sábado, 28 de maio de 2011

Da Grécia...

... uma análise interessante sobre a "dívida".


Debtocracy International Version por BitsnBytes

domingo, 15 de maio de 2011

Recursos Humanos - Contributos da Psicologia

Mais um importante e interessante documentário a conhecer.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

“Estamos aqui para comunicar" ou os contra-censos da gestão moderna

Deve sempre estranhar quando na sua organização lhe disserem que “estamos aqui para comunicar”. Não que não seja fundamental a comunicação, e toda a gente, mesmo apenas usando o senso comum, compreende isso. Contudo depois as coisas vão aparecendo em formas de encenação de discurso que revela impossibilidades quer teóricas quer práticas, e a grande vantagem é que poucos realmente ficarão a pensar no que está por trás de todas estas necessidades repentinas de comunicação.


A principal contradição apresentada hoje nas organizações é a necessidade de uma reestruturação face a uma polivalência de recursos quando logo a seguir se comunica que a base para o crescimento é a diferenciação face aos outros players no segmento em causa.


A polivalência de recursos é sempre possível até um determinado nível, que será aquele que não seja percepcionado do lado de fora. Trata-se efectivamente de um processo de desqualificação e de desespecialização quando começam a ser evidenciadas as limitações ao nível de recursos. Se atentarmos no facto de ser a especialização e a excelência os principais factores diferenciadores entre organizações que, cada vez mais se assemelham no seu funcionamento e na sua filosofia, temos aqui uma impossibilidade de gestão ou uma prática de comunicação errónea que pode trazer maus indicadores ou ser de facto um aviso à navegação de que existem processos de mudança, mas não se compreende muito bem qual a dimensão e quais os contornos desta.


Isto é claro quando a própria economia está em mudança, quando se pensa que menores rendimentos trazem mais riqueza ou menos gastos às organizações quando não existe sequer a preocupação de entender qual a real parcela de valor que um trabalhador gera enquanto tal, mas também enquanto cliente e enquanto veículo de transmissão a terceiros clientes e potenciais clientes. Não olhar para esta verdadeira força ou subestimá-la, e ainda por cima com uma transmissão de ideias e com lançamento de comunicação contraditória, pode ser significativo quando se compreende a real dimensão das coisas.


Não é possível diferenciar pela banalização ou pela medianidade. Não é possível querer saber tudo de forma especializada porque existe uma impossibilidade intelectual e material para que isso suceda. O caminho de uma polivalência acima do visível ao exterior significa obrigatoriamente uma indiferenciação do trabalho, mas também um nivelamento por baixo nos standards de serviços e produtos, nomeadamente ao nível de know how uqe é atirado borda fora pela sua desvalorização principalmente a nível remuneratório.


Estas formas de comunicar contra-sensos na gestão moderna implicam no mundo empresarial o mesmo que a comunicação política implica na condução dos rumos de um país. E sabemos como, em conjunto, economistas e políticos, têm contribuído para a destruição de modos e standards de vida que até agora era dados como garantidos. O que acontece não é uma falta de rendimento mas antes uma distribuição demasiado assimétrica do mesmo levando a uma concentração numa minoria que tem hábitos de consumo muito específicos levando à destruição de muitos sectores de actividade, ou então à criação de grandes corporações que vão cada vez mais esmagando trabalhadores e consumidores, quer pela via do marketing, quer pela via da perda de direitos e regalias mesmo quando existe uma ilusão de que eles efectivamente existem.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Carta de condolências ao Presidente dos Estados Unidos da América





Caro Presidente dos Estados Unidos da América, Sr. Barack Hussein Obama,

Sei que, com esta carta, venho interpretar uma dor que poucos terão sentido, mas que, estando profundamente escondida no seu íntimo e de muitos que o acompanham, não deixa de existir e de lhe causar um aperto no peito. Dor pela perda de um velho amigo e aliado que se sacrificou a uma vida de retiro tão especial em nome do estilo de vida americano que o senhor presidente tão bem personifica. Dor, pela perda de um companheiro de décadas, que ajudou o seu país na luta contra o domínio soviético no Afeganistão quando a URSS via entrar o islamismo fundamentalista pelas suas fronteiras. Financiado pela sua agência de inteligência central ajudou com os seus mujahidines a derrotar as tropas soviéticas que ousaram invadir este país estável e pacífico que viveu sempre para alimentar economicamente os seus exércitos de espiões com o dinheiro do ópio. Dor, pelo desaparecimento de um verdadeiro patriota americano ainda que disfarçado de inimigo. Aquele que, em nome dos interesses do país que o senhor tão bem representa, aceitou fazer de peão num jogo de auto-mutilação que foi aquele ao qual chamaram de atentados de 11 de Setembro de 2001 na cidade de Nova Iorque, para que uma nova ordem mundial pudesse ser finalmente estabelecida e o seu país pudesse intervir arbitrariamente em qualquer ponto do mundo sem que os outros países lhe retirassem uma legitimidade moral para tais intervenções. Dor, por aquele que levou essa legitimidade ao ponto de ser conseguido um domínio pelo seu país sobre os países com as mais importantes reservas de petróleo do mundo, e aberto as portas para futuras intervenções nos restantes. Sabemos o quão escasso é esse bem, que estamos já na fase descendente da sua extracção e que cada vez implica maiores custos consegui-lo. Dor e pesar, por aquele que, em nome do bem-estar e do modo de vida americano se sacrificou a viver em montanhas como um animal selvagem e a ser falsamente perseguido pelos seus exércitos. Dor e pesar, por aquele que terá cometido (a ser real o que o senhor presidente transmitiu como notícia) um sacrifício que cada vez menos americanos estão dispostos a fazer pelo seu próprio país, o da morte, numa altura em que esta era tão importante para si, que lhe garantirá uma reeleição, e que permitirá ao seu povo descansar em paz sob a ilusão de que tudo está bem quando acaba bem. Mas, caro presidente, morreu o mais patriota dos americanos que, não o sendo, o foi como poucos. Um árabe que dedicou toda a sua vida a servir o país do senhor presidente e a abrir caminho para o que o senhor e os seus antecessores necessitavam. Morreu um patriota para que possam continuar a queimar impunemente um quarto dos recursos naturais escassos do mundo.
Como era de se prever, a sua dor foi contida e mesmo disfarçada de contentamento e a cultura e sabedoria dos seus soldados proporcionaram ao seu velho amigo e aliado um final desejado pelo próprio provavelmente convertido ao cristianismo, uma vez que os islâmicos não se sepultam daquela forma. O senhor não iria, mesmo disfarçando tão bem, cometer um atentado à memória de um dos maiores aliados do seu país desrespeitando a sua religião. Estou certo, por aquilo que vou conhecendo de si, que nunca o faria.
Por tudo isto, a minhas mais profundas condolências pelo desaparecimento do mais patriota dos americanos não americano Osama Bin Laden. Agora está a descansar em paz na certeza de que cumpriu integralmente a missão que lhe foi entregue, se realmente for verdade a sua morte.

Com os cumprimentos de sempre.