sábado, 12 de dezembro de 2009

Mais uma vez o natal

Qual a motivação de organizações que estão constantemente a apertar nos custos e a queixar-se de que os lucros baixam a cada ciclo e ao mesmo tempo gastam fortunas em jantaradas e almoçaradas para alguns lambe-botas e beija-luvas? Esta é uma época curiosa em que isso sucede em muitas organizações por todo o país. Vão-se organizando os jantarinhos mais ou menos abastecidos do natal dos ainda empregados. E quando ao longo do ano se ouvem todas as necessidades de cortes permenentes porque por um ou outro motivos as coisas correm menos bem como desculpa para a precarização crescente e constante miserabilismo salarial, chegamos a esta altura a saltam da cartola jentarinhos de natal para funcionários papalvos, os colaboradores na novilíngia do exploradorismo oficial. Jantarinhos à borla que saem do corpo de cada um de todos os papalvos que aceitam participar nas farsas que são estas formas presuntas de coesão de equipas que há muito se encontram desfeitas num espírito corporativo que não tem qualquer significado prático. Não é de espantar que esta seja a pior das alturas, o mais radical golpe na inteligência dos trabalhadores. doces ilusões que se esfumam logo no mês seguinte. A candura dos convites personalizados das chefias intermédias e superiores armados em accionistas a cada momento que lhes interessa, quais diminuidos cerebrais, é de levar à náusea.

As organizações seguem sendo o reflexo das próprias pessoas que as constituem e das políticas que vão adoptando. Por mim creio que seria mais honesto queimar esse dinheiro que gastá-lo nestas sessões de parasitarismo social já que ofende demasiado o senso destes senhores fazer as pessoas participarem dos lucros das organizações que ajudam a existir no dia a dia.

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