sábado, 5 de novembro de 2011

Capitalismo, a definição do erro.


Se há algo que não vale a pena é argumentar seja o que for em relação ao comunismo, porque não existe argumento possível contra uma forma de construção social que eleva o humanismo ao seu escalão máximo, ainda que, para isso tenham de existir algumas desumanidades pelo caminho. não existe nenhuma forma de construção e de progresso social sem que existam inimigos e vítimas. não é possível retirar das mãos de uma classe dominante do poder sem que se eliminem os mecanismos que sustentam esse poder.

Falar de democracia e assistir a um domínio dos interesses financeiros acima dos interesses dos povos naqueles que devem ser os pilares da construção social, é uma contradição abissal. É admitir que só é sustentável um projecto de liberdade se aceitarmos de bom grado que uma elite minoritária dos ricos e poderosos domine todo o processo de construção social, que mais não é que um processo de manutenção da subserviência das maiorias por inacção contra o levantamento de soluções alternativas.

Não existem soluções alternativas que não possuam um carácter revolucionário, no sentido em que não será possível construir onde toda uma máquina imperial tem bem definidas as relações de poder cuja base assenta na ilusão de que os povos escolhem, quando, de facto, e de acordo com a "engenharia do consentimento", as elites escolhem por eles.

Se a vida humana possui um valor intrínseco que é indiferenciado, se a vida de um operário desempregado que ficou sem casa por não a conseguir pagar ao banco é de igual valor à vida do banqueiro que conta a sua vida aos milhões, então porque se espera para suprimir esses milhões a quem os tem, para retirar o verdadeiro poder que oprime todos aqueles que nunca na vida saberão o que é um milhão?

Não vale a pena argumentar contra o comunismo de forma básica e acéfala como vejo, ouço e leio de forma constante quando aquilo que t~em a oferecer ao mundo é uma base de construção social baseada na opulência de uns sobre a miséria de outros. Não vale sequer a pena falarem de erros, porque todos os processos de desenvolvimento social podem estar repletos de erros, mas não são, como o capitalismo é, a própria definição de erro.

2 comentários:

Francelina Oliveira disse...

Sem querer defender nenhuma ideologia politica, na verdade durante muito tempo, eu e talvez muito boa gente, pensávamos que a democracia era ou seria o regime politico mais equilibrado e onde (parecia) haver uma equidade social.
Esta crise, veio revelar a falência do sistema, sobretudo do sistema político. Não temos, nem tivemos pessoas serias a dirigir o pais. Mas sim gente vaidosa, que passeia pelo mundo fora à custa do pão do trabalhador. Gente que se ostenta à conta do que pode tirar à Pátria. Gente que se governa com o desgoverno do país. Gente que se protege com a Lei que criaram e nos iludiram ser a melhor mas que só defende os seus interesses. Lei que só se torna possível à custa de dinheiro, oriundo sabe-se lá de onde!
Não sei se precisamos de mais democracia, de comunismo ou de uma ditadura! Mas sei que precisamos de uma reviravolta política, para que possa haver mais justiça na Justiça e que sobretudo haja justiça social.
“Não há dinheiro” tenho ouvido pessoas a comentar! Mas o dinheiro é um todo. Não evapora. O dinheiro muda é de bolsos…e aí concordo na íntegra, em ir busca-lo onde ele está indevidamente. Que se faça justiça! Que abram as cadeias e que metam esses cães que nos roubam e nos roubaram, lá dentro a pão e água.
Que tipo de governantes temos andado durante 35 anos a eleger? Que tipos são estes? Pessoas que demos o nosso voto de confiança e que entrem por dentro das nossas vidas e nos roubam tudo!
Penso que o verdadeiro 25 de Abril ainda está para vir, vem depois da fome! Quando comermos erva! aí o povo é capaz de se unir, e de se revoltar.
Quando tudo estiver perdido, e nada mais houver para perder, talvez haja coragem para eleger alguém com menos experiencia e por isso com mais capacidade para olhar pelo interesse comum e com medo de meter a mão no que é de todos.
Estes tipos que elegemos, faz-me lembrar muitas empresas de recrutamento que proliferam por ai, à custa da mão-de-obra gratuita, mas que são bem-falantes, que se galanteiam com o que não fizeram (porque algumas vezes alguém fez por eles), que se promovem à custa do mal dizer, algumas vezes de quem os amparou noutras situações. Elegemos porque exibem facilmente as suas capacidades de persuasão e oratórias, mas no campo operacional, não valem um chavo. O mesmo acontece com muitas empresas que recrutam, quem não defende os interesses da organização e que operacionalmente, não sabe ou não quer saber fazer, quando na esmagadora maioria para além do não querer saber, do não quer fazer, não sabem ser! Na equipa ou na Pátria. Moral da história, falta uma base de Valores, que sustente uma vivência social e universal. Sem Valores parecemos animais em plena selva e algum caçam em equipa…
Francelina Oliveira

Paulo Mouta disse...

Não podemos analisar o problema e depois ignorar a necessidade da sua solução. E a solução óbvia deste problema está na superação do capitalismo por uma sociedade mais justa, cientificamente já elaborada mas nunca construída por que nunca de eliminaram os factores parasitários do poder capitalista. A sociedade que superará esta será, sem sombra de dúvida uma sociedade socialista.