segunda-feira, 11 de maio de 2009

Quem, e em nome de quê?

A violência no bairro da Bela Vista em Setúbal será exclusivamente um problema social? Esta questão levanta-se de cada vez que as forças policiais têm de agir contra actos mais isolados ou mais organizados que têm continuamente colocado em causa a vida e a segurança, portanto a liberdade, das pessoas.

Não há muitas análises possíveis a estes casos. A miséra não pode servir de desculpa para este tipo de actos. Poderia servir de motor para um levantamento social organizado ou não mas que não colocasse em causa o quotidiano de centenas de pessoas que nada têm a ver com as motivações por trás destes actos e que neles não se revêm ou até que se sentem por eles ameaçados.

E se não há muitas análises possíveis restam as duas que mais ouvimos com frequência. Que estes são meros actos criminosos e que tem de existir uma reacção à justa medida dos mesmos. Ou a contrária, que estes acontecimentos têm como origem factores de exclusão social e consequentemente estes actos e estes indivíduos devem ser tratados como vítimas e não como infractores.

Compreendendo perfeitamente esta última visão, na medida em que uma sociedade que já por si mesma é criadora de exclusões mas que em crise complexa ainda se agudiza mais essa tendência, penso que a sociedade no seu todo, e as forças policiais em nome desta, devem tomar uma posição firme contra estes actos e punir de acordo com os delitos cometidos, rápida e eficazmente os infractores.

Esta delinquência parasitária e manipulada foi a mesma que fez eleger Sarkozy em França depois da tirada chocante para alguns em que chamou vândalos ou escumalha àqueles que se manifestavem desta forma nas ruas de várias cidades francesas.

È necessário saber separar o que são manifestações legítimas de desagrado pelas situações mais diversas de desgraça que se vão espalhando pelo país, da reacção violenta de gente, na sua grande maioria parasitária, que impedem o acesso à liberdade dos cidadãos honestos, dos trabalhadores deste país. É necessário saber o que querem e o que os move.

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