quinta-feira, 11 de junho de 2009

Algumas considerações sobre o resultado das eleições

A derrota das sondagens foi por demais evidente a ponto de reforçar a ideia que sempre tive que deveria ser proibida a revelação de qualquer sondagem política num período de seis meses antes de um processo eleitoral. No seu formato actual, as sondagens servem, não de estudo sobre intenções de voto mas de pressão sobre os eleitores em direcção ao denominado voto útil e da consequente bipolarização.

Em relação aos vencedores e aos derrotados é necessário ter em conta que estas foram eleições para o parlamento europeu, assim, devemos considerar a eleição de cinco deputados para o grupo parlamentar das Esquerdas Unitárias e Verdes Nórdicos como o factor mais importante destas eleições.

Existiu claramente um voto de protesto, ou melhor dois tipos de votos de protesto. O voto de protesto situacionista que se traduziu numa transferência de votos para o PSD mas que pertencem a um eleitorado preparado para votar PS nas legislativas. E o voto de protesto para a mudança de formatação do próprio sistema político, social e económico que se traduziu no espantoso aumento de votação do Bloco de Esquerda e do aumento (embora curto) da influência da CDU levando a que, juntos, os dois partidos somassem mais de 21% dos votos expressos.

O voto branco surgiu aqui como arma importante contra o sistema político tal como se nos apresenta. Nos últimos tempos a grande maioria dos agentes políticos pouco ou nada têm contribuído para a dignificação da classe. Claro está que os partidos do monobloco bipartidário do centro político tiram grande proveito deste descontentamento não direccionado de uma parte significativa da população. Estes votos não caem à esquerda ou à direita do centrão político nacional.

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