quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Hiper-explorados

Esta é uma realidade vivida há já muito tempo. As razões que levam a esta greve anunciada, e que infelizmente não vai resultar em nada, é algo que vem sendo prática comum no sector da distribuição em Portugal. Não bastam as violações constantes do Código do Trabalho mesmo na sua versão mais rosa no que dz respeito à manipulação e abuso da figura do contrato a termo, bem como do recurso insistente de trabalhadores temporários para necessidades constantes efectivas (não me refiro a reforços de época) agora aparecem, como se fosse novidade, as questões dos horários de trabalho alargados neste período natalício.

Certo estou que o patronado da distribuição preenche na totalidade as fileiras conservadoras e portanto católicas, apostólicas romanas, dando às famílias a máxima importância. Só que, por famílias entenda-se as suas próprias, porque para os miseravelmente assalariados do sector essa mesma família torna-se praticamente invisível durante este mês. Para se compreender o enquadramento leia-se aqui a razão para a justa convocação da greve no sector.

Contudo, tudo isto não passa de um enorme embuste, uma vez que estes horários já vêm a ser praticados ao longo dos anos em várias empresas de distribuição, membros da mesma APED que diz não entender os motivos da greve. Esses e outros atropelos à lei nas questões dos horários, deveriam sensibilizar aqueles que não trabalham neste sector para, à falta de condições para haver uma greve efectiva, pois a maioria dos trabalhadores possui vínculos precários, serem eles mesmos a boicotar as compras no dia 24 de Dezembro. Infelizmente sabemos que isto também não irá acontecer, mas fica o repto.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Mais uma vez o natal

Qual a motivação de organizações que estão constantemente a apertar nos custos e a queixar-se de que os lucros baixam a cada ciclo e ao mesmo tempo gastam fortunas em jantaradas e almoçaradas para alguns lambe-botas e beija-luvas? Esta é uma época curiosa em que isso sucede em muitas organizações por todo o país. Vão-se organizando os jantarinhos mais ou menos abastecidos do natal dos ainda empregados. E quando ao longo do ano se ouvem todas as necessidades de cortes permenentes porque por um ou outro motivos as coisas correm menos bem como desculpa para a precarização crescente e constante miserabilismo salarial, chegamos a esta altura a saltam da cartola jentarinhos de natal para funcionários papalvos, os colaboradores na novilíngia do exploradorismo oficial. Jantarinhos à borla que saem do corpo de cada um de todos os papalvos que aceitam participar nas farsas que são estas formas presuntas de coesão de equipas que há muito se encontram desfeitas num espírito corporativo que não tem qualquer significado prático. Não é de espantar que esta seja a pior das alturas, o mais radical golpe na inteligência dos trabalhadores. doces ilusões que se esfumam logo no mês seguinte. A candura dos convites personalizados das chefias intermédias e superiores armados em accionistas a cada momento que lhes interessa, quais diminuidos cerebrais, é de levar à náusea.

As organizações seguem sendo o reflexo das próprias pessoas que as constituem e das políticas que vão adoptando. Por mim creio que seria mais honesto queimar esse dinheiro que gastá-lo nestas sessões de parasitarismo social já que ofende demasiado o senso destes senhores fazer as pessoas participarem dos lucros das organizações que ajudam a existir no dia a dia.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

As novas tribos...

As novas tribos passeiam-se nos Shoppings a qualquer dia e a qualquer hora repletos de companhia das famílias que vão disfarçando as múltiplas formas de solidão. As novas tribos refugiam-se por trás do cartão, enquanto este tiver números para debitar. As novas tribos são maioritariamente desfazadas de todas as realidades, desalinhadas com todas as formas de desalinhamento.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Vale a pena pensar um pouco sobre os novos conceitos em Recursos Humanos

Uma peça interessante, claro que políticamente marcada, mas nem por isso deixa de ser interessante e de merecer uma reflexão profunda sobre as novas práticas de gestão e de gestão de recursos humanos. Diria no termo correcto, de gestão desumana de recursos.

A ler aqui.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hmm, já cheira a Natal!...

De facto, mesmo com as narinas algo entupidas devido às normais e constantes ameaças de constipação que são apanágio desta época - e isto depois de já ter contribuido para as estatisticas daqueles que já tiveram gripe dos pobres, e dos que ainda não contribuiram nem vão contribuir para o enriquecimento ilícito da idústria farmaceutica às custas de uma enorme vigarice que é esta suposta nova estirpe e a descoberta fulminante da sua vacina (valha-nos a ignorância a a cultura do medo sobre os pobres tolos) - já se sente o cheiro putrefacto da época natalícia.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

O que dizer quando nada é novidade...

De facto, tudo o que tem vindo a acontecer um pouco por todo este mundo e na nossa pequena amostra em particular, nada de novo nos trouxe deste o meu último post com algum conteúdo. Tudo permanece exactamente na mesma.

Não tudo, claro. Eu próprio não permaneço na mesma. Mas isso não tem qualquer interesse. A vida dá efectivamente muitas voltas antes de se esgotar. E quem pensar que ela é uma construção garantida e previsível que se desengane. Daí que é estranho que na vida das pessoas em particular existam por vezes verdadeiras revoluções quando no geral, na sociedade enquanto identidade colectiva (se ainda nos é permitido utilizar esta linguagem provavelmente considerada arcaica) nada de novo se passa. Tudo continua na mesma ilusão de que tudo existe de uma forma que não é, na realidade, aquela que se nos apresenta.

Continuamos com a ilusão de que vivemos em sociedades democráticas e livres. Temos a triste ilusão de sermos protagonistas de uma História que é escrita em meia dúzia de mesas por meia dúzia de pessoas que conseguem permanecer aos comandos de um mundo que supõe não ser sequer comandado. bom, há quem acredite que é comandado mas por uma mão invisível mais ou menos subtil de uma inteligência superior. Não seria de facto difícil existir uma, mas felizmente isso não sucede. Desengane-se quem acredita em Deus porque tal como a democracia, Deus é apenas mais uma mentira. Ainda por cima daquelas que qualquer réstea de racionalidade apaga com toda a simplicidade.

Agora comemora-se por aí a queda de um muro que ocorreu algures no tempo há 20 anos. Ao que parece essa queda pariu maravilhas e tudo passou a viver de acordo com as leis globais que regem as sociedades modernas e também globais. Ocorre que muito do que foi construido do outro lado e destruido do lado de cá, começa a transparecer. Uma mentira repetida mil vezes pode até tornar-se verdade, mas uma verdade murmurada à exautão pode tornar-se audível. É tudo uma questão de nos entendermos. É possível que tenha chegado a um consenso global de que é preciso sacrificar e hipotecar a verdade e a humanidade em prol da sumptuosidade de uma minoria? Pelos vistos esse consenso foi alcançado há precisamente 20 anos quando caiu o muro de Berlim. As pessoas não queriam muros estre a certeza da pobreza mas a dignidade da construção social em liberdade, igualdade e justiça, e a possibilidade da riqueza mesmo que por cima da miséria e aniquilação de outros. As pessoas preferiramm claramente os BMW aos Trabant. Quem não o faria? Se fossemos alemães estaríamos a celebrar a queda daquele muro. Se fossemos ocidentais porque achariamos que chegara a vez dos nossos irmãos de leste conhecerem a beleza e a diversidade do mundo capitalista. Se fossmos orientais, porque teriamos atingido o tão esperado sistema que nos permitia, como individuos sermos tudo aquilo que a nossa imaginação nos possa dar. seríamos livres finalmente para dizermos tudo o que quisessemos desde que nunca contra quem supostamente nos garante o sustento. Bom, então não há grande diferença, afinal. A liberdade ganha não foi uma conquista assim tão pomposa quando a realidade da economia engoliu os empregos e as indústrias do leste alemão. As verdades traduziram-se numa ocidentalização lenta mas eficaz mas que se vê a cada passo falhada nos seus propósitos mais teóricos.

Tal como dizia, isto é tudo letra do mesmo texto. Nada disto é novidadde. Há precisamente 20 anos debatiam-se (termo simpático para dizer "enterravam-se") as ideologias e o seu fim nestas revoluções mais ou menos silenciosas contra sistemas tão putrefactos quanto os nossos actuais o são. A questão aqui é percebermos que os erros do passado nunca podem apagar ideais de futuro. infelizmente, nada de novo.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Transformação social

Estamos na rampa final para mais um processo eleitoral onde vamos ser chamados a dizer quais os deputados que queremos ver na Assembleia da República. Sim, este é um ponto crucial para compreendermos como está deturpado o nosso sistema eleitoral. Não vamos eleger, como nos querem fazer entender, o primeiro-ministro. Esse é indigitado pelo Presidente da República e não tem de ser necessariamente o vencedor das eleições. O que vamos eleger é um conjunto de deputados que vão compor o hemicíclo e que vão conduzir este sistema semi-democrático.

É importante que se distribuam os votos por forma a compensar quem está nas diversas frentes e a castigar quem as abre. Castigar aqueles que durante décadas têm destruido este país mesmo que travestindo essa destruição de modernidade. Certamente não é útil o voto que plantar mais deputados dos dois monolitos políticos que são os dois partidos do tão designado "bloco central". Claro que a referência não é inocente. Querem algumas forças da sociedade reavivar esta solução porque têm medo do veredicto popular. Apesar de tudo fazerem para a manipulação grosseira do voto, ainda conseguem falar vezes sem conta nesta solução absurda que nos atiraria para mais cinquenta anos de um obscurantismo neo-salazarista.

O verdadeiro voto útil é aquele que for depositado em consciência fora dos principais partidos do sistema. É fundamental reforçar principalmente os partidos à esquerda do PS e principalente a coligação encabeçada pelo único partido verdadeiramente vertical no nosso país, o Partido Comunista. Fundamental para um processo de transformação social de novo tipo. Sem cópias ou colagens, é com estes homens e mulheres que o futuro nascerá se o quiserem viver de forma mais humana, democrática e justa. O processo pode mesmo começar aqui.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Gripe de A a Z

Temos o epíteto merecido de toscos. Gente desenrascada e sem vergonha de cuspir no chão e coçar os tomates para o público.

hoje deixaram-me a mim a coçar a cabeça quando me segredaram que numa superfície comercial reputada e reconhecida se desinfectam os diversos objectos mais utilizados com uma garrafa de água com duas gotas de lixívia. Antes de se esgotar o stock limitado era utilizado o Álcool isopropílico, ou Isopropanol (veja-se aqui para que serve). Tudo isto para total protecção contra a propagação do famigerado vírus da Gripe A. Ora, parece-me que esta ideia não só é revolucionária como pode vir mesmo a revitalizar a indústria química em detrimento da indústria farmaceutica.

Pelo menos a mim, retirou-me alguma caspa.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Um ensaio de lucidez

Deparei-me ocm este texto que considero uma brilhante análise da realidade humana. A ler aqui.

sábado, 1 de agosto de 2009

...e na interrupção de uma inesperada pausa...

Camel novamente... apenas e só!






sábado, 11 de julho de 2009

Rei morto...

Não pretendo bater qualquer tipo de record neste espaço. Por isso não quero, mesmo após tantos dias (em que existiu um semi-blackout bloguista) deixar de comentar o desaparecimento de Michael Jackson. Record porque não terá havido blog algum que não se tenha referido a tal facto. Semi-blackout porque o resto da vida assim o obriga. Michael Jackson, porque tendo sido um grande performer (e um gande maluco também por sinal) é ocnstantemente designado por todo o lado como o "rei" da Pop. Lamentando desde já o desaparecimento do autor de uma das obras emblemáticas dos anos 80, o álbum Thriller, continuo sem comprreender se ele corresponde à imagem de pedófilo que lhe pretenderam colocar durante anos ou se, afinal, era um excelente ser humano como é apresentado agora de um modo geral.

Mas nem é isso o que mais me intriga. É que eu nunca imaginei que a Pop fosse uma monarquia...

domingo, 28 de junho de 2009

Sobre as Honduras

Por concordar na íntegra com o texto transcrevo aqui um comunicado cuja origem desconheço mas que já vi em outros blogs. Por dizer tudo prescindo das minhas próprias palavras.

"Este blogue condena o golpe de Estado nas Honduras e solidariza-se com o povo hondurenho e com o legitimo presidente Manuel Zelaya. Nesta madrugada, um grupo de militares golpistas invadiu a Casa Presidencial e sequestraram o presidente daquele país. A ministra hondurenha dos Negócios Estrangeiros e os embaixadores de Cuba, da Venezuela e da Nicarágua foram sequestrados à margem da convenção internacional que protege e dá imunidade aos diplomatas. Os militares ocuparam as ruas e avenidas das Honduras. Ocuparam os meios de comunicação social e cortaram a distribuição de electricidade.

Esta foi a resposta da oligarquia à vontade do governo de convocar uma consulta popular para abrir uma Assembleia Constituinte que tomasse o povo hondurenho como protagonista da sua própria história. Manuel Zelaya pagou o preço de ter decidido seguir o caminho de uma verdadeira democracia. O golpe de Estado é tão ilegítimo que a Organização dos Estados Americanos e a União Europeia já condenaram aquela acção. Manuel Zelaya foi eleito pelo povo hondurenho em 2005 e o seu mandato termina no próximo ano.

Todos recordamos o golpe de Estado contra Salvador Allende e o povo chileno. Os militares liderados por Pinochet e pela CIA afogaram o Chile em sangue. Todos recordamos o golpe de Estado executado pela oligarquia venezuelana com o apoio do imperialismo contra Hugo Chávez e o processo bolivariano. Foi derrotado pela acção do povo venezuelano. E esse exemplo ecoou por todos os países da América Latina que nestes últimos dez anos decidiram seguir esse exemplo.

Portanto:

1. Exigimos o respeito pelo mandato do presidente Manuel Zelaya
2. Respeito pela vida e liberdade do governo, de todos os seus apoiantes e dos diplomatas
3. Respeito pela decisão de abrir um processo de consulta popular para constituir um referendo para constituir uma Assembleia Constituinte
4. Um apelo a que os militares estejam do lado do povo, do governo por ele eleito e não do lado da oligarquia e do imperialismo
5. Um apelo à unidade latino-americana em torno de processos democráticas que tenham os povos no centro do poder
6. Que o governo português condene de forma clara o golpe de Estado
7. Que a comunicação social portuguesa apresente as informações sobre os acontecimentos nas Honduras de uma forma objectiva"

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Porcupine Tree em Portugal







Estão previstos concertos da banda para Novembro de 2009 em Almada na Incrível Almadense, dia 20 de Novembro e no Porto, no Teatro Sá da Bandeira no dia 21 do mesmo mês do corrente ano.

E como andam os campeões da precariedade?

Muito bem, como se pode ver por aqui. As empresas de distribuição estão com lucros record e os seus produtos de marca própria destacam-se no aumento dos lucros.

COmo prémio dos bons resultados continuam a ser os campeões da precariedade...

IKEA - Fórmula de sucesso, lucrar e despedir

COmo pode constatar aqui, com o álibi da crise, e num ano em que o grupo empresarial atinge lucros record, anuncia o despedimento de 5.000 pessoas (perdão, supressão de postos de trabalho).

Ao que parece Portugal vai escapar a esta primeira ronda do carro vassoura do grupo IKEA. por cá a carne humana continua a ser barata.

Leonard Cohen em Lisboa





Não sei porquê mas simpatizo com esta sonoridade. Concerto em Lisboa no dia 30 de Julho às 21 horas no Pavilhão Atlântico.

Pague 1, leve 2 - Eleições Low Cost

Os saldos chegam às eleições. O presidente da República pondera e realização simultânea das eleições legislativas e autárquicas. Os meios de comunicação social dizem que é bom pois poupam uns trocos nas coberturas. E está certo. Penso que teria sido interessante terem juntado os três actos eleitorais (refiro-me às Europeias que já foram, caso alguém ainda se lembre). Uma vez que já não vamos a tempo poderíamos juntar estas legislativas de 2009, com as autárquicas de 2009 e como já sabemos que, independentemente do resultado as políticas seguirão as mesmas, podemos também juntar as legislativas de 2013 e autárquicas de 2013. Um pacote económico e a certeza de oito anos daquilo a que chamam estabilidade governativa. PS e PSD juntos terão sempre mais de 75% dos votos por isso é apenas uma questão de distribuição de cadeiras.

Para um pacote mais económico poderiam adicionar dois referendos, um já previsto (embora não anunciado) sobre os casamentos homossexuais e outro na calha sobre as uniões entre pessoas e animais domésticos independentemente do sexo. Tudo para umas boas eleições Low-Cost.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Imagine...

Imagine que vive num país que foi invadido. Que lhe negaram durante décadas o direito a considerar sequer a hipótese de ter uma independência ou auto-determinação. O seu país deixou de poder existir porque o território foi ocupado, descontinuado e mutilado. As vias de comunicação entre as diversas partes do território foram cortadas. O leitor faz parte dos milhares de resistentes que vivem entalados entre muros que negam a sua própria sobrevivência, que sofreram massacres e perseguições ao longo destas décadas e que criaram uma imensidão de refugiados espalhados um pouco por todos os países das redondezas.

O direito internacional garante que o seu direito é igual ao de todos os outros povos que lutam por ter o seu próprio país em condições normais de estabilidade territorial e em plena soberania.

Após décadas de vergonhosa ocupação a força ocupante promete-lhe que o deixa ter acesso ao seu direito caso opte por uma soberania mutilada, sem direito a defesa e a controlo de espaço aéreo. No SEU país. No seu território. Imagine que o ocupante é uma das maiores potências militares do mundo e a quarta potência nuclear mundial.

Pode parar de imaginar pois a inimaginável proposta de acordo de Israel para a solução da questão palestiniana foi vomitada a toque de caixa do patrão de Washington. Seria uma anedota engraçada se não fosse uma História desumana.

domingo, 14 de junho de 2009

... e a vitória de Ahmadinejad!

Não nutro simpatia especial pelo Irão, muito menos pelo seu poder instituido. COntudo também nesta questão do nuclear há que ter em consideração que o Irão tem iguais direitos na investigação e uso desta tecnología.

Quando todos diziam que venceria o candidato ocidentalizado e moderado, a vitória foi para o actual presidente Mahmud Ahmadinejad. E sempre que estas coisas sucedem são logo lançadas suspeitas de fraude eleitoral.

Dessas coisas nada sei. Apenas que existe uma resistência heroica de uma esquerda mutilada neste país que deve ser observada. Sei que onde se mistura a religião com a política nunca podem daí advir coisas boas (vejamos o exemplo americano e o seu fundamentalismo cristão). A vitória não será boa para ninguém a começar no povo iraniano que nele terá votado por volta dos sessenta por cento. Contudo, há um factor positivo a ter em conta, a derrota vincada dos interesses americanos e israelitas no Irão.

A abjecta traição da China

No que diz respeito à vergonhosa resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a R.P.D. da Coreia, a R.P. da China adoptou uma postura de traição e de comunhão de valores intoleráveis com os restantes membros desse organismo, quer os permanentes quer os não permanentes.

A Coreia nunca promoveu qualquer tipo de agressão externa ao contrário de TODOS os países que aprovaram esta resolução pelo que não existem, de facto, argumentos para que este país não possa desenvolver uma programa nuclear para sua defesa à semelhança dos que têm estes países que se atrevem agora a julgar a RPD da Coreia.

A China, país onde milhares de coreanos revolucionários perderam a vida na guerra contra a ocupação japonesa, atribui agora aos seus velhos aliados um papel de monstros que apenas é compreensível se olharmos para a China como grande potência mundial dependente do consumo do ocidente. Grande potencia que se baseia hoje numa forma própria de autoritarismo neoliberal paradoxalmente liderada por um partido designado por Comunista" mas de onde os princípios básicos de uma ideário socialista foram eliminados.

A quem mete medo o nacionalismo JUCHE da RPD da Coreia? Claro que o grande império nunca poderá admitir que um país fora da sua esfera de influencia e que sempre foi humilhado na sua história pelos grandes impérios (Japão e EUA) possa ser uma potencia nuclear. Chegam a considerá-los loucos. No entanto o Paquistão é uma potência nuclear, assim como a Índia e Israel. O Paquistão, imaginem o quão estável está um arsenal nuclear num ninho de ratos como o Paquistão! Mas à RPD da Coreia são negados todos os direitos a uma defesa equitativa, que responda na mesma força da ofensiva. A quem interessa que não exista uma guerra fria equilibradora de potências?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Algumas considerações sobre o resultado das eleições

A derrota das sondagens foi por demais evidente a ponto de reforçar a ideia que sempre tive que deveria ser proibida a revelação de qualquer sondagem política num período de seis meses antes de um processo eleitoral. No seu formato actual, as sondagens servem, não de estudo sobre intenções de voto mas de pressão sobre os eleitores em direcção ao denominado voto útil e da consequente bipolarização.

Em relação aos vencedores e aos derrotados é necessário ter em conta que estas foram eleições para o parlamento europeu, assim, devemos considerar a eleição de cinco deputados para o grupo parlamentar das Esquerdas Unitárias e Verdes Nórdicos como o factor mais importante destas eleições.

Existiu claramente um voto de protesto, ou melhor dois tipos de votos de protesto. O voto de protesto situacionista que se traduziu numa transferência de votos para o PSD mas que pertencem a um eleitorado preparado para votar PS nas legislativas. E o voto de protesto para a mudança de formatação do próprio sistema político, social e económico que se traduziu no espantoso aumento de votação do Bloco de Esquerda e do aumento (embora curto) da influência da CDU levando a que, juntos, os dois partidos somassem mais de 21% dos votos expressos.

O voto branco surgiu aqui como arma importante contra o sistema político tal como se nos apresenta. Nos últimos tempos a grande maioria dos agentes políticos pouco ou nada têm contribuído para a dignificação da classe. Claro está que os partidos do monobloco bipartidário do centro político tiram grande proveito deste descontentamento não direccionado de uma parte significativa da população. Estes votos não caem à esquerda ou à direita do centrão político nacional.

domingo, 31 de maio de 2009

Em defesa da igualdade de direitos de destruição em massa

É com enorme satisfação que acompanho as notícias vindas dos lados da Coreia do Norte. Parece que, mesmo com um país amordaçado e arruinado, e como se não bastasse boicotado, sabotado e sancionado pela comunidade internacional, a ideologia Juche do socialismo nacionalista coreano parece querer ripostar gritando ao mundo que a capacidade do armamento nuclear não pode estar toda do mesmo lado. A hegemonia da destruição detida pelo império americano e seus amigos tem de terminar a bem do equilíbrio de forças que produz um maior desenvolvimento. O fim da História não só ainda não chegou como parece que ainda está num horizonte muito longínquo.

sábado, 30 de maio de 2009

Duas razões para se chamar Gripe Suína

A primeira porque afecta sobretudo os porcos. A segunda porque, para o seu tratamento apenas é conhecido o já famoso medicamento Tamiflu dos laborátórios Gilead Sciences Inc. dirigido por Donald Rumsfeld.

Estranhas ligações...

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os "contras" na Venezuela







Yuban Ortega, Luis Vázquez e Junior Hermoso são os nomes de três jovens venezuelanos, membros de base da JPSUV (a estrutura de juventude do partido PSUV) assassinados na Venezuela pelos movimentos clássicos ultra-direitistas que um pouco por toda a américa latina defendem os interesses das grandes fortunas. O actual caminho da Venezuela é incompatível com os interesses daqueles que só existem sobre a miséria dos outros. É incompatível com a manutenção do poder económico nas mãos dos que estão opostos ao poder político actual.




Assim sendo, como já é tradição por toda a América latina ao longo de décadas (que o digam os vizinhos da Colômbia por exemplo) crescem grupos para-militares que mais clandestinos ou secretos (como este caso da Venezuela) ou ligados às estruturas do poder (como o caso colombiano) vão criando o terror com a intenção clara de matar todas as possibilidades de sucesso de processos revolucionários, matando literalmente os revolucionários.




A História dá-nos conta de infindáveis listas de "desaparecidos" nas mais crueis ditaduras paridas e sustentadas pelo vizinho do norte. A mesma História ensina-nos que em circunstância alguma movimentos que pretendam uma ruptura revolucionária contrária pela sua natureza aos interesses económicos estabelecidos, pode vencer se não esvaziar de poder económico essas elites dominantes. Com essas fortunas contratam-se exércitos, tutelam-se orgãos de comunicação social, financiam-se actos de sabotagem económica e terroristas.




A Venezuela já tem os seus "contras" e se Chávez olhar para Obama como um presidente "diferente" de Bush, Chávez é História! Estes novos movimentos criados de baixo para cima geram uma esperança enorme por todo o mundo de alternativa socialista. O seu carácter único, inovador e experimentalista tem envolvido as pessoas no processo de construção política. Mas mais uma vez o medo pode jogar ocntra estes processos. A ingenuidade destes movimentos que são de um novo tipo pode ser fatal.




Não haja ilusões. Nunca as elites abdicam voluntariamente do seu poder político e económico. A democracia só existe e é válida se ganharem os partidos do sistema. Se isso não suceder, e por qualquer extraordinária alteração histórica sobem ao poder mesmo que pelas vias do sistema eleitoral as forças contrárias aos seus interesses, o resultado é sempre o que se começa a ver na Venezuela. A oposição encontrou neste método a única forma de intimidar o poder. E eliminam precisamente os jovens, pois eles representam uma continuidade de um projecto que as elites pretender ver desaparecido.


P.S: Assassino de Junior Hermoso capturado!

terça-feira, 12 de maio de 2009

Há uma escolha simples...

No boletim de voto para as próximas eleições europeias basta olhar para as duas primeiras linhas. Nessas estará o voto que interessa, o voto para reforçar o grupo das esquerdas unitárias e verdes nórdicos no Parlamento Europeu.

1 – Bloco de Esquerda – B.E.

 

2 – CDU – Coligação Democrática Unitária – PCP – PEV

 

3 – Partido Social Democrata – PPD/PSD

 

4 – Partido da Terra – MPT

 

5 – Partido Popular Monárquico – PPM

 

6 – Movimento Esperança Portugal – MEP

 

7 – Partido Socialista – PS

 

8 – Partido Popular – CDS/PP

 

9 – Partido Nacional Renovador – P.N.R.

 

10 – Movimento Mérito e Sociedade – MMS

 

11 – Partido Comunista dos Trabalhadores Portugueses PCPT/MRPP

 

12 – Partido Operário de Unidade Socialista – POUS


13 – Partido Humanista – P.H.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

ATRIUM - Uma banda a conhecer

Atrium - Santiago Alquimista - 28 Oct 2008

Quem, e em nome de quê?

A violência no bairro da Bela Vista em Setúbal será exclusivamente um problema social? Esta questão levanta-se de cada vez que as forças policiais têm de agir contra actos mais isolados ou mais organizados que têm continuamente colocado em causa a vida e a segurança, portanto a liberdade, das pessoas.

Não há muitas análises possíveis a estes casos. A miséra não pode servir de desculpa para este tipo de actos. Poderia servir de motor para um levantamento social organizado ou não mas que não colocasse em causa o quotidiano de centenas de pessoas que nada têm a ver com as motivações por trás destes actos e que neles não se revêm ou até que se sentem por eles ameaçados.

E se não há muitas análises possíveis restam as duas que mais ouvimos com frequência. Que estes são meros actos criminosos e que tem de existir uma reacção à justa medida dos mesmos. Ou a contrária, que estes acontecimentos têm como origem factores de exclusão social e consequentemente estes actos e estes indivíduos devem ser tratados como vítimas e não como infractores.

Compreendendo perfeitamente esta última visão, na medida em que uma sociedade que já por si mesma é criadora de exclusões mas que em crise complexa ainda se agudiza mais essa tendência, penso que a sociedade no seu todo, e as forças policiais em nome desta, devem tomar uma posição firme contra estes actos e punir de acordo com os delitos cometidos, rápida e eficazmente os infractores.

Esta delinquência parasitária e manipulada foi a mesma que fez eleger Sarkozy em França depois da tirada chocante para alguns em que chamou vândalos ou escumalha àqueles que se manifestavem desta forma nas ruas de várias cidades francesas.

È necessário saber separar o que são manifestações legítimas de desagrado pelas situações mais diversas de desgraça que se vão espalhando pelo país, da reacção violenta de gente, na sua grande maioria parasitária, que impedem o acesso à liberdade dos cidadãos honestos, dos trabalhadores deste país. É necessário saber o que querem e o que os move.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

PROCURA-SE!




E que tal um pouco de bom senso e discernimento? Retirar aproveitamento político de acontecimentos como o que sucedeu neste 1º de Maio com a questão das alegadas agressões a Vital Moreira, pode revelar nada mais nada menos que alguns telhados de vidro.

A esquerda portuguesa já devia ter aprendido que este tipo de manobras são uma arma constante nas mãos de quem pretende dividir. Uns foram estúpidos ao ponto de se deixarem levar nos actos, ou para tal foram incitados. Outros quiseram aproveitar a deixa para captar mais eleitorado tirando proveito da culpabilização geral de um único partido. Assim não vamos lá! Não é a cair nas armadilhas constantes de quem tem o poder do marketing político e da divulgação manipulada nos media que a esquerda pode ter sequer a ilusão de querer tornar-se alternativa.

foto retirada das imagens da RTP dos acontecimentos do 1º de Maio. O BE tem telhados de vidro nesta matéria

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Bloco Central? Paranóia manipuladora dos media

Reaparece agora (aparentemente) do nada a ideia peregrina de que pode vir a ser necessária (?) a reedição do Bloco Central para salvamento do país desta crise. Sobre a crise diz-se muita coisa, mas sobre quem a pariu diz-se muito pouco. Acontece que a génese desta crise está precisamente nas ideias e nas práticas que estão por trás do monolítico conjunto de parideiras de soluções políticas e económicas em Portugal constituído pela tríade PS/PSD/PP.

Ao trazerem de volta essa ideia da necessidade de um BC estão a incutir medo nos cidadãos eleitores e a avisá-los para que pode advir o caos se as suas escolhas não recaírem numa maioria absoluta do PS ou se votarem em partidos fora desta tríade, que não interessam para nada, nunca poderão ser governo e mal de nós se o pudessem ser. Isto, grosso modo, é o que vomitam a toda a hora os meios de comunicação social.

Quer isto dizer que estamos num ponto de situação onde temos toda a liberdade de votar desde que sejamos conscientes e votemos da forma como nos dizem para fazer. Ou então daí advirá o caos e a bancarrota do país. Mas o mais interessante é o facto de se apresentar como solução para a crise precisamente aquilo que a criou. A crise (ou crises, porque têm sido várias e sempre os mesmos a pagar em todas elas) apresenta-se como algo de inesperado (quando muitas vozes já a tinham anunciado) e como algo que nada tem a ver com a natureza predatória de um sistema falido principalmente a nível ético e moral.

Mais uma vez incutir o medo e fazer do medo o factor catalisador para a unidade negativa e inconsciente dos povos poderá resultar no premiar os infractores e dar a quem tem sempre vindo a ganhar a possibilidade de ganhar ainda mais. Um BC será uma excelente forma de ainda com mais força e descaramento distribuírem os lugares pelos dois partidos do sistema.

Está na hora precisamente de dizer que estes dois partidos parasitários não são donos do país nem da vontade de cada cidadão. Está na hora que os castigar e de criar uma solução de governo que os obrigue a prestar contas a quem os elege de uma forma sistemática e não com discursos fabricados para comunicação social ver. Está na hora de votar (finalmente) em consciência e não porque o mundo desabará se os parasitas do PS e PSD não estiverem confortáveis nas cadeiras do poder. Está na hora, 35 anos após o 25 de Abril, de fazer entender às pessoas que a sua escolha não deve estar condicionada pelo medo das alternativas políticas atiçado por todos os acomodados do sistema. Está na altura que olhar para outros povos que vão lentamente reconquistando as democracias para si eliminando os factores que sempre os impediram de serem donos das suas próprias vontades.

Não está na hora de um Bloco Central mas sim de derrotar os principais culpados pela crise e por todas as crises, as delegações portuguesas dos interesses liberais internacionais, o PS e o PSD. Temos este ano três belas oportunidades para o fazer, sem medos!

sábado, 2 de maio de 2009

A questão dos valores

“Substituir o valor do ateísmo pelo valor da religião, pressupõe romper com aquilo que era considerado como certo e bom e substituí-lo por algo que se apresenta como mais verdadeiro e desejável.”

In Manual de Psicossociologia das Organizações; Ferreira, J. M. Carvalho; Neves, José; Caetano, António; McGraw Hill, p.259



Nas nossas leituras por vezes esbarramos com ridicularias deste género e pensamos, como é possível alguém, com um nível cultural e educacional tão elevado escrever barbaridades deste género e publicá-las em livros científicos que são referência bibliográfica em cursos universitários. A continuarmos neste caminho de produção intelectual em breve estaremos a retirar conteúdos bem mais credíveis e verdadeiros da banda desenhada de Walt Disney.

Desde quando é que a religião em si é um valor? A religião pode conter dentro de si um conjunto de valores, mas não é um valor em si. Pior do que isso é ignorar que no ateísmo pode estar um conjunto de valores humanos bem mais importante do que o presente na religião. Basta compreendermos que o ateísmo não tem de gerir os seus valores pelo medo de poderes sobrenaturais. Não tem de se sustentar no medo de um além para identificar o mal e o bem. Um ateu e um religioso podem mesmo partilhar os mesmos valores e na mesmíssima proporção.

Mas o mais irónico desta afirmação é precisamente a elaboração mental necessária para podermos compreender onde poderia o valor religioso, se tal coisa existisse, ser “mais verdadeiro e desejável”. A religião, essa coisa tão concreta e tão palpável cheia de certezas e evidências baseada na ideia que existem criaturas algures no além que nos criaram e nos controlam (excepto quando se esquecem) é apresentada como mais desejável perante os valores do ateísmo. Quer dizer que o ser humano sem a fantasia da existência de deuses torna-se ainda mais cruel. Mas o que a História nos ensina é que as maiores crueldades foram sempre cometidas em nome de religiões, do deus x ou y, da conquista de clientela para esta ou aquela seita de seguidores de ilusões. Quero com isto dizer que os valores religiosos são hipócritas? Definitivamente não! Os valores da honestidade, do respeito, da igualdade, da felicidade, etc. são valores sérios e válidos na fantasia religiosa quanto são no ateísmo. Eles representam exactamente o mesmo. Cada indivíduo interpretá-los-á à sua forma e agirá de acordo com a sua consciência dos mesmos. Ou seja, o que acima é dito não passa de uma deturpação do conceito de valores e de propaganda da superioridade dos valores religiosos quando eles são exactamente iguais no ateu e no religioso.

Quanto ao “verdadeiro” nem é necessário alongar muito. As religiões são baseadas em crenças e não em factos. Não existem factos concretos e palpáveis que comprovem a existência de qualquer deus ou entidade semelhante. Todas as religiões têm atrás de si motivos sociopolíticos fortes e de todos os testemunhos deixados só sobram aqueles que mais convêm a quem prega as suas doutrinas. A História nega constantemente a religião. A ciência contraria todos os dias a religião. Deus é constantemente negado até por aqueles que mais dizem crer. São então os valores incutidos pelo medo do castigo no além mais desejáveis que os valores nascidos na simples ideia de que a humanidade existe por si e para si independentemente da existência de deus, do pai natal ou de extra-terrestres baixinhos e verdes que nos controlam?

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Não haja ilusões!

Hoje como sempre para o capitalista, o trabalhador é um monte de carne facilmente substituível por outra carne que se sujeite a condições ainda piores que o anterior. Assim foi, assim é e assim continuará a ser até que outros Maios se levantem.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Como se montam e desmontam as mentiras

Sobre Cuba muito se diz, na grande maioria das vezes sem qualquer conhecimento sobre as realidades efectivas da vida do povo cubano. Esta sequeência de vídeos procura mostrar como se monta no ocidente uma mentira escabrossa sobre Cuba. Mais ainda, pretende desmontar essa mentira numa luta desigual contra tudo e todos os interesses que querem ver aquele país desistir de um projecto único, cheio de erros e lacunas mas também pleno de sucessos principalmente tendo em conta a realidade económica. É preciso que se reconheça que é aqui mesmo no ocidente e na Europa e EUA que se montam todas as fantasias sobre um regime pretensamente ditatorial e ao mesmo tempo se nega a outra parte, o outro lado da informação. Claro que ninguém tem a totalidade da razão mas deveriam ter, pelo menos, alguma vergonha na cara quando confundem jornalismo com invenções sobre realidades que não conhecem nem querem dar a conhecer. Cuba representa hoje a possibilidade clara da negação de que o individualismo dos sistemas liberais represente uma sociedade positiva. Cuba apresenta-se ao mundo na humildade de país pobre que reconhece a sua pobreza mas que, como qualquer pessoa humilde, oferece aos outros aquilo que tem em benefício das comunidades. A negação deste facto, independentemente de julgamentos políticos é, só por si, de uma desonestidade intelectual gritante e merece uma forte contestação.

Os que, com o mesmo espírito, vêem nestes vídeos de exercício desigual de contraditório, uma mera manobra de propaganda, devem procurar, pelo menos, fazer um exercício de visão e audição. Cada um que julgue por si. O que o canal público basco fez no programa que é comentado e dissecado é nada mais que aquilo que se faz todos os dias e a toda a hora em toda a comunicação social privada ou pública (os interesses são os mesmos) no ocidente. FIca a voz do outro lado. Fica a desmontagem da estupidez do novo jornalismo profissional e dos debates entre iguais a simular democracia. Fica mais um pedaço de desmontagem da farsa totaliária em que vivemos.





sexta-feira, 24 de abril de 2009

E porque não... um novo 25 de Abril?

Do antes e do depois existem muitas diferenças. Um é mau, o outro é pior. A revolução não se cumpriu porque era suposto não se cumprir. E o caminho que se seguiu foi o que era suposto seguir. Tudo está determinado para que se cumpra neste contexto global da internacionalização da fraude totalitária do banditismo político e económico. Pelo menos ainda temos restos da constituição de 76, que foi uma das mais progressistas do mundo. Pena que não tenhamos tido tempo para a viver e aproveitar. O estado foi entregue de mão beijada e nas urnas precisamente aos inimigos do estado. E a festa recomeçou...

Puta que os pariu! Que se faça Abril de novo!

domingo, 12 de abril de 2009

Para que fique claro, de uma vez por todas



É bom fazer uma leitura do decreto-lei que regula os presentes estatutos do BPN. Para que não restem dúvidas sobre a natureza e a segurança desta entidade bancária.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

As coisas que me fazem lembrar...



Por vezes temos de ir buscar aquelas coisas que são parte da história das nossas vidas (mesmo quando não as vivemos até por impossibilidade temporal) porque nos foram transmitidas por aqueles que viveram e construíram realidades que hoje são muito difíceis sequer de imaginar.

Não é nenhuma novidade para qualquer amante da música progressiva mas para todos os que desconhecem esse universo tão rico fica o exemplo de como se perdem no nevoeiro das necessidades comerciais os melhores trabalhos da vida de muitos artistas.

Espero que ainda um destes dias este senhor nos volte a brindar com algo desta qualidade e se deixe de fazer aquelas patetices comerciais.

... novamente o mesmo discurso do medo e a teorização dos inimigos.

Chega a ser anedótica a questão que hoje foi levantada sobre o alegado míssil da R.P.D. da Coreia como é absurda a perseguição à intenção do Irão desenvolver um programa nuclear. Afinal quem decide quem são os bons e quem são os maus? Quem pode ser portador do armamento mais mortífero sob a ideia da protecção do mundo e quem se apresenta como seu inimigo? Não é compreensível tanto assanhamento perante uma consequência lógica da (até agora aparentemente inevitável) uni polaridade imperialista. Principalmente quando a "força" que nos tem vindo a guiar pela "luz" da verdade democrática e liberal nada argumenta perante a força militar e capacidade nuclear de estados pouco recomendáveis como Israel ou, pior ainda, o Paquistão.

Esta força arbitrária que funciona com uma lógica irracional, como uma religião que nos faz distinguir os bem e os mal intencionados do planeta, quer-nos levar a crer que a Coreia do Norte ou o Irão são menos humanos, menos civilizados, menos capazes do sentido de auto-preservação ou que não se sentem tão cobardes perante o risco de não existência. O mesmo sentimento que os ricos têm perante a miséria. Esta auto-preservação dos ricos tem-se traduzido politicamente nesta forma clássica e já gasta de sistemas económicos baseados pura e simplesmente na exclusão de muitos para a manutenção do poder e opulência de poucos. A mesma lógica se aplica aos povos que são vistos como bárbaros à luz do dogma liberal ocidental. Não interessa aqui saber, porque não é isso que está em causa, se as formas de poder de cada um destes países é a ideal. Até porque sabemos que a forma ideal de poder é precisamente aquela que está por realizar. Sabemos que o Irão tem questões pertinentes que devem ser analisadas à luz dos direitos humanos e que a ideologia Juche da Coreia do norte não é propriamente o sistema mais agradável de se viver por ter transformado a ideologia numa forma avançada de religião militarista. Mas há uma verdade que tem de ser dita. Nenhum destes países tem na sua História tantas vítimas quanto aqueles que, orgulhosamente armados de todo o tipo de armas (até de biológicas que não hesitaram a usar em algumas partes do mundo) se têm oposto ao desenvolvimento de programas nucleares por estes dois países.

Só poderia compreender uma postura desse tipo vinda de quem se propõe a promover o desarmamento progressivo de todo o planeta no que diz respeito a armas de destruição maciça. Mas esse está longe de ser o caso. Bem pelo contrário. Pelo que a União Europeia e os EUA unidos na sua aliança monolítica imperialista e auto-preservante da supremacia económica, política e moral ocidental, mantém uma espécie de modernas cruzadas contra infiéis de qualquer parte do mundo onde se ouse desafiar a verdade dessa supremacia.

Um mundo multiplar é urgente.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

O que há de errado neste "filme"?

FAIANÇAS BORDALO PINHEIRO. Governo anuncia que a continuidade desta empresa está garantida e que foi encontrado um comprador para a maioria do seu capital que vai garantir a laboração e a manutenção dos postos de trabalho.

Em declarações à TSF o representante da Visabeira (empresa que adquire agora mais de 75% do capital das Faianças Bordalo Pinheiro diz que o negócio correspondeu a um investimento de cerca de 1,8 milhões de Euros por parte deste grupo, juntando este negócio à OPA que será lançada pela Visabeira à Vista Alegre. Disse o mesmo representante que iriam de imediato procurar novos mercados e novos negócios e que nada poderia adiantar quanto aos postos de trabalho que, à partida, tudo indica que serão mantidos.

O ministro da economia declarou que a participação do estado para a salvação das FBP foi de dois milhões de Euros, mas fez questão de salientar que “não foi só meter dinheiro na empresa”, uma vez que o negócio envolveu também “a renegociação das dívidas aos bancos e à segurança social”. Quanto aos postos de trabalho garantiu que nem um se perderia.

Fazendo um apanhado de tudo isto é simples perceber que o estado contribuiu para a regularização das dívidas da FBP pagando 2 milhões de euros dos contribuintes. Por outro lado, e depois de limpa a casa, entrega-a a um grupo privado disposto a fazer o sacrifício de investir 1,8 milhões de euros para adquirir a maioria do capital da empresa em questão não procurando sequer a contrapartida da obrigação da manutenção dos postos de trabalho em causa.

Perante estas informações algo deve estar certamente errado neste "filme"...

1,9 milhões para a administração da CGD

Atente-se no artigo publicado aqui sobre a remuneração dos sete administradores da CGD no ano de 2008. Reflectir sobre isto é um imperativo nos dias que correm. É de lembrar que no dia de ontem foi anunciado que, com toda a probabilidade, atingiremos os dois digitos nos números oficiais do desemprego até ao final do corrente ano.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Difamar a religião?

Segundo notícia que pode ser lida aqui, a ONU adopta resolução contra difamação da religião.

Em pleno século XXI faria mais sentido que declarassem a religião como difamação da verdade.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Um problema de casting...


Continua a comissão de inquérito parlamentar ao caso BPN. Embora a grande maioria das declarações não tenham qualquer interesse, esta parece-me ter a sua piada. É suposto este senhor ter sido Gestor do BPN. Hmmm... Atentem na resposta...

quarta-feira, 18 de março de 2009

A guerra contra a democracia



Um documentário interessante (embora prefira os textos do autor) de John Pilger sobre a democracia, imperialismo e libertação dos povos na sua versão pós-pós-moderna. O pós-modernismo do fim da hitória e da morte dos ideais está definitivamente enterrado.

terça-feira, 17 de março de 2009

Sócrates defende sindicalismo "livre de tutelas partidárias"


José Sócrates fala perante sindicalistas socialistas da UGT defendendo um sindicalismo livre de tutelas partidárias. Parece contraditório? Talvez porque é mesmo contraditório. O sindicalismo da CGTP, segundo Sócrates é instrumentalizado pelo PCP e pelo BE, duas forças políticas que se encaixam tão bem como a água e o azeite, mas que, segundo o nosso primeiro-ministro conseguem manipular centenas de milhares de pessoas para que saiam à rua para o criticar. Ao sindicalismo de classe da CGTP Sócrates chama de "instrumentalizado". Ao sindicalismo situacionista e militante dos dois partidos de sistema acrescido de alguns apêndices, Sócrates chama de construtivo, livre, moderno e apresentando propostas que defendem os trabalhadores.

Eu não sou nem nunca fui muito adepto de qualquer um dos sindicalismos preferindo a organização de classe nos locais de trabalho em comissões de trabalhadores. A cada realidade corresponde uma resposta e uma solução que só os órgãos das organizações que têm obrigatoriamente de incluir os trabalhadores. Vejo o espaço da confederação sindical como o resultado da soma dessas multiplicidades que devem fazer um todo unitário e convergente no sentido de uma intervenção vincadamente política. Porque a sociedade não se desvincula nunca da política e não há intervenções sociais sem decisões políticas.

Acontece que Sócrates quer, e é compreensível que assim seja, que os sindicatos existam para dizer sim. Que funcionem mas apenas para convergir com as soluções que se dizem únicas. Ora, se existem apenas soluções que desprezam as pessoas em favor do capital, qual é efectivamente o papel da intervenção de sindicatos sem intervenção classista, sem luta social? Qual é o papel das tendências sindicais que, ao invés de proteger os direitos dos trabalhadores dormem à sombra de formas de sindicalismo parasitário?

E nesse aspecto acho que mesmo a CGTP deve rever muita da sua forma de trabalhar o sindicalismo. Corremos sérios riscos de que as pessoas olhem para certa forma parasitária de fazer sindicalismo e rotulem as pessoas e as organizações em causa. Intervir sindicalmente significa dar o exemplo na luta pelo trabalho, pelos direitos do trabalho ou pelo trabalho com direitos. A profissionalização do sindicalismo é condenável e desprezável por ser contraproducente.

Considero a CGTP uma organização sindical com provas dadas de não instrumentalização partidária, ao contrário do que Sócrates fez ao dizer o que disse perante uma plateia de sindicalistas socialistas da UGT. É que na CGTP também estão muitos socialistas que nunca caíram na esparrela do sindicalismo soft da UGT. E eles fazem falta como todos os outros.

segunda-feira, 16 de março de 2009

E agora... El Salvador


Mauricio Funes, da Frente Farabundo Marti para la Liberacion Nacional foi eleito presidente de El Salvador. Este movimento político havia já ganho as eleições legislativas mas uma coligação de direita formou maioria para governar. Esta vitória presidencial dá novo alento à esquerda salvadorenha e ao processo de mudança e libertação da américa latina.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Da nulidade ideológica à irresponsabilidade institucional



José Eduardo dos Santos, Presidente da República de Angola está de visita a Portugal numa missão aparentemente dedicada em exclusivo a questões económicas. Angola é um país para onde não só emrpesários como trabalhadores portugueses começam a ver abertas excelentes oportunidades. Que o digam os empresários portugueses em diversos sectores mas principalmente na construção, que têm visto Angola como a tábua de salvação dos seus negócios perante a actual situação de crise na Europa e nos EUA. O presidente angolano foi calorosamente recebido, não apenas como chefe de estado de um país com o qual temos laços seculares de amizade (e domínio colonial, sendo que essa é uma questão mais que ultrapassada), mas como um mensageiro que transporta consigo uma esperança de saída para a nossa economia.

Um projecto importante parece ser o projectado entre a Sonangol e a CGD para a constituição de um banco de investimentos entre as duas instituições públicas angolana e portuguesa.

Mas nem tudo corre sempre bem e nesta altura pré-eleitoral uma certa esquerda lembra-se do folclore para atirar ao ar uma superioridade moral e política em nome de pretensos valores de direitos humanos. Angola teve recentemente um processo eleitoral que foi considerado por todos no ocidente como sendo democrático e mesmo exemplar numa zona sempre conturbada. Mas o Bloco de Esquerda entendeu que não deveria participar nas boas-vindas ao presidente angolano na Assembleia da República porque no seu país não são respeitados os direitos humanos e não existe liberdade de informação. Questionado sobre o motivo real da escusa do bloco em participar em tal iniciativa, João Semedo, deputado do BE afirma que não participa numa iniciativa que visa homeagear um presidente que se encontra no poder há mais de trinta anos e que nunca foi sufragado.

A evolução política e económica em Angola tem sido alvo de muitos ataques e críticas, contudo, no panorama africano Angola representa um exemplo a vários níveis e pode-se dizer que existe um consenso que fez reunir naquela sessão desde o CDS ao PCP. José Eduardo dos Santos tem sido também alvo de muitas críticas mas não se pode negar que é a figura central da evolução política em Angola.

Temos de ficar com esta imagem insólita do Bloco de Esquerda a defender ideias sem nexo. E ficaremos sobretudo quando os próximos homenageados forem de países onde existem monarquias, onde os chefes de estado não estão mais de trinta anos, estão toda a extensão da sua vida desde que sejam empossados, e não representam senão a sua linhagem e o seu sangue. Veremos certamente o BE a praguejar contra Espanha ou Ingaterra? E se o homenageado fosse alguém como Tony Blair, o criminoso de guerra, se calhar já não se coibiam de aparecer por lá. Por vezes o eleitoralismo barato tem destas coisas. O bloco é como o sumo de fruta... sem fruta.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Tantos lucros!

Foram hoje divulgados dois dados interessantes quanto aos lucros de duas das principais empresas nacionais. Assim, a GALP revelou ter tido no ano de 2008, 478 milhões de euros de lucro. Por sua vez a EDP reportou 1092 milhões de euros de lucro no mesmo ano representando um acréscimo de 20% relativamente ao ano anterior.

Tendo em conta que, durante o ano de 2008 existiu um efeito altamente nocivo do aumento dos preços dos combustíveis que não foi acompanhado de uma descida tão célere quando o valor do crude desceu (beneficiando a GALP do efeito stock) podemos dizer que este é um lucro sustentado num esforço financeiro de particulares e sobretudo de pequenas e médias empresas durante esse período. Mas continua durante o presente anos pois os preços dos combustíveis não acompanharam na mesma medida e no mesmo tempo os preços do crude.

Quanto à EDP, não deixa de ser estranho vivermos num país cujos gastos com energia, (mais uma vez recaindo o esforço sobre os particulares, pequenas e médias empresas) são dos mais elevados senão os mais elevados da Europa.

domingo, 1 de março de 2009

Dream Theater em Lisboa

Tal como anunciado no site da banda de metal-progressivo está previsto um concerto a 18 de Junho do corrente ano no Coliseu de Lisboa. Mais informações no site oficial da banda aqui.





Aumentos de tarifários nas telecomunicações

Já era esperada a notícia dos aumentos mas mesmo assim não seixa de ser escandaloso que isso suceda, principalmente no actual momento económico nacional e global.

Mas, quanto aos aumentos nem sequer há muito a dizer. O que deve ser mencionado é que, mais uma vez, e à margem de qualquer actuação de entidades reguladoras, os operadores actuam em conjunto e aumentam em igual percentagem que se sabe, de antemão, ser de 2,5%. Com o maior descaramento se fala em mercado livre a nas vantagens da concorrência. Esse velho mito desmentido no dia-a-dia da cartelização do universo das telecomunicações (principalmente as móveis) no nosso país.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Associação Nacional de Proprietários propõe Sociedade Pública de Aluguer

Parece estar na moda esta solução. Uns têm as propriedades ou o capital. Os outros, os contribuintes em geral devem servir de fiadores para que não haja quebra no rendimento dos primeiros. É isto que defende a ANP. É como quem diz, escolhemos viver em sistema capitalista desde que eu capitalize e o estado assegure. Ver aqui.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Manipulação sem vergonha!

Peço a atenção para o texto presente na imagem seguinte. Uma comunicação da agencia Lusa sobre o referendo na Venezuela.

A manipulação torpe apresenta-se sob a forma de uma mentira inqualificável. A considerar os seguintes acpectos:

Estas foram eleições livres e reconhecidas por todos enquanto tal. Mesmo tendo tido grandes influências de fora em favor do voto no NÃO.

O que estava em causa, ao contrário do que diz o texto da notícia, não é a manutenção vitalícia no cargo de presidente de Hugo Rafael Chávez Frias, e muito menos "enquanto assim o desejar". O que estava a votação era uma simples alteração que permita a candidatos (mesmo os da oposição) em cargos desde poder local até à presidência da República possam ter mais do que os dois mandatos a que a constituição permitia.

Na grande maioria dos países democráticos não existe tal limite, estando nas mãos dos eleitores votar pela solução que entenderem. Se entenderem dar 3 ou 4 mandatos a um presidente, governador ou alcaide, poderão fazê-lo.

Esta expressão vomitada no texto de notícia "que poderá permitir ao Presidente Hugo Chávez permanecer vitaliciamente no cargo enquanto assim o desejar" é um símbolo de falta de ética jornalística e de falta à verdade de informação. Pior´, é uma forma de, mentindo, transmitir uma mensagem política dirigida ao anti-chavismo português. Na realidade, esta peça retrata o filho-da-putismo da escola jornalistica moderna escrava dos grandes grupos de comunicação. Basta saber ler e saber entender as coisas para denunciar estas tentativas golpistas à nossa inteligência.

Uma vitória histórica para a humanidade!

A vitória do SIM no referendo ocorrido este domingo na Venezuela é um passo importante para uma alteração da visão global não só do processo revolucionário na Venezuela como também de toda uma vontade de mudança na américa latina. Talvez possa parecer algo abusivo mas esta vitória, vejo-a como o retomar na Venezuela um processo que assassinaram no Chile em 1973 com o derrube do governo de Allende. Chávez não é Allende e 2009 não tem comparação com 1973. Muita História já passou e as ideologias estão de volta ao processo de progresso global contra o determinismo neo-liberal do fim da História e da morte da política pela economia.

Hoje Venezuela, amanhã o mundo! Viva a Venezuela! SOlidariedade internacionalista com o processo revolucionário venezuelano!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

PFM em Portugal, no GAR 2009

Uma das melhores bandas de sempre, de músicos virtuosos, de temas únicos e de pessoas incríveis. Da Itália os PREMIATA FORNERIA MARCONI naquela que será uma oportunidade certamente única e uma experiência imperdíveis para os amantes de música, e em particular deste género do progressivo, num concerto no já tão importante Gouveia Art Rock, edição de 2009.

Pelo que se vê dos concertos que vão fazendo por aí são mesmo como o vinho do Porto!



Já havia feito referência a esta banda mas nunca é demais!

Em solidariedade com todos os trabalhadores do BPN

No meio de toda esta trapalhada que se tornou o caso BPN, o resultado prático da escola económica do cavaquismo, e em inteira concordância com a decisão do governo quanto à nacionalização da instituição bancária é fundamental salientar algumas questões:

- Os trabalhadores do BPN não podem ser os castigados pela mega fraude cometida pelo administrador (pelo que se vê das intervenções de antigos responsáveis com o conhecimento de muitos na estrutura administrativa).

- Um dos pressupostos para a nacionalização justa e legitima é precisamente a defesa da posição dos depositantes mas também a salvaguarda da posição dos trabalhadores do banco.

- O BPN deve manter-se como banco comercial público em concorrência directa e aberta com os bancos comerciais privados dentro do grupo Caixa Geral de Depósitos.

- O caso BPN nada tem em comum com o caso BPP e falsamente aparecem em conjunto nas parangonas dos noticiários. O BPP não é um banco comercial genérico e baseia o seu negócio na gestão de fortunas. Não possui estrutura de agências pelo país e deve olhar-se com muita atenção para a sua composição e estrutura accionista.

- O BPN tem viabilidade mesmo a curto prazo, e por isso mesmo, ainda de pensa e se fala que possam aparecer investidores privados que queiram assumir o controlo do banco. O BPN não deve voltar a mãos privadas. Esse é o negócio habitual, salvar com dinheiros públicos os falhanços e as fraudes privadas para voltar a entregar por ninharias a empresa limpa de quaisquer problemas financeiros.

Por tudo isto penso que o BPN, tal como a CGD devem ser defendidos como bancos públicos que são, e mantidos enquanto tal como espinha dorsal do sistema bancário nacional.

Reafirmando a solidariedade para com os trabalhadores do BPN...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Algumas considerações sobre as movimentações eleitorais

Havia prometido uma breve análise à convenção do Bloco de Esquerda, não por qualquer questão específica mas por me parecer ter sido o palco de uma alteração significativa de tom do Bloco. Por tom quero dizer, como se deve entender, o modo e a linguagem de intervenção política. Há aqui um desfasamento curioso mas que joga em favor do Bloco, mas também da esquerda em geral. Um desfasamento entre o Francisco Louçã de há cinco anos atrás e o de hoje, bem mais próximo da postura e linguagem autênticos dos tempos do PSR.

Talvez exista uma inspiração europeia nos movimentos mais recentes em França e na Alemanha com as esquerdas a tornarem-se verdadeiras dores de cabeça aos poderes estabelecidos. O movimento de unidade à esquerda representado pelo Die Linke ou as novas formações do género bloquista que estão a florescer um pouco por toda esta Europa dá algum alento a Louçã para este aparente anacronismo. O Francisco louçã de 2009 recua para um tom mais “esquerdista” (no mau sentido da palavra) mas ao mesmo tempo com uma postura e um conhecimento de causa amadurecido pela História e pelos anos que passaram por ele e o tornaram uma pessoa mais soft. Daí o desfasamento. Uma pessoa definitivamente mais madura nas suas opções políticas, mais desvinculado de um radicalismo esquerdista aparece precisamente com a velha linguagem do seu PSR.

Nada de difícil compreensão. Hoje ouve-se senhores do PS a falar de cortar benesses dos gestores e pensa-se que o PS está com o delírio da febre que em períodos de crise os ataca como doença rara ou mal ruim. O PS já se desfez da esquerda há muito mantendo alguns militantes em banho Maria para que não se ponha em causa o pluralismo na farsa totalitarista que representa a manutenção dos interesses do bloco central. Pelo menos é assim que lhes chamam. Para mim não tem muito de central. A seta está espetada bem à direita, mas conceda-se que a esquerda não está patenteada. E como diz Miguel Urbano Rodrigues, hoje não faz sentido a palavra esquerda ou esquerdista. Pode mesmo ter um significado altamente negativo. Hoje faz mais sentido o termo “progressista”. E no PS ainda há progressistas? Claro que sim. Não tenho quaisquer dúvidas quanto a isso. Mas essa base consciente progressista do PS está aninhada ante o medo de dar o passo seguinte rumo à tomada de posição que faça jus ao nome do seu partido. Têm medo de experimentar a criação e preferem viver na imitação do lixo social produzido pelos outros. Têm medo da palavra e muito mas da experiência revolucionária de ensaiar o socialismo. Não posso então, juntar neste pote os progressistas temerosos do PS com a renascida linguagem revolucionária acrescida da maturidade calculista do Bloco de Esquerda saído desta convenção. Eu diria que saiu reforçado porque não teve medo de afirmar o anti-capitalismo e o socialismo como caminho a trilhar para o futuro. O Bloco vinculou-se claramente à construção, à criação revolucionária do socialismo em Portugal.

Temos assim, a serem efectivos estes desejos e a serem reais estas intenções, não uma ideologia formada, não um seguidismo de qualquer “ismo” novo ou velho, mas uma hipótese interessante de projectar no futuro resultados eleitorais em alianças em sede legislativa com as outras forças progressistas mais clássicas, mais vincadas ideologicamente como o PCP no sentido de termos uma esquerda muito mais forte e muito mais influente.

Ora, PCP e BE são como água e azeite, contudo são forças inseparáveis para um caminho que se espera poder vir a ser percorrido. Não podemos conceber uma via socialista, um projecto revolucionário sem as concepções contraditórias mas complementares em determinados aspectos destas diferentes forças progressistas. Á excepção de pequenos floreados políticos e de alguns temas algo folclóricos, as bases assentam na mesma estrutura política, no mesmo princípio e nada existe de verdadeiramente fracturante entre estas duas forças políticas (na teoria, claro).

PCP e BE tomaram as opções correctas para os seus caminhos eleitorais. As convergências das forças progressistas devem ser pós e nunca pré-eleitorais. O anti-bloquismo do PCP e o anti-comunismo dos bloquistas são referências meramente clubisticas sem grande noção ideológica, como se pode depreender mesmo do resultado desta convenção bloquista. Há falta de pragmatismo e realismo no BE e muita ingenuidade na ideia de se poder construir sem resistência feroz um sistema alternativo, político e económico. O actual sistema e as forças no poder não o largam com a maior das facilidades. Este BE com a velha linguagem do PSR, mesmo ganhando eleições nunca chegaria a formar um governo. Ilusões quanto a isso podem ser fatais ao projecto social que, segundo as suas palavras ditas e escritas, se propõem empreender. Daí que todas as forças progressistas são necessárias para esse caminho que não será fácil mas que é, definitivamente, possível!

É possível desfazer a farsa totalitária PS/PSD mas o caminho é tortuoso. E é possível integrar todos nesse processo à semelhança das interessantes experiências europeias (ainda em fase embrionária) e na América latina já com evidentes progressos.

Aos progressistas que se refugiam no voto útil na farsa totalitária do PS/PSD é tempo de atirar fora o medo da construção de uma nova e diferente sociedade. É preciso devolver humanismo à sociedade. É preciso depositar os votos à esquerda para uma verdadeira alternativa socialista.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma mudança de tom à Esquerda

Penso que tem alguma relevância e interesse analisar o que foi a última Convenção do Bloco de Esquerda e o seu significado real para a alteração de tom da Esquerda à esquerda do centro monolítico da política nacional.

Sem querer estar a fazer eu mesmo essa análise neste momento e neste espaço (esper fazê-lo muito em breve) ficam dois vídeos de intervenção de Francisco Louçã, que foram os seleccionados pela própria estrutura para divulgação no site do partido.






segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mais um grande criador de sons algo esquecido

A sua obra prima...



e mais um extra ao vivo...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mas qual concorrência?

Um dos princípios básicos (ao que dizem) do sistema capitalista é que a concorrência gera melhor qualidade de produto ou serviço a preço mais baixo. Sendo este um dos mitos transformados em ciência económica é contrariado no dia-a-dia pela evidência que o capitalismo é, só por si a negação da ideia da concorrência. O pilar onde assenta o sistema capitalista é precisamente na concentração do capital e nos monopólios, muitas vezes disfarçados, nas fusões e aquisições constantes rumo a uma gigantesca corporação global.

Alguns bons aprendizes, como Portugal, criam "autoridades" para regular a concorrência e supostamente para evitar que existam situações de monopólio. Mas se assim é como se explica que, em 17 de Dezembro de 2008 essa "Autoridade da Concorrência" tenha deliberado favoravelmente tomando uma Decisão de Não Oposição do controlo exclusivo da TVTEL pela TVCABO? Na decisão sublinhava-se o acompanhamento da "imposição de condições e obrigações destinadas a garantir a manutenção da concorrência efectiva no mercado da televisão por subscrição, nos termos e para os efeitos do artigo 35.º, n.º 1 alínea b) e n.º 3, da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho (“Lei da Concorrência”)."

Na grande maioria do país as pessoas que decidem optar por um serviço de televisão por subscrição não têm outra alternativa que não a TVCABO. Os clientes, neste caso da zona do Porto, que tinham um concorrente e que subscreviam o seu produto em alternativa ao da TVCABO (agora convertida em ZON) deixaram de o poder fazer. E se não querem ZON, não podem querer mais nada pois não existe alternativa. E a isto a "Autoridade da Concorrência diz SIM?

O problema nem são os monopólios em si mas sim o facto de serem monopóplios privados que crescem sem controlo, na prática sem qualquer regulação efectiva. Este é um caos entre muitos e, diga-se de passagem bem mais grave que o negócio pensado há uns tempos entre BCP e BPI porque na banca existem alternativas tanto privadas como públicas. No serviço de subscrição de TV elas não existem de todo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mestria e simplicidade - um catalisador de memórias



ALguns poderão dizer que é mergulhar no passado. No entanto isso não é possível. A simplicidade continua a ser o factor diferenciador na genialidade. Por exemplo, os senhores que criaram este tema são músicos brilhantes e virtuosos. As suas obras dominaram o universo da música progressiva por alguns anos. Foram uma dass poucas super-bandas do género que conseguiam encher estádios de pessoas em completo delírio com a loucura em palco criada pelos três criadores.

Da mestria da sua obra ficaram para sempre na cabeça de muitos de nós temas que muitas vezes ouvimos e nem sabiamos de quem eram quando raramente passavam nas rádios. Naquela boa altura em que existiram as famosas rádios piratas e havia de tudo um pouco. Não se resumiam a passar playlists de merda. Tinham programas melhores ou piores mas era rádio. E isto, mas ou menos simples, era música.

No mais simples e belo que souberam fazer, os Emerson, lake and Palmer.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Evo Morales triunfa e refunda a Bolivia



Está segura a vitória que representa a ratificação pelo voto popular da nova constituição boliviana. Uma clara opção por uma Bolívia como "estado plurinacional, comunitario, intercultural, descentralizado e com autonomías".

sábado, 24 de janeiro de 2009

Qimonda, Sócrates diz que fará tudo para salvar empresa



Depois de um longo percurso em que governos alemão e português tentaram salvar a Qimonda, empresa alemã com produção em Portugal, parece que o esdorço de nada valeu e foi ontem apresentado o plano de insolvência da empresa.

Tendo em conta que esta organização produz produtos tecnológicos de ponta que constam nas áreas defendidas pelo governo português como fundamentais para o desenvolvimento do país, e sobretudo que esta empresa é ao momento o maior exportador nacional, e ainda o facto de ter o primeiro-ministro referido a vontade de fazer TUDO o que está ao seu alcance, poder-se-á assim exigir do governo a solução extrema. A nacionalização da Qimonda Portugal e o consequente salvamento dos 1700 postos de trabalho que a companhia representa no noss país. O fecho desta empresa implica uma catástrofe económica na zona de Vila do Conde. O norte do país é já o mais fustigado pela crise e sobretudo pelo desemprego e pelas suas consequências directas e indirectas.

Fazer tudo, neste caso pode mesmo ter de ser o recurso à medida mais radical mas mais justa e mais relevante para a economia nacional. Nacinalize-se a Qimonda!

Uma solução com precedentes

Segundo notícia que pode ser lida na íntegra aqui, o banco Barclays tem 70% de hipóteses de ser nacionalizado com a desvalorização consecutiva do valor das suas acções.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Mais uma partida prematura






e porque não podia deixas de ser...



Conheci o João Aguardela precisamente no dia em que, pela primeira vez toquei ao vivo com uma banda completamente idiota com música perfeitamente imbecil chamada Suburbanos. Fomos os segundos do alinhamento das três bandas que tinham como cabeça de cartaz precisamente os Sitiados. Apesar das diferenças de sonoridade as três bandas foram muito bem aceites. Os Sitiados ainda não tinham lançado o seu primeiro álbum naquela data da qual não me recordo (era quase uma criança...). Contudo lembro-me que o concerto foi organizado pela Associação de estudantes da minha escola (Secundária de Cascais) e com o patrocínio (já na altura importante) da Câmara Municipal de Cascais.

Durante alguns anos fui acompanhando, e algumas vezes com oportunidade de trocar algumas palavras com o João Aguardela, em diversas iniciativas musicais ou políticas e mesmo em concertos dos Sitiados que fazia sempre questão em ir ver. Era um criativo e sobretudo muito boa gente. Mesmo não o tendo conhecido para além destas pequenas frases trocadas aqui ou ali não posso deixar de manifestar sentida tristeza pelo facto de saber que já não se encontra entre nós.

sábado, 17 de janeiro de 2009

A mestria de Gordon Gilptrap brevemente em Portugal



Gordon Giltrap, uma das presenças confirmadas da edição do Gouveia Art Rock 2009.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

A entrevista do primeiro

Nesta noite foi apresentada a primeira grande entrevista do ano do primeiro-ministro José Sócrates na SIC. Talvez não deva ser catalogada exactamente desta forma uma vez que não se tratou exactamente de uma entrevista mas antes de três monólogos incoerentes e propagandísticos.

Os jornalistas colocaram perguntas e não esperaram respostas, aliás tentaram sempre impedir que estas fossem produzidas. O primeiro-ministro, por sua vez, com a habilidade que lhe é característica tentou a muito custo desviar as manobras jornalísticas dos entrevistadores de forma a jogarem a seu favor.

Sócrates foi o único grande vencedor do combate uma vez que a forma rasteira de apresentar trabalho por parte dos dois entrevistadores (Ricardo Costa e José Gomes Ferreira) lhe rendeu um resultado, quer na forma quer no conteúdo, que superou tudo o que se podia esperar de um encontro deste género.

Sabemos de antemão que a qualidade dos políticos portugueses é muito baixa. Ficamos a saber, com mais uma hora de comprovação, que não se ficam atrás os jornalistas. Num país que continua a apelar à competitividade esses apelos têm surtido todos os possíveis efeitos quando se trata de nivelar por baixo a qualidade de todas as actividades em geral, e em particular das que estão ligadas directa ou indirectamente com a política. O jornalismo está seriamente comprometido com estas figuras e com as que se seguiram a comentar de forma ridícula esta vergonha de entrevista.

Ricardo Costa fez demagogia e aproveitou-se do seu posto numa empresa privada de comunicação social para esgrimir argumentos quando deveria ter colocado questões. Mas, não se limitando a esgrimir argumentos, fê-lo de forma a defender a sua tese mais que conhecida de neo-liberalista confesso a apontar o dedo. Ele que não foi eleito para coisa alguma enfrenta o primeiro-ministro com a questão da nacionalização do BPN e pergunta com o dedo em riste porque tem este banco, agora público, as melhores taxas de juro do mercado. Dizendo sem qualquer pudor por duas vezes “o seu banco”, quando todos sabemos que o banco não é do primeiro-ministro e que a intervenção foi no sentido de uma nacionalização com vista à protecção dos depósitos. Porque pratica então o BPN as melhores taxas? Porque esse é o seu dever enquanto um dos melhores bancos comerciais agora, felizmente, nacionalizado. O que incomoda assim tanto Ricardo Costa? A concorrência do BPN (CGD) com a banca privada no negócio crescente neste período de crise que são os depósitos a prazo. Ricardo Costa defende quem?

Sendo José Sócrates um homem da direita moderada, aparece nesta anedótica entrevista como um homem de uma aparente esquerda porque os seus interlocutores são os representantes das ideias da direita política e económica.