sábado, 4 de setembro de 2010

Que justiça esta...

Ao que perece ontem o país parou para ouvir e ver as imagens do julgamento mais mediático das últimas décadas. Pode parecer algo politicamente incorrecto mas não acredito pessoalmente te tenha sido feita qualquer tipo de justiça e muito menos que o julgamento tenha sido sobre algo de real e verdadeiro. Penso que este caso foi um enorme embuste quer a nível da comunicação, quer a nível do sistema judicial. Todos os personagens envolvivos são altamente sinistros, incluindo todos os intervenientes por parte da justiça. nada me leva a crer que os poucos eventuais elementos verdadeiros desta história tenham sequer sido tocados. Uma ou outra figuras terão conseguido as suas vinganças pessoais e certamente que os culpados por todos os acontecimentos que não duvido tenham efectivamente acontecido mas em moldes radicalmente diferentes, continuarão nos seus cantos sem serem perturbados pela justiça. quer no sistema, quer no seu conceito. Pessoalmente também, admito que tenho uma enorme relutância em entender como se condenam indivíduos baseando essa condenação em meras divagações, sem dados concretos. Ouvir as partes do acordão que foram divulgadas foi algo de penoso pois não deu para entender o que sucedeu de facto pois as decisões foram tomadas sobre datas desconhecidas, locais desconhecidos, tudo baseado em meros relatos difusos. A Justiça e o Estado de Direito não podem ser isto. Os crimes que demoram tanto tempo e que são jugados com base numa espécie de sondagem a um povo demais envenenado pelos seus orgãos de comunicação, são crimes que acabam efectivamente sem castigo. Não vale nada a sentença que será produzida pois vem com oito anos de atrasoo, plena de erros processuais, plena manipulação informativa e sem qualquer prova concreta e efectiva.

este caso leva a que, mais uma vez, se descredibilize de forma total um sistema que deixa de ser capaz de se impor porque prova ser permeável por interesses maiores e mesmo por simples necessidade de seguimento lógico aos julgamentos públicos que são feitos pela comunicação social. Independentemente dos vereditos, todos estes arguidos haviam já sido condenado há muito. E todas as vítimas, que as houve, lograram obter os seus bodes expiatórios para vingarem todos os abusos de que foram alvo.

Uma coisa é certa, ninguém sai bem deste processo. E não fico convencido de coisa alguma porque nada foi realmente fundamentado com factos que levem a um cabal conhecimento dos delitos na sua forma e conteúdo e com as pessoas correctas. não acredito que tenha saído a tradução da verdade dos factos nem as personagens daquela leitura. Estamos assim a caminhar para algo muito perigoso e em relação ao qual devemos estar muito atentos.

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