segunda-feira, 4 de maio de 2009

Bloco Central? Paranóia manipuladora dos media

Reaparece agora (aparentemente) do nada a ideia peregrina de que pode vir a ser necessária (?) a reedição do Bloco Central para salvamento do país desta crise. Sobre a crise diz-se muita coisa, mas sobre quem a pariu diz-se muito pouco. Acontece que a génese desta crise está precisamente nas ideias e nas práticas que estão por trás do monolítico conjunto de parideiras de soluções políticas e económicas em Portugal constituído pela tríade PS/PSD/PP.

Ao trazerem de volta essa ideia da necessidade de um BC estão a incutir medo nos cidadãos eleitores e a avisá-los para que pode advir o caos se as suas escolhas não recaírem numa maioria absoluta do PS ou se votarem em partidos fora desta tríade, que não interessam para nada, nunca poderão ser governo e mal de nós se o pudessem ser. Isto, grosso modo, é o que vomitam a toda a hora os meios de comunicação social.

Quer isto dizer que estamos num ponto de situação onde temos toda a liberdade de votar desde que sejamos conscientes e votemos da forma como nos dizem para fazer. Ou então daí advirá o caos e a bancarrota do país. Mas o mais interessante é o facto de se apresentar como solução para a crise precisamente aquilo que a criou. A crise (ou crises, porque têm sido várias e sempre os mesmos a pagar em todas elas) apresenta-se como algo de inesperado (quando muitas vozes já a tinham anunciado) e como algo que nada tem a ver com a natureza predatória de um sistema falido principalmente a nível ético e moral.

Mais uma vez incutir o medo e fazer do medo o factor catalisador para a unidade negativa e inconsciente dos povos poderá resultar no premiar os infractores e dar a quem tem sempre vindo a ganhar a possibilidade de ganhar ainda mais. Um BC será uma excelente forma de ainda com mais força e descaramento distribuírem os lugares pelos dois partidos do sistema.

Está na hora precisamente de dizer que estes dois partidos parasitários não são donos do país nem da vontade de cada cidadão. Está na hora que os castigar e de criar uma solução de governo que os obrigue a prestar contas a quem os elege de uma forma sistemática e não com discursos fabricados para comunicação social ver. Está na hora de votar (finalmente) em consciência e não porque o mundo desabará se os parasitas do PS e PSD não estiverem confortáveis nas cadeiras do poder. Está na hora, 35 anos após o 25 de Abril, de fazer entender às pessoas que a sua escolha não deve estar condicionada pelo medo das alternativas políticas atiçado por todos os acomodados do sistema. Está na altura que olhar para outros povos que vão lentamente reconquistando as democracias para si eliminando os factores que sempre os impediram de serem donos das suas próprias vontades.

Não está na hora de um Bloco Central mas sim de derrotar os principais culpados pela crise e por todas as crises, as delegações portuguesas dos interesses liberais internacionais, o PS e o PSD. Temos este ano três belas oportunidades para o fazer, sem medos!

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