quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Crise como álibi

O álibi da crise está a condenar as empresas a uma debilidades e incompetência crónicas. À medida que se exige mais polivalência, os níveis de especialização e de exigência dentro de cada função são atirados para um poço do qual não se vê fundo. Enquanto isso as chefias operacionais são convertidas em novas espécies de incompetentes funcionais porque já não sabem como organizar o inorganizável. Ou param de fazer malabarismos com as pessoas ou algo vai correr muito mal para todos. Se a meta não é a incompetência e a ineficácia através da ineficiência, então não cometam os erros que a elas conduzem de forma inevitável. As pessoas não se podem desmultiplicar e inventar onde não foram formadas. Não pode ser exigido conhecimento onde nunca houve nem vontade nem transparência para o comunicar. Não se pode exigir que se saiba o que antes era vedado ao conhecimento. Não se podem atirar pessoas para funções que desconhecem por completo de um momento para o outro, sem estrutura nem acompanhamento. O álibi da crise é uma arma ao serviço das grandes corporações para redução cega de custos. E a redução está sempre nas pessoas que trabalham e nunca naquelas que assistem e supostamente gerem. Quando vemos este nível de incompetência a crescer exponencialmente, as direcções e os gestores de mãos nos bolsos a dizer que é inevitável ser assim, que tirem a merda das mãos dos bolsos e que as metam ao trabalho. Em última instância, se se preocupam tanto, como dizem, com o futuro das suas organizações e das pessoas que as constroem efectivamente, então que se demitam e que vão gerir mal a puta que os pariu. Precisamos de bons soldados e não de generais esclerosados que dependem da polivalência forçada dos outros para disfarçar a sua total e completa inutilidade.

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