segunda-feira, 15 de junho de 2009

Imagine...

Imagine que vive num país que foi invadido. Que lhe negaram durante décadas o direito a considerar sequer a hipótese de ter uma independência ou auto-determinação. O seu país deixou de poder existir porque o território foi ocupado, descontinuado e mutilado. As vias de comunicação entre as diversas partes do território foram cortadas. O leitor faz parte dos milhares de resistentes que vivem entalados entre muros que negam a sua própria sobrevivência, que sofreram massacres e perseguições ao longo destas décadas e que criaram uma imensidão de refugiados espalhados um pouco por todos os países das redondezas.

O direito internacional garante que o seu direito é igual ao de todos os outros povos que lutam por ter o seu próprio país em condições normais de estabilidade territorial e em plena soberania.

Após décadas de vergonhosa ocupação a força ocupante promete-lhe que o deixa ter acesso ao seu direito caso opte por uma soberania mutilada, sem direito a defesa e a controlo de espaço aéreo. No SEU país. No seu território. Imagine que o ocupante é uma das maiores potências militares do mundo e a quarta potência nuclear mundial.

Pode parar de imaginar pois a inimaginável proposta de acordo de Israel para a solução da questão palestiniana foi vomitada a toque de caixa do patrão de Washington. Seria uma anedota engraçada se não fosse uma História desumana.

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