terça-feira, 8 de setembro de 2009

Transformação social

Estamos na rampa final para mais um processo eleitoral onde vamos ser chamados a dizer quais os deputados que queremos ver na Assembleia da República. Sim, este é um ponto crucial para compreendermos como está deturpado o nosso sistema eleitoral. Não vamos eleger, como nos querem fazer entender, o primeiro-ministro. Esse é indigitado pelo Presidente da República e não tem de ser necessariamente o vencedor das eleições. O que vamos eleger é um conjunto de deputados que vão compor o hemicíclo e que vão conduzir este sistema semi-democrático.

É importante que se distribuam os votos por forma a compensar quem está nas diversas frentes e a castigar quem as abre. Castigar aqueles que durante décadas têm destruido este país mesmo que travestindo essa destruição de modernidade. Certamente não é útil o voto que plantar mais deputados dos dois monolitos políticos que são os dois partidos do tão designado "bloco central". Claro que a referência não é inocente. Querem algumas forças da sociedade reavivar esta solução porque têm medo do veredicto popular. Apesar de tudo fazerem para a manipulação grosseira do voto, ainda conseguem falar vezes sem conta nesta solução absurda que nos atiraria para mais cinquenta anos de um obscurantismo neo-salazarista.

O verdadeiro voto útil é aquele que for depositado em consciência fora dos principais partidos do sistema. É fundamental reforçar principalmente os partidos à esquerda do PS e principalente a coligação encabeçada pelo único partido verdadeiramente vertical no nosso país, o Partido Comunista. Fundamental para um processo de transformação social de novo tipo. Sem cópias ou colagens, é com estes homens e mulheres que o futuro nascerá se o quiserem viver de forma mais humana, democrática e justa. O processo pode mesmo começar aqui.

1 comentário:

teresa ribiero disse...

Questiono se efectivamente ainda existe algum partido ou politico “verdadeiramente vertical”! Efectivamente de todos os partidos com assento parlamentar o PCP é realmente aquele cuja postura é a mais coerente. Postura essa que muito facilmente se confunde com obstinação e teimosia.
Não se pode dissociar a verticalidade do PCP com a vontade e necessidade de crescimento, e não nos esqueçamos que crescer significa, também, aprender e apreender, assimilar, evoluir e ser-se vertical não significa que não tenhamos que nos “inclinar” ora para a direita, ora para a esquerda, tal como para a frente e para trás. Não significa ceder mas sim aperfeiçoar e progredir.
Já há muitos anos que me sinto enganada por este modelo politico cuja autoridade pressupostamente emana do povo. Os partidos e políticos que cedem a interesses particulares e de alguns grupos é alarmante... e face a esta vivencia diária a tentação de votar em branco é grande. Mas o voto em branco é realmente a solução? Com o chamado voto de protesto não estaremos a beneficiar a direita?
Bem... aproximamo-nos de mais um processo eleitoral... há que exercer o nosso dever cívico, acreditar (nem que seja só por alguns dias) na democracia.
Aproximamo-nos de mais um processo eleitoral e uma coisa é certa votarei para que uma curta minoria não continue a decidir o destino de uma maioria silenciosa – esta sim é a minha convicção!
Martin Luther King disse: “O que mais me preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais me preocupa é o silêncio dos bons”.
- Vamos lá gente!