É suposto que Portugal seja u país em que Estado e igreja (católica apostólica romana, entenda-se) sejam entidades que, longe de se confundirem, nem sequer se tocam. E digo que é duposto porque, ao contrário de tudo quanto é expectável, a visita do cardeal Ratxinger a Portugal vestido de Papa está a fazer paralizar uma boa parte do país. Claro está que é uma aparente contradição. Este país é por si mesmo paralizado por natureza, contudo, esta visita papal está a criar o caos nas três principais cidades do país no dias em que vai dar-se a sua presença. Claro está, Lisboa, Gaia e Porto.
Mas longe de se indignarem, as pessoas parecem (e digo parecem porque ao que me dizem os espectadores de televisão é o uqe é mais transmitido) felizes e contentes porque um fulano nos vai visitar e revirar a vida de milhares de pessoas durante estes dias, sendo que, as condições nas quais o papa irá ser recebido nunca deveriam ser diferentes das mesmas que tem qualquer outro chefe de estado. E esta falta aparente de indignação, sendo certo que ela existe e não é demonstrada porque não interessa que o seja, torna-se mesmo chocante porque, qualquer outro acontecimento que obrigasse a tais medidas de segurança deveras difíceis de entender, seria, no mínimo, alvo de uma profunda inginação e alguns berros. Com o papa Portugal não berra, mesmo que sejam milhares de pessoas afectadas pela impossibilidade de se deslocarem livremente no seu próprio país porque o líder de uma seita maioritária resolve por aqui passear.
Em nome de uma verdadeira fé, deveria sua santidade confiar a sua segurança à própria senhora de Fátima. Não deveria ser o contribuinte de um Estado laico a pagar os devaneios evangelizadores de um líder de uma igreja desesperada por estar em crise crescente e em decadência permanente.
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