sexta-feira, 21 de maio de 2010

Uma questão civilizacional





Segundo notícia divulgada entre outros locais, aqui, no Malawi, dois homens foram condenados a 14 anos de prisão por se terem casado, um com o outro, entenda-se. é necessário que se entenda a realidade aqui. Não se trata do facto de se terem casado. As acusações nada referem sobre esse facto uma vez que seria contraditório um país permitir casamento entre pessoas do mesmo sexo e depois impedi-las de terem relações sexuais. Foi por este facto que foram efectivamente acusados, tal como está expresso na notícia divulgada.

Mais do que uma questão de modas, mais do que uma questão de poderes instituídos ou escondidos, mais do que uma questão de direitos humanos trata-se aqui de uma questão civilizacional. Não admira que, quando olhamos para as taxas de natalidade e para os números da população dos países africanos e europeus, vemos quem, na realidade está em crescimento e em desenvolvimento. Não se trata de uma questão de mentalidades ou de moral. Trata-se de entender que as coisas, tal como estão a ser construídas na velha e decrépita Europa nada têm a ver com modernos conceitos de liberdade. Nada têm a ver com real preocupação com as pessoas. A Europa poluiu-se de elites múltiplas que a vão destruir a breve trecho. A civilização europeia está em definhamento e em decadência e olhamos de cá para o Malawi como se eles fossem civilizacionalmente atrasados.

Para quem defende que a morte e o desaparecimento é o melhor caminho para a humanidade, sem dúvida que esta irracionalidade civilizacional europeia está a desempenhar em pleno esse papel. Para a Europa se manter com uma população dentro dos limites do não risco de perda de sustentabilidade tem de recorrer à imigração que tanto repudia. Como é possível olhar esta Europa para os países que vão sustentando as suas taras com êxodos de população, com um desdém de superioridade? É como um moribundo que teima em rir-se de um recém-nascido porque julga que este não terá viabilidade para crescer.

O Malawi dá aqui uma lição à velha Europa. Colocam o problema no ponto errado mas a legislação dos países tem destas coisas. Mas a nível civilizacional, basta olhar para os dados e ver quem cresce a nível de população e quem definha. Nesta pseudo-modernidade a que nos vemos condenados inclusivamente agora também em Portugal corremos para esse definhamento assente nestes novos paradigmas sociais. Correcto será dizer que a verdadeira modernidade, ou pós-pós modernidade vem precisamente dali neste tema.
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