sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Pela nossa saúde…

Ontem, por emenda de mão do governo, o designado hospital Amadora-Sintra passou para a gestão pública através da extinção do contrato com a entidade privada cujos resultados se provaram terem sido desastrosos. Numa altura em que o governo propõe também o regime de exclusividade para os médicos é mesmo caso para pensar que, finalmente, se começa a olhar para a saúde e para os seus profissionais como devem ser olhados.

A mistura constante entre interesses privados e práticas públicas dos médicos tem-se traduzido numa situação caricata de adiantamento de situações no público se antes os pacientes se submeterem a intervenções no privado. Os médicos são exactamente os mesmos no mesmo papel em locais diferentes (por vezes a falta de vergonha até leva a que suceda nos memos lugares). O mesmo profissional começa um processo no público, redirecciona-o para o privado para que seja acelerado na sua fase final novamente no público passando à frente dos que não têm possibilidades de pagar o privado. Este conflito de interesses e esta promiscuidade justificam que se separem as águas.

Não tenho nada contra a prática da medicina privada embora dê muito mais valor a um profissional que se dedique ao Serviço Nacional de Saúde com todas as carências e deficiências que este possa ter. A medicina dos ricos e a medicina dos pobres não podem ser diferentes no tempo e na qualidade, nem terão na prática de ser diferentes no espaço.
Seria agora tempo de acabar com os médicos formados pela nota em vez dos médicos por vocação. O factor vocacional deveria ter um peso no mínimo de cinquenta por cento, sendo mesmo factor eliminatório mesmo em alunos com notas brilhantes.

A questão aqui está em procurar nos melhores sistemas de saúde públicos a nível internacional as melhores práticas e seleccionar para estas as melhores pessoas.

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