sábado, 15 de dezembro de 2007

Liberalismos

Por razões que não são para aqui chamadas alguém me transmitiu a ideia, sempre acompanhada de factos reais apresentados prontamente, de que a Espanha vive o liberalismo económico de uma forma radicalmente diferente da nossa. Diferente e muito mais inteligente uma vez que os espanhóis são ultra proteccionistas e tudo fazem par aincutir nas pessoas a ideia de que o produto espanhol é aquele ao qual deve ser dada toda a prioridade no acto do consumo.
Muito embora tenha a perfeita noção de que isto é contra o princípio pelo qual a Europa pretende que todos os países se guiem, a Eapanha coloca-se numa posição de mandar este diktat europeu às urtigas e, por isso mesmo, sofre muito menos com a concorrência interna e principalmente com a concorrência externa. Para dar um exemplo concreto, os produtos fabricados na China mas onde a Eapanha tenha uma forte tradição de produção, como por exemplo o sector das ferragens, têm muita dificuldade de penetração no mercado espanhol mesmo sabendo que o mesmo produto (ou réplica) tem um custo de produção, e em consequência disso pode representar uma maior margem de comercialização, que o produto asiático.
Em Portugal passa-se exactamente o contrário. Num país muito mais pequeno e com um mercado muito menos interessante, o que sucede é que o produto replicado dos originais ( na grande maioria de origem europeia ou americana) é muito mais barato, mas ao invés de se aproveitar para trabalhar com margens maiores e portanto mais seguras para as empresas importadoras, o mercado encolhe a margem ao mínimo para que se possa eliminar toda a concorrência interna. Assim, de ano para ano vão caindo por terra projectos empresariais que poderiam muito bem ter vingado num liberalismo à espanhola.
O problema é que já vamos tarde. Quando os senhores que nos governam decidem que nós até podemos prestar para alguma coisa e portanto devemo-nos auto-promover em campanhas de puro e simples insuflar de ego, é quando esse mesmo ego já se encontra furado por todo o mal que lhe foram fazendo todos estes mesmos senhores, não desde o 25 de Abril, não desde o salazarismo, mas desde o nascimento do país. Mas essa mesma história que já nos colocou supostamente numa vanguarda de mudança hoje coloca-nos nos menos dos mais da vanguarda liberal. Dos que servem para servir...

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