sábado, 27 de dezembro de 2008

O oportunismo capitalista da crise

Um facto inegável e indesmentível passa diante dos nossos olhos. Aqueles que, com a sua gula de riqueza, pariram e criaram esta crise, são exactamente os mesmos que agora nos fazem crer que tudo está tão mau que justifica os “ajustamentos” que irão ser introduzidos nas empresas no ano que se aproxima. No fundo, nada mais que a mesma velha receita de sempre: redução de postos de trabalho, redução de salários ou congelamento dos aumentos dos mesmos e por último a natural “mendigagem” ao estado por apoios múltiplos às empresas quando todo o tempo, o gastam a amaldiçoar o excessivo peso deste ou a sua demasiada intervenção na economia.

A palavra “crise” serve para atordoar os atingidos pelos efeitos da própria numa vaga mediática que tenta, ainda assim, explicar o que não tem explicação. Não é por acaso que, aqueles que comentam o actual estado da economia são precisamente os que sempre defenderam as fórmulas que nos trouxeram a esta situação.

É fundamental que cada desempregado, cada excluído directa ou indirectamente por efeitos desta crise, compreenda integralmente as consequências que devem advir da situação criada. É importante que não se premeie num período eleitoral que se aproxima, a direita política que sempre se apoiou nestas soluções económicas e financeiras desastrosas e sempre defendeu o mercado como o seu “bem” mais “sagrado”. Esta direita merece definhar politicamente, em resposta às consequências das suas teorias económicas que tentaram mutilar a política como instrumento base na regulação do poder económico de classe.

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