quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Associação Nacional de Proprietários propõe Sociedade Pública de Aluguer

Parece estar na moda esta solução. Uns têm as propriedades ou o capital. Os outros, os contribuintes em geral devem servir de fiadores para que não haja quebra no rendimento dos primeiros. É isto que defende a ANP. É como quem diz, escolhemos viver em sistema capitalista desde que eu capitalize e o estado assegure. Ver aqui.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Manipulação sem vergonha!

Peço a atenção para o texto presente na imagem seguinte. Uma comunicação da agencia Lusa sobre o referendo na Venezuela.

A manipulação torpe apresenta-se sob a forma de uma mentira inqualificável. A considerar os seguintes acpectos:

Estas foram eleições livres e reconhecidas por todos enquanto tal. Mesmo tendo tido grandes influências de fora em favor do voto no NÃO.

O que estava em causa, ao contrário do que diz o texto da notícia, não é a manutenção vitalícia no cargo de presidente de Hugo Rafael Chávez Frias, e muito menos "enquanto assim o desejar". O que estava a votação era uma simples alteração que permita a candidatos (mesmo os da oposição) em cargos desde poder local até à presidência da República possam ter mais do que os dois mandatos a que a constituição permitia.

Na grande maioria dos países democráticos não existe tal limite, estando nas mãos dos eleitores votar pela solução que entenderem. Se entenderem dar 3 ou 4 mandatos a um presidente, governador ou alcaide, poderão fazê-lo.

Esta expressão vomitada no texto de notícia "que poderá permitir ao Presidente Hugo Chávez permanecer vitaliciamente no cargo enquanto assim o desejar" é um símbolo de falta de ética jornalística e de falta à verdade de informação. Pior´, é uma forma de, mentindo, transmitir uma mensagem política dirigida ao anti-chavismo português. Na realidade, esta peça retrata o filho-da-putismo da escola jornalistica moderna escrava dos grandes grupos de comunicação. Basta saber ler e saber entender as coisas para denunciar estas tentativas golpistas à nossa inteligência.

Uma vitória histórica para a humanidade!

A vitória do SIM no referendo ocorrido este domingo na Venezuela é um passo importante para uma alteração da visão global não só do processo revolucionário na Venezuela como também de toda uma vontade de mudança na américa latina. Talvez possa parecer algo abusivo mas esta vitória, vejo-a como o retomar na Venezuela um processo que assassinaram no Chile em 1973 com o derrube do governo de Allende. Chávez não é Allende e 2009 não tem comparação com 1973. Muita História já passou e as ideologias estão de volta ao processo de progresso global contra o determinismo neo-liberal do fim da História e da morte da política pela economia.

Hoje Venezuela, amanhã o mundo! Viva a Venezuela! SOlidariedade internacionalista com o processo revolucionário venezuelano!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

PFM em Portugal, no GAR 2009

Uma das melhores bandas de sempre, de músicos virtuosos, de temas únicos e de pessoas incríveis. Da Itália os PREMIATA FORNERIA MARCONI naquela que será uma oportunidade certamente única e uma experiência imperdíveis para os amantes de música, e em particular deste género do progressivo, num concerto no já tão importante Gouveia Art Rock, edição de 2009.

Pelo que se vê dos concertos que vão fazendo por aí são mesmo como o vinho do Porto!



Já havia feito referência a esta banda mas nunca é demais!

Em solidariedade com todos os trabalhadores do BPN

No meio de toda esta trapalhada que se tornou o caso BPN, o resultado prático da escola económica do cavaquismo, e em inteira concordância com a decisão do governo quanto à nacionalização da instituição bancária é fundamental salientar algumas questões:

- Os trabalhadores do BPN não podem ser os castigados pela mega fraude cometida pelo administrador (pelo que se vê das intervenções de antigos responsáveis com o conhecimento de muitos na estrutura administrativa).

- Um dos pressupostos para a nacionalização justa e legitima é precisamente a defesa da posição dos depositantes mas também a salvaguarda da posição dos trabalhadores do banco.

- O BPN deve manter-se como banco comercial público em concorrência directa e aberta com os bancos comerciais privados dentro do grupo Caixa Geral de Depósitos.

- O caso BPN nada tem em comum com o caso BPP e falsamente aparecem em conjunto nas parangonas dos noticiários. O BPP não é um banco comercial genérico e baseia o seu negócio na gestão de fortunas. Não possui estrutura de agências pelo país e deve olhar-se com muita atenção para a sua composição e estrutura accionista.

- O BPN tem viabilidade mesmo a curto prazo, e por isso mesmo, ainda de pensa e se fala que possam aparecer investidores privados que queiram assumir o controlo do banco. O BPN não deve voltar a mãos privadas. Esse é o negócio habitual, salvar com dinheiros públicos os falhanços e as fraudes privadas para voltar a entregar por ninharias a empresa limpa de quaisquer problemas financeiros.

Por tudo isto penso que o BPN, tal como a CGD devem ser defendidos como bancos públicos que são, e mantidos enquanto tal como espinha dorsal do sistema bancário nacional.

Reafirmando a solidariedade para com os trabalhadores do BPN...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Algumas considerações sobre as movimentações eleitorais

Havia prometido uma breve análise à convenção do Bloco de Esquerda, não por qualquer questão específica mas por me parecer ter sido o palco de uma alteração significativa de tom do Bloco. Por tom quero dizer, como se deve entender, o modo e a linguagem de intervenção política. Há aqui um desfasamento curioso mas que joga em favor do Bloco, mas também da esquerda em geral. Um desfasamento entre o Francisco Louçã de há cinco anos atrás e o de hoje, bem mais próximo da postura e linguagem autênticos dos tempos do PSR.

Talvez exista uma inspiração europeia nos movimentos mais recentes em França e na Alemanha com as esquerdas a tornarem-se verdadeiras dores de cabeça aos poderes estabelecidos. O movimento de unidade à esquerda representado pelo Die Linke ou as novas formações do género bloquista que estão a florescer um pouco por toda esta Europa dá algum alento a Louçã para este aparente anacronismo. O Francisco louçã de 2009 recua para um tom mais “esquerdista” (no mau sentido da palavra) mas ao mesmo tempo com uma postura e um conhecimento de causa amadurecido pela História e pelos anos que passaram por ele e o tornaram uma pessoa mais soft. Daí o desfasamento. Uma pessoa definitivamente mais madura nas suas opções políticas, mais desvinculado de um radicalismo esquerdista aparece precisamente com a velha linguagem do seu PSR.

Nada de difícil compreensão. Hoje ouve-se senhores do PS a falar de cortar benesses dos gestores e pensa-se que o PS está com o delírio da febre que em períodos de crise os ataca como doença rara ou mal ruim. O PS já se desfez da esquerda há muito mantendo alguns militantes em banho Maria para que não se ponha em causa o pluralismo na farsa totalitarista que representa a manutenção dos interesses do bloco central. Pelo menos é assim que lhes chamam. Para mim não tem muito de central. A seta está espetada bem à direita, mas conceda-se que a esquerda não está patenteada. E como diz Miguel Urbano Rodrigues, hoje não faz sentido a palavra esquerda ou esquerdista. Pode mesmo ter um significado altamente negativo. Hoje faz mais sentido o termo “progressista”. E no PS ainda há progressistas? Claro que sim. Não tenho quaisquer dúvidas quanto a isso. Mas essa base consciente progressista do PS está aninhada ante o medo de dar o passo seguinte rumo à tomada de posição que faça jus ao nome do seu partido. Têm medo de experimentar a criação e preferem viver na imitação do lixo social produzido pelos outros. Têm medo da palavra e muito mas da experiência revolucionária de ensaiar o socialismo. Não posso então, juntar neste pote os progressistas temerosos do PS com a renascida linguagem revolucionária acrescida da maturidade calculista do Bloco de Esquerda saído desta convenção. Eu diria que saiu reforçado porque não teve medo de afirmar o anti-capitalismo e o socialismo como caminho a trilhar para o futuro. O Bloco vinculou-se claramente à construção, à criação revolucionária do socialismo em Portugal.

Temos assim, a serem efectivos estes desejos e a serem reais estas intenções, não uma ideologia formada, não um seguidismo de qualquer “ismo” novo ou velho, mas uma hipótese interessante de projectar no futuro resultados eleitorais em alianças em sede legislativa com as outras forças progressistas mais clássicas, mais vincadas ideologicamente como o PCP no sentido de termos uma esquerda muito mais forte e muito mais influente.

Ora, PCP e BE são como água e azeite, contudo são forças inseparáveis para um caminho que se espera poder vir a ser percorrido. Não podemos conceber uma via socialista, um projecto revolucionário sem as concepções contraditórias mas complementares em determinados aspectos destas diferentes forças progressistas. Á excepção de pequenos floreados políticos e de alguns temas algo folclóricos, as bases assentam na mesma estrutura política, no mesmo princípio e nada existe de verdadeiramente fracturante entre estas duas forças políticas (na teoria, claro).

PCP e BE tomaram as opções correctas para os seus caminhos eleitorais. As convergências das forças progressistas devem ser pós e nunca pré-eleitorais. O anti-bloquismo do PCP e o anti-comunismo dos bloquistas são referências meramente clubisticas sem grande noção ideológica, como se pode depreender mesmo do resultado desta convenção bloquista. Há falta de pragmatismo e realismo no BE e muita ingenuidade na ideia de se poder construir sem resistência feroz um sistema alternativo, político e económico. O actual sistema e as forças no poder não o largam com a maior das facilidades. Este BE com a velha linguagem do PSR, mesmo ganhando eleições nunca chegaria a formar um governo. Ilusões quanto a isso podem ser fatais ao projecto social que, segundo as suas palavras ditas e escritas, se propõem empreender. Daí que todas as forças progressistas são necessárias para esse caminho que não será fácil mas que é, definitivamente, possível!

É possível desfazer a farsa totalitária PS/PSD mas o caminho é tortuoso. E é possível integrar todos nesse processo à semelhança das interessantes experiências europeias (ainda em fase embrionária) e na América latina já com evidentes progressos.

Aos progressistas que se refugiam no voto útil na farsa totalitária do PS/PSD é tempo de atirar fora o medo da construção de uma nova e diferente sociedade. É preciso devolver humanismo à sociedade. É preciso depositar os votos à esquerda para uma verdadeira alternativa socialista.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Uma mudança de tom à Esquerda

Penso que tem alguma relevância e interesse analisar o que foi a última Convenção do Bloco de Esquerda e o seu significado real para a alteração de tom da Esquerda à esquerda do centro monolítico da política nacional.

Sem querer estar a fazer eu mesmo essa análise neste momento e neste espaço (esper fazê-lo muito em breve) ficam dois vídeos de intervenção de Francisco Louçã, que foram os seleccionados pela própria estrutura para divulgação no site do partido.






segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Mais um grande criador de sons algo esquecido

A sua obra prima...



e mais um extra ao vivo...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Mas qual concorrência?

Um dos princípios básicos (ao que dizem) do sistema capitalista é que a concorrência gera melhor qualidade de produto ou serviço a preço mais baixo. Sendo este um dos mitos transformados em ciência económica é contrariado no dia-a-dia pela evidência que o capitalismo é, só por si a negação da ideia da concorrência. O pilar onde assenta o sistema capitalista é precisamente na concentração do capital e nos monopólios, muitas vezes disfarçados, nas fusões e aquisições constantes rumo a uma gigantesca corporação global.

Alguns bons aprendizes, como Portugal, criam "autoridades" para regular a concorrência e supostamente para evitar que existam situações de monopólio. Mas se assim é como se explica que, em 17 de Dezembro de 2008 essa "Autoridade da Concorrência" tenha deliberado favoravelmente tomando uma Decisão de Não Oposição do controlo exclusivo da TVTEL pela TVCABO? Na decisão sublinhava-se o acompanhamento da "imposição de condições e obrigações destinadas a garantir a manutenção da concorrência efectiva no mercado da televisão por subscrição, nos termos e para os efeitos do artigo 35.º, n.º 1 alínea b) e n.º 3, da Lei n.º 18/2003, de 11 de Junho (“Lei da Concorrência”)."

Na grande maioria do país as pessoas que decidem optar por um serviço de televisão por subscrição não têm outra alternativa que não a TVCABO. Os clientes, neste caso da zona do Porto, que tinham um concorrente e que subscreviam o seu produto em alternativa ao da TVCABO (agora convertida em ZON) deixaram de o poder fazer. E se não querem ZON, não podem querer mais nada pois não existe alternativa. E a isto a "Autoridade da Concorrência diz SIM?

O problema nem são os monopólios em si mas sim o facto de serem monopóplios privados que crescem sem controlo, na prática sem qualquer regulação efectiva. Este é um caos entre muitos e, diga-se de passagem bem mais grave que o negócio pensado há uns tempos entre BCP e BPI porque na banca existem alternativas tanto privadas como públicas. No serviço de subscrição de TV elas não existem de todo.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mestria e simplicidade - um catalisador de memórias



ALguns poderão dizer que é mergulhar no passado. No entanto isso não é possível. A simplicidade continua a ser o factor diferenciador na genialidade. Por exemplo, os senhores que criaram este tema são músicos brilhantes e virtuosos. As suas obras dominaram o universo da música progressiva por alguns anos. Foram uma dass poucas super-bandas do género que conseguiam encher estádios de pessoas em completo delírio com a loucura em palco criada pelos três criadores.

Da mestria da sua obra ficaram para sempre na cabeça de muitos de nós temas que muitas vezes ouvimos e nem sabiamos de quem eram quando raramente passavam nas rádios. Naquela boa altura em que existiram as famosas rádios piratas e havia de tudo um pouco. Não se resumiam a passar playlists de merda. Tinham programas melhores ou piores mas era rádio. E isto, mas ou menos simples, era música.

No mais simples e belo que souberam fazer, os Emerson, lake and Palmer.