olhos dos cidadãos começam hoje a fechar esse caudal irracional e a filtrar quem pode ou não pagar tanta loucura. com menores rendimentos menores serão as possibilidades para pagar as despesas correntes e muito menos para contrair despesas sobre bens não essenciais. Claro que na prática não é bem assim. A lógica do mercado impede que o cidadão faça uma escolha racional. E isso vê-se principalmente quando essa escolha está no campo da política.

neste momento temos países a serem extorquidos por sistemas financeiros irracionais. Fabricar dinheiro e colocá-lo na banca a um juro marginal para depois essa mesma banca decidir segundo critérios obscuros como e a quem empresta e sob que condições é uma forma de colocar a corda no pescoço de países que, tal como o nosso sacrificou o seu tecido produtivo em busca de uma forma de ganhar dinheiro sem fazer rigorosamente nada. Os governos quase desde o 25 de Abril, sacrificaram a nossa produção em busca de quimeras- Somos um país com problemas demográficos gravíssimos e eliminámos grande parte da produção efectiva. Salvam-nos alguns sectores das novas economias, mas mesmo assim ainda com peso muito reduzido. salvam-nos algumas internacionalizações bem geridas e orquestradas como o caso da EDP ou da PT. Mas é muito pouco.

O que o capitalismo financeiro pretende é precisamente destruir o resto da nossa economia subjugando-nos ainda mais aos delírios das vontades de um sistema viciado e podre. Cortes salariais são uma contradição com a própria lógica capitalista mas servem os interesses de uma das partes muito bem, pelo menos a curto prazo.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

E novamente amanhã...

som delirante... OZRIC TENTACLES.

~

Amanhã

Será que vale a pena viver de ilusões? Pensar que o amanhã será diferente, quando nenhum dos amanhãs o foi?

domingo, 10 de outubro de 2010

Peter Gabriel. E existe outra voz que se compare?

Mais um daqueles temas que nos deixam certamente a pensar como é tão ténue a ligação entre a simplicidade e a genialidade... para além de uma grande melodia.


sábado, 9 de outubro de 2010

Escapando um pouco ao óbvio

Não é o tema de que todos se lembrem ou que todos conheçam,por isso é o que escolho para figurar aqui. O outro não cabe no espírito dos dias que passam.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

E ainda existem melodias?

Barclay James Harvest - Mockingbird

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Viva a República!

Por muito que tente contaminar a mente de muita gente com as ideias de que a monarquia é um sistema aceitável, mesmo interessante, a verdade é que se trata de uma abjecta aberração política mantida por questões meramente culturais, em países que são efectivamente culturalmente ricos e civilizados. Não é concebível nos nossos dias que a figura máxima representante de um país, de uma nação, de um povo seja ditada por meras questões de determinismo genético. Não faz sentido que não seja o povo a escolher o seu próprio representante máximo como sucede na República.

Uma coisa é certa, no actual panorama, a mediocridade está assegurada nos dois sistemas. a grande diferença é que na República podemos escolher o medíocre que nos representa... portanto, viva a República!

domingo, 3 de outubro de 2010

Paatos - Holding On

Já em vários momentos referi por aqui que a simplicidade por vezes é a mãe das mais belas criações.. Assim de cor algumas me saltam à memória, uma das quais salta de imediato para este espaço. Da Suécia, Paatos.

Daymoon - algo em comum

Uma pequena homenagem a um grande e distante amigo. André Marques na bateria. Que saudades do fabuloso projecto que foram os "Gray-out"! consubstanciado no trabalho "Miséria Humana"

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Van Der Graaf Generator

Por vezes é bom sentirmo-nos à beira da loucura, ou da mais cristalina das clarividências.

Um tema que me acompanha muitas vezes...